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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Cine Dica: O melhor do Nosso Cinema: A Festa Da Menina Morta

Matheus Nachtergaele surpreende na direção com esse forte, polemico e arrebatador  filme  

Sinopse: Há 20 anos uma pequena população ribeirinha do alto Amazonas comemora a Festa da Menina Morta. O evento celebra o milagre realizado por Santinho, que após o suicídio da mãe recebeu em suas mãos, da boca de um cachorro, os trapos do vestido de uma menina desaparecida. A menina jamais foi encontrada, mas o tecido rasgado e manchado de sangue passa a ser adorado e considerado sagrado. A festa cresceu indiferente à dor do irmão da menina morta, Tadeu. A cada ano as pessoas visitam o local para rezar, pedir e aguardar as "revelações" da menina, que através de Santinho se manifestam no ápice da cerimônia.
  
Se ocorrer tudo certo, Matheus Nachtergaele pode muito bem ter uma longa e boa carreira como diretor de cinema. O ator sempre me surpreendeu na interpretação, vide filmes em que ele atua como em Cidade de Deus e O Alto da Compadecida, mas aqui em sua estréia como diretor ele surpreende com uma direção firme e corajosa ao retratar um povo que vive a cada ano a espera de revelações da falecida menina, através de Santinho (magistralmente interpretado por Daniel de Oliveira). O filme toca em assuntos delicados, como até que ponto  se separa a fé e a insanidade.
Não faltam momentos fortes e polêmicos, como a morte do porco e o caso de insesto homossexual. São momentos explícitos, mas não gratuitos, mesmo assim não faltou gente taxando mal devido a essas partes, mas a meu ver são momentos que podem muito bem acontecer em diversos interiores desse país. O que ele fez foi escancarar uma realidade nua e crua, pois afinal de contas cinema não se vive apenas de fantasia.  

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