Nota: filme visto pelos associados no último sabado (12/01/19) as 10h15 na Cinemateca Paulo Amorim.
Sinopse: O confeiteiro Thomas viaja para Jerusalém em busca da esposa e filho de Oren, seu amante.
Alguns cineastas sempre gostaram da ideia de flertar com a gastronomia e lançando algumas vezes filmes que nos dão água na boca. Se por um lado temos “Ratatouille” (2007) que trata o assunto da culinária como arte, do outro, temos “Chocolate” (2000), que entrelaça o sabor do cacau com questões do desejo sexual. “O Confeiteiro”, por sua vez, transita por esses dois pensamentos e lançando uma história de amor incomum por detrás do cardápio.
Dirigido pelo estreante cineasta e roteirista israelense Ofir Raul Graizer, o filme conta a história de um triângulo amoroso inusitado. O confeiteiro, Thomas (Tim Kalkhof, visto na série "Homeland") é um jovem alemão que se torna amante de um israelense casado chamado Oren (Roy Miller). Quando Oren morre devido um acidente, Thomas decide ir para Israel e lá conhece a esposa dele chamada Anat (Sara Adler, do recente "Oxtrot", 2018), que é dona de uma confeitaria e que o convida para trabalhar com ela.
O filme lança uma curiosa discussão sobre religião, tradição e desejo ao longo do seu percurso, já que Thomas começa a criar tortas, biscoitos e virando rapidamente uma sensação entre o público. A viúva carente, por sua vez, começa a ficar atraída pelo seu novo funcionário, mas mal sabendo do passado que ele teve com o seu falecido marido. O protagonista se divide entre sua real natureza com os novos sentimentos que vão se aflorando, mas isso graças as palavras do seu falecido amante e do qual ele jamais se esquece.
Claro que o mais conservador de hoje vai logo dizendo que o filme flerta com a famigerada cura gay, o que não é o caso aqui. A trama permanece aberta, mas algo muda em cada um dos seus respectivos personagens, onde a gastronomia, por sua vez, se torna a ponte de aproximação entre eles e para descobrirem uma nova realidade. O cineasta Ofir Raul Graizer, por sua vez, cria aqui o "cinema de observação", onde a sua câmera foca a consumação dos alimentos vistos na tela de uma forma perfeccionista e flertando com os desejos vistos nos olhares de cada um dos seus protagonistas.
Ao vermos o preparo dos biscoitos, por exemplo, há sempre o contato com a massa de uma forma quase sexual. Thomas toca em sua massa com amor, como se colocasse ali todo o desejo que o consumidor possa obter quando for, então, degustar. É um filme de sensações e sutilezas, onde os olhares, por fim, falam mais do que meras palavras ditas.
"Confeiteiro" é tanto sobre a arte da gastronomia como também sobre relações que nascem das formas mais imprevisíveis, mas por serem genuinamente humanas.
Claro que o mais conservador de hoje vai logo dizendo que o filme flerta com a famigerada cura gay, o que não é o caso aqui. A trama permanece aberta, mas algo muda em cada um dos seus respectivos personagens, onde a gastronomia, por sua vez, se torna a ponte de aproximação entre eles e para descobrirem uma nova realidade. O cineasta Ofir Raul Graizer, por sua vez, cria aqui o "cinema de observação", onde a sua câmera foca a consumação dos alimentos vistos na tela de uma forma perfeccionista e flertando com os desejos vistos nos olhares de cada um dos seus protagonistas.
Ao vermos o preparo dos biscoitos, por exemplo, há sempre o contato com a massa de uma forma quase sexual. Thomas toca em sua massa com amor, como se colocasse ali todo o desejo que o consumidor possa obter quando for, então, degustar. É um filme de sensações e sutilezas, onde os olhares, por fim, falam mais do que meras palavras ditas.
"Confeiteiro" é tanto sobre a arte da gastronomia como também sobre relações que nascem das formas mais imprevisíveis, mas por serem genuinamente humanas.
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2 comentários:
Sim,até pode ser que exista semelhanças com os filmes que você mencionou, mas tem algo a mais, com certeza!
Verei. Sem dúvidas!
Assista amigo pois vale a pena ser conferido
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