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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Cine Especial: 'O Sexto Sentido - 25 Anos Depois'

Nada melhor do que você fazer parte da história, ao testemunhar determinado evento e dizer a todos que você fez parte daquilo. Eu me lembro claramente quando assisti pela primeira vez "O Sexto Sentido" (1999), sendo que foi na saudosa sala Cine Imperial da rua das Andradas de Porto Alegre. Nunca me esqueço da reação do público dentro do cinema com relação aos minutos finais do filme, onde uns se viravam para as outros e dizendo que não estavam acreditando sobre o que estavam testemunhando.

M. Night Shyamalan havia rodado um filme anterior em 1998 intitulado "Olhos Abertos", o que torna "O Sexto Sentido" ainda mais especial pelo fato de ter sido apenas o seu segundo filme, mas o suficiente para obter a nossa atenção e seguir a sua carreira de perto. O longa se tornou um sucesso estrondoso na época, ficando várias semanas em primeiro lugar nas bilheterias e garantindo seis indicações ao Oscar e incluindo melhor filme. Nada mal para um realizador que a recém estava começando, mas as vezes é assim que surge grandes talentos.

A trama é sobre um psiquiatra interpretado por Bruce Willis, que no passado fracassou ao tentar ajudar um dos seus jovens pacientes chamado Vincent, sendo que esse último invadiu a sua casa e tentou mata-lo com um tiro. Um ano depois ele conhece um jovem chamado Cole, interpretado por Haley Joel Osment, e do qual possui o mesmo problema de Vincent e vê nele a chance de fazer as pazes com o seu passado. Ao mesmo tempo o psiquiatra está sofrendo uma crise no casamento com a sua esposa e da qual é vivida por Olivia Williams.

"O Sexto Sentido" é um daqueles filmes em que na primeira sessão a gente não descobre o grande segredo do qual é revelado somente em seu final. Porém, quando nós revisitamos notamos algumas pistas que o diretor havia deixado espalhado durante a projeção, desde o fato do protagonista falar somente com o jovem e nunca com os demais em sua volta, ou então porque dele nunca conseguir abrir a sua porta do porão e cuja maçaneta é vermelha. Falando desta cor ela está em vários pontos da trama e que simboliza o fato que as manifestações dos fantasmas estão acontecendo naquele momento.

Sim, o filme é sobre um menino que vê pessoas mortas, sendo que a cena em que ele revela isso para o personagem de Bruce Willis entrou para a história do cinema e que até hoje me arrepia sempre quando assisto ela. Porém, a minha cena de maior impacto é realmente quando o protagonista está ouvindo velhas gravações do seu antigo paciente Vincent e conseguindo ouvir que alguém a mais estava na sala enquanto ocorria a consulta. Uma cena simples, porém, assustadora e da qual me emociona todas as vezes que eu assisto ela.

É curioso que muitos rotulam o filme como uma obra de terror, o que é verdade, mas ele não se sustenta através de sangue ou cadáveres andando em cena, mas sim através de uma história humana e cujo os seus personagens nos identificamos rapidamente com eles. A mãe de Cole, interpretada magistralmente por Toni Collette, se sobressai dentro da história, ao nos passar para nós a angustia de uma mãe em não saber qual é verdadeiro problema que o seu filho está passando e tendo que ao mesmo tempo enfrentar desapontamentos vindos do passado. A cena final em que Cole revela para ela a verdade sobre o seu segredo e sobre algo do seu próprio passado me faz lamentar ainda mais o fato de Collette não ter recebido um Oscar por esse grande desempenho.

Após esse grande sucesso de público e crítica me parece que houve uma exigência exagerada para que M. Night Shyamalan nos surpreendesse novamente ou até mesmo que superasse o seu maior feito. "Corpo Fechado" (2000), por exemplo, foi vendido na época de uma forma bem errada, já que estávamos diante de um filme sobre a origem de um super herói e não de um filme de terror. Somente tempos depois que o público soube melhor compreender a sua proposta e fazendo que anos mais tarde o longa ganhasse as suas continuações que foram "Fragmentado" (2016) e "Vidro" (2019).

Revisto atualmente, se percebe que "O Sexto Sentido" envelheceu muito bem, onde M. Night Shyamalan, mesmo ainda jovem, dirigia como ninguém, com o direito de os movimentos da câmera contarem a história do filme e sendo algo que não se via desde os melhores anos de Steven Spielberg ou até mesmo do mestre Alfred Hitchcock. Se a cena fala por si o resto se torna tudo um acréscimo e fazendo com que a obra se torne ainda mais rica para dizer o mínimo. O cineasta pode ter tido os seus altos e baixos na carreira, mas talvez tudo o que ele queira é contar as suas próprias histórias e independente de nós gostarmos ou não delas.

"O Sexto Sentido" continua sendo o maior trunfo de M. Night Shyamalan, mas fazendo com que o público ao longo dos anos exigisse por demais de um cineasta que queria unicamente contar boas histórias e não só superar a sua maior obra prima.  

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