Sinopse: Nascido com uma
deformidade facial que o impediu de ir a escola por muito tempo, um garoto vira
o herói da quinta série.
No meu tempo de escola,
entre os anos 80 e 90, não existia o temo “bullying”, mas sim alguns chamavam
de “síndrome do Caratê Kid” quando um aluno sofria preconceito e até mesmo
perseguição. Em maior ou menor grau muitos sofriam disso das mais diversas
maneiras e provando que naquele tempo, ou você enfrentava isso de frente, ou
isso lhe marcaria para sempre. Vivemos em tempos diferentes, onde o “politicamente
correto” é a ordem universal, mas mesmo com toda a orientação vinda daquele que
possui uma boa sintonia com o mundo real, sempre existem aqueles que descarregam
o seu desejo de por para fora sua intolerância descomunal.
Seja na escola, política,
religião, internet, ou vindo do mais insignificante programa sensacionalista da
tv, o preconceito estará sempre lá nas entrelinhas aja o que houver. Cabe então a verdadeira
cultura, seja ela vinda da arte, do cinema, da música, ou de uma boa leitura, orientar as
pessoas a cometer a prática do bem e sempre se defender contra as intolerâncias
que impregnam nossa sociedade. Extraordinário pode até ser um filme moldado
para emocionar o espectador da forma mais previsível possível, mas é na sua
mensagem universal que se encontra o seu bem mais precioso e para então ser
compartilhado por todos.
Dirigido por Stephen
Chbosky (As Vantagens de ser Invisível) e baseado na obra de R.J. Palacio,
acompanhamos a vida do pequeno Auggie (Jacob Tremblay, do filme Quarto do Jack),
que vive isolado do mundo por possuir uma deformidade facial desde que nasceu. Mesmo
sendo educado pelos seus pais (Julia Robert e Owen Wilson) e pela sua irmã Via (Izabela
Vidovic) chegou a hora do jovem ter que ir para escola. O problema é que os
primeiros dias não são nada bons para ele, mas que, gradualmente, vai fazendo
com que os outros alunos enxerguem o seu lado especial escondido dentro dele.
Sendo contado em narração
off pelo próprio protagonista mirim, acompanhamos o olhar de uma criança em ter
que enfrentar uma dura realidade, mas sendo sempre escoltado pela sua imaginação
do gênero fantástico e pelo qual ele tenta sempre se fortalecer. As referencias
da cultura pop, vide Star Wars, são um deleite para qualquer um, pois a gente
se identifica facilmente com o personagem e reconhecendo situações ali das
quais soam semelhantes. Em menos de meia hora de filme já somos conquistados
pelo dia a dia do personagem e fazendo com que a gente torça pelo melhor para
ele.
Se no Quarto do Jack Jacob Tremblay já havia surpreendido
em sua atuação, aqui ele fica ainda mais a vontade para se expressar em seu olhar
todos os sentimentos que o personagem sente, seja eles na alegria como também
na tristeza. Já Julia Robert e Owen Wilson cumprem bem os seus respectivos
papeis como pais do jovem talento, mesmo quando em alguns momentos a interpretações
de ambos deixam a desejar. Atuação de Owen Wilson, aliás, nos lembrará e muito
uma passagem do filme Marley e eu e, portanto, mesmo sendo a situação das mais previsíveis
do mundo preparem os seus lenços.
A grande surpresa fica
por conta da personagem Via, irmã do pequeno protagonista e interpretada com
intensidade pela jovem atriz Izabela Vidovic. É por ela, aliás, que o filme
explora as dificuldades que os jovens têm a deixar para trás uma época mais inocente
e abraçar o tão complicado principio da vida de um adolescente. Não importa de
que aparência então a pessoa seja, os problemas serão sempre um obstáculo do
qual interfere na vida de cada um de nós, mas que basta ultrapassá-los e
seguirmos adiante para que então quebrarmos novas barreiras a nossa frente.
Embora moldado
plasticamente para nos emocionarmos facilmente, Extraordinário é um filme muito
bem vindo em tempos em que o preconceito persiste em bater a nossa porta e nos
lembrarmos que nunca é demais reforçarmos a fechadura.
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