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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 7 de agosto de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Rainhas do Crime' - Três Mulheres e um Conflito

Sinopse: Três donas de casa do bairro de Hell’s Kitchen, Nova York, em 1978, cujos maridos mafiosos são mandados para a prisão pelo FBI.  Deixadas quase sem nada, elas assumem as rédeas da máfia da irlandesa. 

Com o sucesso de público e de crítica do filme "Mulher Maravilha" (2017) os estúdios perceberam que os filmes protagonizados por mulheres tinham potencial para irem mais longe. Nos últimos tempos, por exemplo, filmes do gênero policial como "Viúvas" (2018), ou "8 Mulheres e Um Segredo" (2018) tiveram retorno satisfatório e abrindo as portas para novos horizontes para filmes protagonizados por mulheres de grandes talentos. "Rainhas do Crime" pode até possuir algum déjà vu em alguns momentos, mas não há como negar o potencial protagonizado pelo trio feminino. 
Dirigido Andrea Berloff, o filme se passa na turbulenta Nova York de 1978, onde Kathy (Melissa McCarthy), Ruby (Tiffany Haddish) e Claire (Elisabeth Moss) são casadas com mafiosos irlandeses, que comandam os negócios em Hell's Kitchen. Quando eles são detidos pela polícia, o trio fica nas mãos de Little Jackie (Myk Watford), o novo chefão local, que se recusa a lhes dar o dinheiro para sobreviverem. Com isso, Kathy, Ruby e Claire decidem unir forças para criar o seu próprio poder, oferecendo apoio e proteção a pequenos comerciantes locais. o tempo passa, e o poder das mulheres cresce ao ponto de chamar atenção das demais máfias da cidade.  
Se há atualmente uma espécie de nostalgia com relação aos anos oitenta e noventa, por outro lado, os anos setenta não ficam muito atrás, ao ponto de muitos filmes serem realizados com ingredientes de sucesso similares aos que eram vistos naquele tempo. "Bom Comportamento" (2017), por exemplo, bebe da fórmula do sucesso dos filmes policiais que eram a onda do sucesso daqueles anos e que sintetizavam a crise e a violência que as cidades grandes como Nova York passavam. "Rainhas do Crime" não só bebe da fonte, como também retrata tempos mais crus e que serviam de pipita de outro para os grandes estúdios.  
O primeiro ato, aliás, é digno de nota, pois basta os primeiros minutos de imagens, alinhados com o melhor da trilha sonora da época, para rapidamente nos lembrarmos de títulos clássicos como "Caminhos Perigosos" (1973) e que retratavam uma Nova York em conflito. Visualmente o filme possui uma belíssima edição de arte, cuja a reconstituição impressiona, assim como o figurino e os cortes de cabelo que revelam como eram a moda da época. Mas, diferente dos filmes que eram lançados naqueles tempos, "Rainhas do Crime" é protagonizado por três mulheres fortes, de personalidades distintas e que desejam exorcizar os seus demônios para fora.  
Curiosamente, são três atrizes que vieram de gêneros completamente diferentes deste. Se por um lado Elisabeth Moss já havia provado há tempos que possui um talento extraordinário em outros gêneros, tanto em séries como filmes, por outro lado, é um choque para os nossos olhos ao testemunharmos Tiffany Haddish e, principalmente, Melissa McCarthy fora do território das comédias e adentrarem algo sério e fora do convencional para elas. Porém, o conteúdo de humor sombrio colaborou para que ambas nos brindassem com atuações surpreendentes, principalmente Melissa que vem surpreendendo cada vez mais por onde passa.  
Humor sombrio, aliás, é o que molda o filme como um todo e fazendo com que situações absurdas (aguardem a cena da banheira) se tornem absurdamente hilárias. Infelizmente o filme somente não se torna perfeito com alguns desdobramentos que, por vezes, destoam de sua proposta inicial. O filme somente ganha folego em sua reta final, onde o trio terá que encarar as consequências dos seus atos e dos quais terão repercussões no futuro.  
Por ser uma história baseada em uma HQ adulta do selo Vertigo/DC, não me surpreenderia se futuramente testemunhássemos uma possível continuação para vermos os novos desdobramentos daquele universo moldado pelo poder feminino. Cabe, porém, uma resposta do público, mas da minha parte seria bem-vindo. "Rainhas do Crime" é uma viagem aos tempos de um cinema norte americano mais autoral e que não tinha medo de revelar o seu lado mais cru. 


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