Matheus Nachtergaele
surpreende na direção com esse forte, polemico e arrebatador filme
Sinopse: Há 20 anos
uma pequena população ribeirinha do alto Amazonas comemora a Festa da Menina
Morta. O evento celebra o milagre realizado por Santinho, que após o suicídio
da mãe recebeu em suas mãos, da boca de um cachorro, os trapos do vestido de
uma menina desaparecida. A menina jamais foi encontrada, mas o tecido rasgado e
manchado de sangue passa a ser adorado e considerado sagrado. A festa cresceu
indiferente à dor do irmão da menina morta, Tadeu. A cada ano as pessoas
visitam o local para rezar, pedir e aguardar as "revelações" da
menina, que através de Santinho se manifestam no ápice da cerimônia.
Se ocorrer tudo certo,
Matheus Nachtergaele pode muito bem ter uma longa e boa carreira como diretor
de cinema. O ator sempre me surpreendeu na interpretação, vide filmes em que
ele atua como em Cidade de Deus e O Alto da Compadecida, mas aqui em sua estréia
como diretor ele surpreende com uma direção firme e corajosa ao retratar um
povo que vive a cada ano a espera de revelações da falecida menina, através de
Santinho (magistralmente interpretado por Daniel de Oliveira). O filme toca em
assuntos delicados, como até que ponto se separa a fé e a insanidade.
Não faltam momentos fortes e
polêmicos, como a morte do porco e o caso de insesto homossexual. São momentos explícitos,
mas não gratuitos, mesmo assim não faltou gente taxando mal devido a essas partes,
mas a meu ver são momentos que podem muito bem acontecer em diversos interiores
desse país. O que ele fez foi escancarar uma realidade nua e crua, pois afinal
de contas cinema não se vive apenas de fantasia.
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