Sinopse: Juan (Alexis
Díaz de Villegas) é um sujeito de 40 anos especializado na arte de não fazer
nada. Um dia, se depara com uma misteriosa infecção que está transformando os
habitantes de Havana em mortos-vivos famintos. Juan, como um bom cubano, decide
começar um negócio ao lado do amigo Lazaro (Jorge Molina) para tirar vantagem
da situação. Eles se especializam em assassinar zumbis e trabalham com o slogan
"Matamos seus entes queridos". O negócio acaba sendo afetado com o crescimento
constante do número de infectados.
Juan é um fracassado,
fica vagando pelas ruas de Havana, acompanhado do seu amigo Lázaro, não tem
emprego fixo, mas apesar de tudo isso, parece mais que não está nem ai. Segundo
suas próprias palavras é um sobrevivente, mas diz isso referente ao universo
cubano que ele vive. Mal ele sabe que a questão sobrevivência terá que ser
colocado á prova
A primeira vista,
Juan dos Mortos parece uma parodia do gênero que atualmente é inesgotável, mas
catalogá-lo assim seria mais do que ingênuo. Desde a Noite dos Mortos Vivos,
obra prima de George Romero, os filmes
de zumbi sempre foi muito além de provocar sustos no cinéfilo que assiste:
temáticas políticas e sociais, estão sempre presentes nestes filmes, seja em
maior e menor grau e essa produção Cubana não foge dessa velha, mas certeira
regra.
Apesar da situação
descontrolada que poderia gerar puro medo, o filme possui altas doses de humor,
o que faz dele um dos poucos filmes que me fez realmente rir neste ano. Como de
costume, a trama começa quando uma epidemia se alastra em questão de poucos
dias e afeta inúmeros cubanos. Se dando conta da situação pra lá de bizarra,
Juan cria um grupo de caçadores e monta sua própria empresa, para acabar com os
zumbis e conseguir alguns trocados pelos serviços prestados.
Sem papas na língua, Juan
dos mortos faz uma crítica ao povo e à política cubana durante toda a projeção,
de uma forma esperta e heróica, não poupando nem Fidel Castro nesta historia,
pois afinal de contas, o seu governo provocou sérias conseqüências durante
todos esses anos e somente um apocalipse poderia mudar as coisas. Quem já
assistiu, sabe que uma das melhores cenas é quando o protagonista vê uma rua
tomada por mortos vivos. Imediatamente ele se dirige a outro personagem e
pergunta o que ele vê: “para mim, está tudo normal”. Resposta hilária e que faz
pensar.
A separação da ilha com
relação ao resto do mundo fica mais do que explicito, quando os protagonistas
tentam enfrentar um zumbi usando estacas e exorcismos. Vampiros ou demônios é
assunto velho por lá, mas parece que a mania zumbi pouco eles entendem. Com um
elenco praticamente desconhecido por aqui, os interpretes de Juan dos Mortos
entrega um trabalho perfeito, que aliado a uma ótima trama, faz do filme uma
sessão pra lá de indispensável. Destaque para o desempenho de Alexis Díaz de
Villegas que entrega um Juan sem nenhum preparo físico, mas que da conta muito
bem contra o fim do mundo. Já Jorge Molina, interpretando Lázaro, é responsável
pelas tiradas mais engraçadas da historia, sendo que a sua melhor cena, é
quando ele faz um ultimo pedido para Juan, pois (aparentemente) ele foi
mordido.
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