Sinopse: Uma promoção inesperada em um fundo de investimentos competitivo leva o relacionamento de um casal ao limite, ameaçando muito mais do que seu recente noivado.
Em tempos em que as grandes empresas crescem mais rápido que o próprio tempo parece que há uma competição desenfreada entre as pessoas, mesmo quando as mesmas são próximas uma da outra. Em tempos em que o machismo se encontra encurralado o mesmo se mostra cada vez mais fragilizado e pensando somente em si mesmo. "Jogo Justo" (2023) é um eficiente trailer de suspense psicológico, onde a busca pelo poder desencadeia consequências desastrosas e ao mesmo tempo revelando o cenário misógino.
Dirigido por Chloe Domont, o filme é estrelado por Phoebe Dynevor (Bridgerton) e Alden Ehrenreich (Han Solo: Uma História Star Wars). O filme acompanha o jovem casal Emily (Dynevor) e Luke (Ehrenreich), que trabalha em uma empresa de finanças e embarca em um romance proibido que vai contra as regras da organização. O segredo parece tornar as coisas ainda mais intensas, e tudo parece ir muito bem no relacionamento - até que Emily é promovida inesperadamente. Agora, os dois serão levados ao limite e devem enfrentar ameaças que podem afetar muito mais do que sua relação.
Um suspense não precisa de um assassino mascarado ou qualquer monstro dentro do gênero, mas sim fazer um retrato das verdadeiras tensões do dia a dia em que as pessoas convivem na esperança de conseguir melhores status dentro do emprego. Quando não se consegue surgir então a frustração e podendo revelar a verdadeira face da pessoa que não consegue aceitar a derrota de uma maneira fácil. Neste filme, vemos o papel do homem machista, que surge a partir do momento em que a mulher ganha um cargo que era a sua maior ambição e não aceitando de bom grado.
Vividos por Phoebe Dynevor e Alden Ehrenreich, ambos estão ótimos em cena, principalmente por demonstrarem total química e fazendo a gente acreditar por um momento em que eles são um casal perfeito. Porém, os primeiros minutos dizem ao contrário, já que a empresa onde trabalham eles mantem a relação em segredo e fazendo a gente se perguntar se esse amor é apenas uma cortina de fumaça para ocultar os reais interesses de ambos. As máscaras caem quando um cargo é disputado e revelando o jogo de cintura entre os funcionários e já nos passando uma noção de quem obterá a chance e quando alguém cairá pelo mal rendimento.
O filme ganha contornos cada vez mais pesados na medida em que Luke começa a se desconstruir na tentativa de crescer na empresa, quando na verdade se mantém mais distante dela e começando a se tornar o monstro que estava escondendo dentro de si. Já Emily não esconde as suas ambições de crescer no cargo, mas se esforçando para obter poder e jamais se vendendo ao sistema em si. Interessante observar, por exemplo, as cenas em que ela somente observa o cenário em que ela trabalha, onde vê como as engrenagens funcionam e se dando conta o quanto podem ser descartáveis a qualquer momento.
Do segundo ao terceiro ato o filme desencadeia para um caminho sem volta, onde a realidade do casório começa a desmoronar, onde Luke revela o seu verdadeiro ser e ameaçando a vida profissional de Emily como um todo. Chloe Domont filma como ninguém essas cenas, alinhado com a interpretação do casal central e cujo mesmos se entregam ao máximo em momentos pesados e de pura tensão. Aguardem para a cena do escritório onde Luke está completamente fora de si, ou quando ele e Emily fazem sexo dentro do banheiro, mas gerando uma situação imperdoável.
Em tempos em que o machismo se encontra, com razão, cada vez mais encurralado, o mesmo se vê diante de suas fraquezas e não aceitando o sexo feminino se igualar a ele como um todo. O filme em si mostra esse machismo sufocado, enlouquecido e revelando, enfim, um monstro para ser logo enjaulado. "Jogo Justo" é a briga pelo poder, pelos status e ao mesmo tempo revelando a verdadeira fraqueza do homem perante os novos tempos.
Onde Assistir: Netflix
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