Sinopse: Um
liquidificador pensa e narra essa história. Ele também conversa com sua
proprietária Elvira uma senhora já da terceira idade. Logo descobrimos que os
dois Elvira e liquidificador são cúmplices de um crime: o assassinato de Onofre
o marido de Elvira que depois foi moído no liquidificador. Num tom de humor
negro e sarcasmo ficamos conhecendo como o liquidificador adquiriu vida ao ser
reformado por Onofre quando o casal era dono de um pequeno bar a Vitamina da
Elvira. A história do casal é intercalada com o medo que Elvira tem de ser
descoberta pela polícia e o aconselhamento e reflexões do sábio
eletrodoméstico.
Se há uma coisa que
eu sempre prego, é que não importa se o filme tenha isso ou aquilo de efeitos
visuais, sonoros, ou se a imagem sai da tela, isso pouco importa. O que é
importante é ter, acima de tudo, uma idéia para criar uma historia genial que
está feito e esse filme de André Klotzel é uma prova disso. Protagonizado,
pela voz marcante de Selton Mello (Cheiro do Ralo) através de um liquidificador,
onde ele fica acompanhando o dia a dia dos seres humanos, principalmente dos
seus donos, o filme é uma analise do comportamento humano que por vezes age de
uma maneira imprevisível e que por isso cria momentos inusitados nos quais o
aparelho vai aprendendo a lidar.
A trama começa a
partir do desaparecimento do marido (Germano Haiut) e com isso sua esposa
Elvira (Ana Lúcia Torre ótima no papel) decide procurar a policia para falar a
respeito sobre o desaparecimento, mas
ela acaba se tornando a principal suspeita e com isso é vigiada de perto pelo
detetive Fuinha (Aramis Trindade engraçadíssimo e um excelente desempenho). Durante
o filme, nos simpatizamos com a senhora Elvira e suas conversas com o aparelho,
mas aos poucos, a trama vai descascando inúmeras camadas de sua personalidade,
assim como a de outros personagens, como no caso da vizinha e do marido da
Elvira. Com isso, o filme é uma verdadeira aula de reflexão de que às vezes nos
não nos conhecemos mesmo, mas tudo embalado em forma de humor negro que não há
como deixar de soltar um riso, principalmente nos momentos que o Fuinha entra
em cena.
Com um final que deixa em
aberto para fazer com o que o espectador imagine o que viria depois, o filme é mais
uma grata surpresa do nosso cinema brasileiro e mais uma prova que não precisa
de orçamentos estourados para se criar uma boa trama.
2 comentários:
Gostei do filme e da interpretação correta de Ana Lúcia Torre.
Sim Gilberto, só lamento por não ser um filme que a maioria do publico conheça
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