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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: CULPA

Nota: filme exibido aos associados no último sábado (19/01/2019). 
Sinopse: Ao atender uma chamada de emergência, o ex-policial Asger Holm precisa correr contra o tempo para salvar uma mulher sequestrada. 

A ideia principal do filme policial já é mais do que conhecida pelo cinéfilo e imensamente explorada por filmes e séries para tv. Na trama, um crime acontece, agentes especiais aparecem para investigar o caso, para então iniciar o jogo de gato e do rato. Só nos últimos tempos, por exemplo, a Netflix investiu pesado na distribuição de várias séries policiais de diversos cantos do mundo. Todas com tramas diferentes, mas também possuindo uma zona de conforto e do qual fisga o cinéfilo em cheio.
Reformular essa zona de conforto dentro do gênero requer algo original para não conter grande risco e nascer um eventual fracasso.  Pois a tentativa de inovação tende a ser um grande acerto ou um grande passo em falso para os realizadores. Porém, "Culpa", filme dinamarquês de Gustav Möller, definitivamente é uma tentativa bem-sucedida perante aos nossos olhos.
Rompendo com qualquer expectativa nossa em relação ao formato convencional de histórias policiais, "Culpa" dá um chega pra lá nas cenas de perseguição e focando em seu único protagonista, isolado a um único cenário. O filme teria tudo para ser sem sal, mas ao invés disso se tornou uma das gratas surpresas desse início de ano.  
O policial Asger Holm (Jakob Cedergren) é o protagonista dessa pequena produção inspirada. Retirado do seu trabalho das ruas por problemas que num primeiro momento não sabemos, Asger é recolocado em uma central de emergências da polícia. Lá, o personagem passa atendendo telefonemas de denúncias ou pedidos de socorro e ajudando as pessoas dentro do possível.  
Numa noite, faltando poucos minutos para o final de seu trabalho, Asger recebe uma ligação peculiar. Em poucos minutos ele descobre que uma mulher, Iben, está sequestrada pelo ex-marido Michael e que seus dois filhos pequenos foram deixados sozinhos em uma residência. Por alguma razão, o policial sente-se interessado de alguma forma pessoal pelo caso e não consegue transferi-lo para os demais setores. 
Pelo telefone e sem sair do setor, Asger começa usar todos os meios para tentar ajudar a mulher. Gradualmente a investigação avança e revelações imprevisíveis começam a surgir na tela. Seria um simples caso de violência familiar? 
O grande acerto de "Culpa" é conseguir desde o seu primeiro momento saber nos envolver na trama como um todo. Somos colocados lado a lado do protagonista, pois sabemos o que ele sabe, ouvimos o que ele ouve, desconhecemos o que ele não vê e, quando algo imprevisível acontece, somos pegos em cheio também. É como se fosse nos dada a chance de investigar o caso e termos até mesmo a oportunidade de estarmos a frente do protagonista perante os fatos.  
Em seu primeiro trabalho como cineasta, Gustav Möller consegue fundir elementos policiais e de suspense com maestria, criando um clima vertiginoso, tanto para seu protagonista principal, quanto para o cinéfilo que assiste. Sentimos tudo que Asger sente a cada momento. Sentimos sua vontade de resolver a situação, sua revolta com o sistema burocrático da polícia do qual o próprio trabalha, sentimos o peso de sua impotência. Sentimos um desejo de chegarmos ao final, mas não sem antes aproveitarmos de todo essa montanha russa de eventos claustrofóbico.   
O trabalho do ator Jakob Cedergren também merece total atenção. Contracenando com o mundo de fora somente através de um telefone, o interprete transmite as mais diversas sensações de uma forma intensa, garantindo um laço com público com a missão de seu personagem. 
"Culpa" pertence a um dos gêneros mais revisitados do cinema, mas surpreendendo por demonstrar que sabe usar as fórmulas de sucesso, para soar algo original e indispensável aos nossos olhos. 





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