OBRA-PRIMA DA NOUVELLE VAGUE JAPONESA NO PROJETO RAROS
Nesta
sexta-feira, 08 de maio, às 20h, a Sala P. F. Gastal da Usina do
Gasômetro (3º andar) promove uma edição especial do Projeto
Raros com o filme Desejo Profano (1964, 150 minutos), de Shohei
Imamura. Com projeção em 16mm e entrada franca, a sessão é uma
realização da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, da Fundação
Japão e do Escritório Consular do Japão em Porto Alegre
SINOPSE: Na ausência do marido, uma dona de casa entediada é violentada. No dia seguinte, não consegue contar ao marido e ainda
sente uma estranha ânsia pelo retorno do agressor.
Desejo
Profano é um dos filmes chave da chamada Nouvelle Vague Japonesa,
momento de ruptura do cinema nipônico que teve em Shohei
Imamura um dos principais nomes. Contratado da grande produtora
Nikkatsu, Imamura já buscava a independência na década de 1950,
realizando filmes com uma pegada documental, em locações distantes dos
tradicionais estúdios. Nos anos 1960, radicalizou sua estética
e criou obras-primas calcadas no plano-sequência e em enquadramentos
primorosos. Dedicou parte da sua obra aos dramas das mulheres japonesas,
amarradas às condições impostas pela sociedade patriarcal. Poucos
realizadores filmaram a insatisfação e a revolta
feminina com tanto vigor como fez Imamura em obras como A Mulher Inseto
(1963) e Desejo Profano (1964). Por lidar frontalmente com a libertação
da mulher, o diretor é considerado o principal sucessor de Kenji
Mizoguchi dentro da Nouvelle Vague Japonesa. Shohei
Imamura foi um dos poucos diretores a conquistar a Palma de Ouro em
Cannes duas vezes, pelos filmes A Balada de Narayama (1983) e A Enguia
(1997).
PROJETO RAROS
08/05/2015
DESEJO PROFANO
Dirigido por Shohei Imamura
(Akai Satsui, Japão, 1964, 150 minutos)
Elenco: Masumi Harukawa, Ko Nishimura, Shigeru Tsuyuguchi, Yûko Kusunoki e Ranko Akagi
Projeção em 16mm
Entrada franca
Estreia de O Desejo da Minha Alma ADIADA
A estreia do filme O Desejo da Minha Alma foi adiada pela distribuidora para o dia 14 de maio.Com isso, o filme Noites Brancas do Píer, de Paul Vecchiali, fica em cartaz na sessão das 17h até o dia 10 de maio, domingo.
SESSÃO ESPECIAL COMEMORA
OS 30 ANOS DA APTC NA CINEMATECA CAPITÓLIO
Na próxima sexta-feira, dia 8 de maio, às 20h, a
Cinemateca Capitólio promove uma sessão especial em comemoração aos 30 anos de fundação da APTC, a
Associação Profissional de
Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul, com a exibição de quatro
curtas-metragens gaúchos e um debate sobre a preservação audiovisual.
Na ocasião, serão exibidos os filmes
O Dia em que Dorival Encarou a Guarda, de Jorge Furtado e José Pedro Goulart,
O Arraial, de Otto Guerra e Adalgisa Luz, Outros, de
Gustavo Spolidoro, e Quarto de Espera, de Davi Pretto e Bruno Carboni. O debate após a exibição dos filmes irá contar com a participação de
Fernanda Coelho, Glênio Póvoas, Luciana Tomasi e Marcus Mello, com mediação de
Giba Assis Brasil. O evento é aberto ao público, com entrada franca.
O projeto de restauração da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela
Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
– BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da
Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.
A APTC
Desde
1985, a APTC tornou-se a porta-voz dos cineastas gaúchos junto aos
governos municipal, estadual e federal, ao poder legislativo e às
associações empresariais,
além de auxiliar o SATED e o Ministério do Trabalho na concessão de
Registro Profissional de artistas e técnicos na área de cinema. A
entidade sempre lutou pela adoção de critérios transparentes no emprego
de verbas e equipamentos públicos. Através do trabalho
da entidade junto aos órgãos de governo, foram realizados vários
concursos públicos para seleção de projetos, que resultaram na produção
de inúmeros filmes gaúchos.
OS FILMES
Os filmes escolhidos para a sessão comemorativa dos 30 anos da
APTC ilustram momentos marcantes da produção local ao longo das últimas
décadas, da explosão criativa dos curtas em meados dos anos 80
(representada pelo internacionalmente premiado
O Dia em que Dorival Encarou a Guarda, que revelou os cineastas Jorge Furtado e José Pedro Goulart) à consolidação do cinema de animação no RS (com
O Arraial, de Otto Guerra e Adalgisa Luz), passando pela geração surgida nos anos 90 (com
Outros, uma das tantas bem sucedidas experiências formais de
Gustavo Spolidoro com o plano-sequência), até chegar à nova leva de
profissionais formados nos cursos de cinema criados no RS a partir dos
anos 2000 (com
Quarto de Espera, de Bruno Carboni e Davi Pretto). A sessão é uma
oportunidade rara de assistir a estes filmes projetados em 35mm,
formato no qual não são exibidos há muito tempo.
O Dia em que Dorival Encarou a Guarda
(1986, 14 minutos)
Direção: Jorge Furtado e José Pedro Goulart
Todo homem tem seu limite, e Dorival resolve enfrentar a tudo e a todos para conseguir o que quer.
A história da luta desigual de um homem contra um sistema sem lógica e sem humanidade.
O Arraial (1997, 13
minutos)
Direção: Otto Guerra e Adalgisa Luz
O filme aborda a Guerra de Canudos no final do século XIX, quando soldados e generais se unem para
destruir a cidade fundada por Antônio Conselheiro.
Outros (2000, 14 minutos)
Direção: Gustavo Spolidoro
Numa das mais tradicionais avenidas da capital gaúcha, pessoas se encontram, discutindo as suas
e as nossas vidas.
Quarto de Espera (2009,
12 minutos)
Direção: Bruno Carboni e Davi Pretto
Um jovem usando uma máscara de gás transita em uma cidade vazia e cinzenta.
OS DEBATEDORES
Fernanda Coelho
Bacharel
em Comunicação Social, com especialização em Cinema, Rádio e TV pela
Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Museóloga formada pelo
Instituto de Museologia da escola de Pós-Graduação da Fundação Escola de
comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo (EC/USP), com dissertação desenvolvida na
área da conservação audiovisual. Trabalha em arquivos audiovisuais desde
1979, principalmente na Cinemateca Brasileira, onde ocupou o cargo de
Coordenadora de Preservação no período de 2000
a 2008 e em 2014. Como funcionária da Cinemateca Brasileira ou
particularmente, ofereceu consultoria e treinamento de equipe técnica
para acervos audiovisuais de todo Brasil. Desde 2005 ministra o módulo
"Gestão de Arquivos Audiovisuais", como professora convidada,
na Pós-gradação da FESP-SP.
Glênio Póvoas
Mestre em Ciências da Comunicação (ECA-USP) e Doutor em Comunicação Social (PUC-RS) com a tese
Histórias do Cinema Gaúcho. Professor da PUC-RS, nos cursos de Comunicação e Produção Audiovisual. Publicou os livros
Cinema RS - Produção Audiovisual 1998-2000 (IECINE, 2000), Vento Norte - História e Análise do Filme de
Salomão Scliar (Unidade Editorial, 2002), Cinema RS - Produção Audiovisual 2004-2010 (Fundacine, 2005). Em parceria com Jorge Furtado foi co-roteirista de
Memorial de Maria Moura (1994), Benjamim (2003) e Oscar Boz
(2003). Foi programador do Cine Santander Cultural (2003-2012).
Trabalhou para a RBS TV na catalogação do Arquivo Leopoldis-Som
(2008-2010). Desde 2002 integrante dos grupos
de trabalho da criação e desenvolvimento da Cinemateca Capitólio.
Luciana Tomasi
Formada em Jornalismo pela UFRGS (1980). Foi sócia da Casa de Cinema de Porto Alegre (1987-2011)
e desde 2011 dirige a Prana Filmes. Produziu nove longas-metragens, entre eles
Inverno (1983), Tolerância (2000), O Homem que Copiava (2003),
Antes que o Mundo Acabe (2008) e Menos que Nada (2011). Produziu mais de 20 curtas, como
Passageiros (1986), Memória (1990), Deus Ex-Machina (1995),
Três Minutos (1999) e Os Caminhos de Scliar (2014). Produziu ainda vários programas de televisão para a Rede Globo, como
Incidente em Antares (1994), Luna Caliente (1998) e Brava Gente (1999). Publicou os livros
Um Spa na Índia (Libretos, 2007) e (Artes e Ofícios, 2011). É diretora do Cine Santander Cultural desde 2011.
Marcus Mello
Formado
em Letras, é Mestre em Literatura Brasileira pela UFRGS e especialista
em gestão cultural pela Universidade de Girona, na
Espanha, em curso realizado em parceria com o Itaú Cultural de São
Paulo. Crítico de cinema, é um dos editores da revista
Teorema, fundada em agosto de 2002, uma das publicações de cinema
mais respeitadas do país. Funcionário da Secretaria da Cultura de Porto
Alegre, na qual ingressou através de concurso público para o cargo de
Técnico em Cultura, em outubro de 1996. Atualmente
ocupa o cargo de Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da SMC.
Membro da ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Tem
ensaios publicados nos livros
Cinema dos Anos 90 (Editora Argos, 2005), Cinema Mundial Contemporâneo (Papirus Editora, 2008),
Os Filmes que Sonhamos (Lume Filmes, 2011) e Irmãos Coen: Duas Mentes Brilhantes (Caixa Cultural, 2012), entre outros.
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
www.salapfgastal.blogspot.com
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
www.salapfgastal.blogspot.com
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