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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de maio de 2015

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: LEVIATÃ



Sinopse: Numa península do Mar de Barents, no Ártico, um pai de família (Aleksey Serebryakov) luta contra os desmandos de um prefeito corrupto. Para enfrentar o político que tenta desalojá-lo, ele recorre a um colega de Moscou.

Polícias e funcionários corruptos, um presidente da câmara prepotente e mafioso, um sistema judicial crítico e distante, uma igreja que abençoa isto tudo, e um cidadão perdido nesta rede kafkiana que só tem a vodka para ajudar a esquecer o desespero. Bem-vindos à Rússia moderna. Mas será só na Rússia? Tudo parece muito familiar e se houvesse um banqueiro o retrato ainda mais familiar iria parecer. 
Andrey Zvyagintsev utiliza um drama familiar (a luta inglória de um cidadão comum contra o sistema - uma espécie de "David contra Golias") como base para efetuar uma sátira política sem qualquer condescendência à decadente Rússia contemporânea, asfixiada por um onipresente e totalitário Estado tirânico e corrupto. E atira-se de pés juntos, expondo, de uma forma metafórica (os simbolismos estão por toda a parte, inclusive no próprio titulo – uma vez que leviatã era uma criatura mitológica que se assemelhava a um grande polvo ou baleia) e com recurso a um humor negro e sarcástico sublime, as promíscuas e imorais interligações tentaculares entre o poder político, judicial e religioso (não poupando, contudo, nenhum extrato social, afinal todos fazem parte e/ou são coniventes de algum modo, mais que não seja pela sua passividade, com a "máquina instalada").
Estamos, portanto, perante um filme duro e intenso (contudo, sutil), sem réstia de esperança e/ou sem qualquer mensagem edificante (mas o mais angustiante é que este acaba por constituir uma -quase- parábola universal). Um  desmoronamento de uma Rússia, sem ética, moral, valores ou justiça. Andrey Zvyagintsev trouxe ao cinema um irônico e provocador retrato de uma sociedade em crise e decadência, onde o poder, a religião, a política e as influências dominam a lei e as decisões.


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