Sinopse: Durante as noites, quando as luzes se apagam em um antigo teatro do Central Park, os bonecos ganham vida. Entre eles está Don, que sempre sonhou em desbravar o mundo e descobrir sua própria identidade.
Joel Cohen e Alec Sokolow foram os roteiristas de "Toy Story" (1995), sendo o filme que mudaria a história do cinema e fazendo a Pixar se tornar um dos estúdios mais criativos dos últimos tempos. Claro que gênios como eles sempre tem algo guardado que em um primeiro momento talvez achassem que não daria certo, mas nunca é tarde para ver se funcionaria hoje em dia. Eis que eles tiram da gaveta um antigo roteiro e surge então "Os Inseparáveis" (2023), que possui certa similaridade com o clássico da Pixar, mas não tendo exatamente o frescor de originalidade da obra comandada por John Lasseter.
Dirigido por Jérémie Degruson a trama fala sobre o mundo dos bonecos de um antigo teatro no Central Park, onde a vida ganha nova forma quando as luzes se apagam. Entre eles está Don (Dakota West), um sonhador boneco que anseia por explorar o mundo e encontrar sua própria identidade. Ao sair em busca de aventuras, ele cruza o caminho de DJ Doggie Dog (Jordan Baird), um animal de pelúcia com grandes sonhos e talento para se tornar uma estrela do rap. Juntos eles embarcam em inúmeras aventuras.
Sem sombra de dúvida que Joel Cohen e Alec Sokolow buscaram inspiração na criação desse longa no clássico literário "Dom Quixote" de Miguel de Cervantes e sendo até hoje lembrado por várias gerações que assistiram as adaptações cinematográficas e até mesmo desenhos animados. Aqui, o nosso Dom sonha em se aventurar em diversas aventuras e que acaba adotando o nome do personagem literário da forma mais óbvia, já que visualmente ele se parece com aquela figura clássica. Assim como como o verdadeiro Dom Quixote, Dom possui uma imaginação fértil e fazendo com que o mesmo embarque em uma realidade em que somente ele enxerga, mas ao mesmo tempo é o que ele faz para tomar iniciativa para seguir em frente com a sua vida.
Quando essas passagens acontecem é então que constatamos as qualidades técnicas do longa, já que a animação é computadorizada, mas ao mesmo tempo se entrelaçando com o desenho tradicional e cuja tendência está acontecendo desde o curta metragem "Paperman" (2012). Mas se por um lado o visual surpreende o mesmo não se pode dizer muito da trama, já que ela possui elementos já vistos em "Toy Story". É como se estivéssemos lendo um rascunho do que poderia ter sido o clássico de John Lasseter, mas sendo descartado e reaproveitado somente agora e de uma forma um tanto tardia.
Se tivesse sido lançado vários anos antes com certeza seria algo até mesmo a frente do tempo, mas visto agora é apenas uma pequena aventura de marionetes que ganham vida e que decidem agir por conta própria para alcançar algum sentido em suas vidas. Dom é uma versão ainda mais sonhadora do Woody, mas que possui uma personalidade distinta e até mesmo interessante de ser observada. O mesmo não se pode dizer muito de DJ Doggie Dog, que aqui surge como a versão de Sancho Pança desse conto, mas sendo somente o personagem mais fofo da trama e nada mais do que isso.
Aliás, a reta final do filme parece até uma espécie de Déjà vu do que já vimos na franquia da Pixar. Porém, o filme consegue nos prender até o seu final, já que ele é convidativo para todas as idades, mesmo para aqueles que buscam algo de mais surpreendente. "Os Inseparáveis" parece uma espécie de parente distante do universo "Toy Story", mas que vale a pena dar uma chance e de ser visto na tela do cinema.
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