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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 30 de março de 2017

Cine Dica: Era o Hotel Cambridge ganha Sessão de Lançamento no CineBancários

Com direção de Eliane Caffé, Era o Hotel Cambridge entra em cartaz no CineBancários no dia 30 de março, com uma Sessão de Lançamento às 19h30. Após a exibição do filme será realizado um debate que contará com a presença do ator Jose Dumont e Carmen Silva (Frente de Luta por Moradia). O longa narra a trajetória de refugiados recém-chegados ao Brasil que, juntos com trabalhadores sem-teto, ocupam um velho edifício abandonado no centro de São Paulo. Em meio à tensão diária da ameaça do despejo, revelam-se dramas, situações cômicas e diferentes visões de mundo. Desde a sua apresentação no Festival do Rio, em setembro/outubro passados, Hotel Cambridge vem tendo expressiva participação em eventos de cinema no País e no exterior.
A distribuição de senhas será realizada a partir das 19h e a entrada é franca.

O filme ficará em cartaz nas sessões das 15h e 19h. Os ingressos podem ser adquiridos no local ou no site ingressos.com a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00. Aceitamos os cartões Vale Cultura do Banrisul, Banricompras, Visa e Mastercard.

FICÇÃO

Era o Hotel Cambridge aborda a questão do movimento de refugiados/imigrante em conexão com a luta de trabalhadores sem-teto que disputam uma moradia digna nascidades do mundo inteiro. O filme é um hibrido de ficção e documental no qual participam atores e personagens reais de uma ocupação no centro de São Paulo. O convívio entre línguas, mundos e culturas diferentes transforma a narrativa em uma rica polifonia de situações tragicômicas. As janelas do edifício se abrem para outros mundos através da web, quando os refugiados se conectam com seus familiares e países de origem deixados para trás.

A preparação do projeto levou dois anos e foi gerido por um coletivo que permitiu transformar todo o edifício (que é zona de conflito real) no set criativo da filmagem. Esse coletivo foi composto por quatro frentes principais: equipe de produção do filme; lideranças da FLM (Frente de Luta pela Moradia); grupo dos refugiados e núcleo de estudantes de arquitetura da Escola da Cidade. Por meio oficinas dentro da ocupação surgiu a matéria prima para o aprimoramento do roteiro e da direção de arte. A ousadia do experimento garantiu autenticidade e força dramática ao filme.

MOVIMENTO

A FLM (Frente de Luta pela Moradia) acolheu e orientou a produção do filme Era o Hotel Cambridge. Constituída por indivíduos com extração nas camadas mais vulneráveis da população, a Frente de Luta pela Moradia tem entre suas principais lideranças mulheres pobres, negras, trabalhadoras e chefes de família, que veem na organização a esperança em dias melhores para si e seus filhos. Carmen Silva Ferreira, atriz do filme, é uma dessas novas lideranças na cidade de São Paulo. Baiana, vítima de violência doméstica, oito filhos, imigrante, ela mesma foi uma sem-teto. Na luta pela reforma urbana, constituiu vários oásis de solidariedade e respeito em São Paulo, uma cidade acostumada a excluir os mais pobres, os mais fracos, os diferentes. Assim são os prédios hoje ocupados pelos sem-teto organizados na FLM.
Antes imóveis mortos (mortos pela especulação imobiliária, diga-se), esqueletos de concreto e ferro inúteis na paisagem urbana, focos da criminalidade, da doença e do desespero, esses edifícios transformaram-se em generosa experiência coletiva de acolhimento sem discriminação.
O convívio respeitoso que vemos entre os moradores, a proteção às crianças, aos idosos, aos deficientes, o cuidado com seu futuro, para não falar da limpeza esmerada das áreas comuns, tudo isso reforça em nós a idéia de que, ali, entre os pobres, encontra-se uma nova forma de vida e de luta social –mais feminina, mais gentil, mais solidária.
São Paulo merece o amor e a dignidade humana que vemos prevalecer no trato entre os moradores desses imóveis onde quem fala mais alto é a voz da esperança em uma cidade mais justa e gentil. É disso, estamos certos, que o Brasil e o mundo precisam.

OS REFUGIADOS

O filme Era o Hotel Cambridge representa o universo do refugio em sua dimensão humana, intimista e diferente dos preconceitos com os quais ele é percebido pelo imaginário dominante. A trama os situa em pé de igualdade com brasileiros que também vivem em situações limites. A presença deles transforma profundamente a geografia restrita do edifício, pois trazem consigo fortes referências sensoriais, afetivas, ideológicas e linguísticas. No interior da ocupação o convívio entre línguas, mundos e culturas diferentes exibe um rico território de situações tragicômicas. Espaços reais e virtuais se mesclam na ficção para uma experiência com a narrativa cinematográfica cuja importância é aproximar o espectador da figura do refugiado.

ARQUITETURA, EDUCAÇÃO E CINEMA

O que definiu a ambiência do filme não foi somente a série de demandas do roteiro, mas também as demandas dessa comunidade que temporariamente habita o edifício Cambridge. A diretora de arte, Carla Caffé, juntamente com professores e estudantes de arquitetura da Escola da Cidade, trabalhou os cenários para que terminadas as filmagens, com a da saída da equipe do filme, os espaços permanecem equipados para promover o encontro, para empoderar a comunidade. Essa experiência possibilitou não somente a extensão da educação para fora de seus padrões tradicionais de ensino, como também ampliou o diálogo entre arquitetura e cinema.

SOBRE A DIRETORA

Seu primeiro longa metragem Kenoma (1998) alcançou reconhecimento internacional e foi exibido em diversos festivais pelo mundo. Seus filmes seguintes Narradores de Javé (2002) e O Sol do Meio Dia (2009) seguiram o mesmo caminho. Na televisão, Eliane dirigiu minisséries e documentários com um viés experimental, além de trabalhar na coordenação de coletivos audiovisuais em zonas de conflito no interior do Brasil.

AURORA FILMES

É uma produtora audiovisual que desenvolve projetos para o cinema e televisão no Brasil e no exterior. Foi fundada em 2006 pelos produtores Rui Pires e André Montenegro, que possuem em seus currículos mais de 40 obras entre longas-metragens e séries. A Aurora Filmes produziu a série A Grande Viagem e os longas-metragens Tudo por Amor ao Cinema, Entre Vales, Estamos Juntos, Reflexões de um Liqüidificador e A Via Láctea. Atualmente a produtora finaliza os filmes Era o Hotel Cambridge e A Comédia Divina.

TU VAIS VOIR

Fundada em 2001 é uma produtora francesa que produz filmes nacionais e de coproduções internacionais. Um de seus maiores sucessos é o filme Diários de Motocicleta, de Walter Salles. A produtora possui sólidos vínculos com coprodutores de diversos países europeus, assim como na América Latina e Israel.

FICHA TÉCNICA

2016 / Brasil / Drama / 90 min
Direção: Eliane Caffé
Produção: Aurora Filmes
Coprodução: Tu Vas Voir
Distribuição: Vitrine Filmes


GRADE DE HORÁRIOS

30 de março (quinta-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h30 – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

31 de março (sexta-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

01 de abril (sábado)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

02 de abril (domingo)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

04 de abril (terça-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

05 de abril (quarta-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé

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