Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Meu Nome É Gal'

Sinopse: A trajetória de Gal Costa, uma menina tímida que desde muito cedo soube que a música guiaria seus caminhos. 

Gal Costa pertence aos pilares da música brasileira, da qual a sua voz fez a diferença em tempos mais conservadores e cuja possibilidade de ser um artista requeria coragem. Ao soltar a voz e mostrar a sua cara se revelou alguém que ia muito além daquela jovem tímida que sonhava ser uma cantora, mas mal imaginando os rumos que isso tudo levaria. "Meu Nome é Gal" (2023) fala somente de uma parte sobre a sua vida, mas sendo o suficiente para revelar a sua essência.

Dirigido por Dandara Ferreira e Lô Politi, o filme é uma cinebiografia da cantora Gal Costa (Sophie Charlotte), onde acompanhamos a trajetória de Maria da Graça Costa Penna Burgos antes de se tornar a famosa cantora. Sempre tímida quando criança, Gal decidiu se arriscar na vida e se mudar para o Rio de Janeiro aos seus 20 anos de idade. Coincidentemente em uma das cidades mais bonitas do país, a cantora acaba encontrando amigos como Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e Dedé Gadelha, que acompanham os primeiros passos de Gal na música profissional no final da década de 1960.

O início do filme pode decepcionar para aqueles fãs que esperam enxergar na versão cinematografia toda a intensidade que a cantora exibia nos palcos. Porém, o que vemos na tela é uma Gal ainda dentro do casulo, onde não sabia ao certo quando se liberar para o mundo, mas que aos poucos foi bater asas para o universo da música como um todo.  É bem da verdade que a atriz Sophie Charlotte não é muito parecida com a Gal Costa que um dia conhecemos, sendo que os seus primeiros minutos em cena nos passa a sensação de que escolheram atriz errada e que não fazia jus a pessoa que foi a real artista.

Porém, talvez isso seja de forma proposital, para que a transformação daquela tímida jovem aos poucos vá acontecendo, ao ponto que a sua total plenitude se distancie do primeiro vislumbre que nós havíamos testemunhado. Neste último caso Sophie Charlotte surpreende a todos nós, ao ponto que a sua cena final ela se desprende de todas as suas amarras e se tornando, enfim, a Gal Costa que havíamos conhecido um dia. Pode não ser perfeita da maneira em que a gente queria, mas valeu o esforço pela sua conquista.

Fora isso, o filme é carregado de uma grande nostalgia para aqueles que apreciam a história e sobre movimentos que estavam gerando transformações na sociedade dos anos sessenta. Além de Gal, vemos os jovens Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dedé Gadelha, Maria Bethânia e tantos outros artistas que formariam o movimento "Tropicália" e cuja suas letras fariam com que a música brasileira fosse notada no mundo a fora. É claro que nem tudo foram Flores nesta jornada.

Tanto Gal como os demais artistas viram a represaria comandada pela Ditadura Militar da época e fazendo com que boa parte deles fugissem para outros países. Curiosamente, os realizadores Dandara Ferreira e Lô Politi procuram transitar entre a reconstituição de época para filmes de arquivo e potencializando assim para um ar quase documental dentro da obra como um todo. Vale destacar as cenas em super-8 que, embora não sejam verdadeiras da época, elas sintetizam tempos mais dourados, mesmo com a tensão em volta como um todo.

O filme, portanto, é uma pequena mostra de um período tenebroso em que o nosso país estava passando, mas cuja vozes de alguns fizeram a diferença e se tornando verdadeiros símbolos de resistência. Em tempos atuais em que os brasileiros convivem com a música sertaneja universitária a exaustão, é sempre bom voltarmos a respirar quando ouvíamos música de verdade e que tinha muito a dizer sobre o que acontecia em nosso país e despertando para o mundo real que devemos enxergar. Gal partiu, mas a sua voz ficou para nos acordar da alienação.

"Meu Nome é Gal" é uma pequena parte da carreira dessa grande artista, mas que fala sobre o que realmente vale a pena ouvir de nossa música e para assim despertarmos e defendermos o que realmente importa. 


    Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Nenhum comentário: