Nos dias 30 e 31 de
Maio eu estarei participando do curso História do Cinema Gaúcho, criado pelo
Cine Um e ministrada pela Doutora, jornalista e professora Miriam de Souza Rossini. Enquanto os dois
dias da atividade não chegam, estarei postando por aqui os filmes rodados em
nossa terra (de ontem e de hoje) e que eu tive o privilegio de assistir.
O Homem que Copiava
Sinopse: André
(Lázaro Ramos) é um jovem de 20 anos que trabalha na fotocopiadora da papelaria
Gomide, localizada em Porto Alegre. André mora com a mãe e tem uma vida comum,
basicamente vivendo de casa para o trabalho e realizando sempre as mesmas
atividades. Num dia André se apaixona por Sílvia (Leandra Leal), uma vizinha, a
qual passa a observar com os binóculos em seu quarto. Decidido a conhecê-la
melhor, André descobre que ela trabalha em uma loja de roupas e, para conseguir
uma aproximação, tenta de todas as formas conseguir 38 reais para comprar um
suposto presente para sua mãe.
A atuação do Lázaro
Ramos é impecável, sendo um ótimo ator, e ele não deixa a desejar nesse filme.
Pedro Cardoso (ele parece um clone do Agostinho, seu personagem 'A Grande
Família), Leandra Leal e Luana Piovani são os outros três componentes do
"quarteto fantástico" do filme. Um fator interessante é que não há
heróis nem vilões. Os personagens são pessoas reais, com dúvidas, medos,
ambições. Você acaba simpatizando com André mesmo sabendo que, suas atitudes
não são muito éticas.
Você compreende as
ações dele, mesmo não concordando com elas. O enredo mostra as causas, os atos
e as suas conseqüências. Apesar de ser bem realista, ainda é um filme. As
pessoas assaltam bancos, falsificam notas, mas não são presas E alguém nesse
país é? Talvez o filme seja mais realista do que eu imaginava ganham na loteria
e (é claro!) no fim os protagonistas terminam juntos. Não, eu não acabei com a
graça do filme. Quem ainda não sabia disso?
Nada que retire o
brilhantismo do filme. Uma mostra que o cinema nacional é muito melhor do que
os brasileiros imaginam.
Saneamento Básico: O Filme
Sinopse: Os moradores de
Linha Cristal, uma pequena vila de descendentes de colonos italianos localizada
na serra gaúcha, reúnem-se para tomar providências a respeito da construção de
uma fossa para o tratamento do esgoto. Eles elegem uma comissão, que é
responsável por fazer o pedido junto à sub-prefeitura. A secretária da
prefeitura reconhece a necessidade da obra, mas informa que não terá verba para
realizá-la até o final do ano. Entretanto, a prefeitura dispõe de quase R$ 10
mil para a produção de um vídeo. Este dinheiro foi dado pelo governo federal e,
se não for usado, será devolvido em breve. Surge então a idéia de usar a
quantia para realizar a obra e rodar um vídeo sobre a própria obra, que teria o
apoio da prefeitura. Porém a retirada da quantia depende da apresentação de um
roteiro e de um projeto do vídeo, além de haver a exigência que ele seja de
ficção. Desta forma os moradores se reúnem para elaborar um filme, que seria
estrelado por um mostro que vive nas obras de construção de uma fossa.
Um filme bastante divertido,
com uma história que poderia ter sido filmada em qualquer pequena cidade do
interior do país. Os atores são excelentes, a trilha sonora, em sua maioria de
música italianas, é emocionante, a fotografia cuidadosa. Jorge Furtado, diretor
que já é sinônimo de qualidade, construiu uma obra leve e divertida, e ao mesmo
tempo profunda. É um filme sobre como fazer cinema, um filme sobre mobilização
de um grupo em prol de uma causa, sobre o modo como nossos políticos reagem a
essas mobilizações, e também sobre o relacionamento entre pais e filhos, marido
e mulher, irmão e irmã. Enfim, Saneamento Básico é uma demonstração de que o
cinema brasileiro é capaz de produzir grandes obras.
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