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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Cine Dica: Em Cartaz: LOVELACE



Sinopse: O filme conta a história de Linda Lovelace atriz que foi abusada pela indústria pornô a mando de seu marido opressor Chuck Traynor e ficou mundialmente conhecida ao protagonizar Garganta Profunda. Mais tarde tornou-se ativista contra a indústria pornográfica.

O problema às vezes das cinebiografias é que elas tentam passar a vida de uma determinada pessoa famosa de uma forma tão bem mastigada, que por vezes acaba decepcionando os fãs pelo fato de não explorar mais há fundo certos pontos da vida de seus ídolos. No caso de Lovelace, a situação não é diferente, já que o filme é baseado no livro The Complete, que por sinal, possui muito mais detalhes pesados, profundos, da vida de Linda Lovelace e que na adaptação para o cinema acabou sendo deixado de lado. Contudo o filme possui inúmeros acertos que nos fazem às vezes esquecer que o filme poderia ter ido mais longe.
Talvez o maior acerto do filme tenha sido na escolha de Amanda Seyfried. Conheci-a na série televisiva Big Love e quando ela decidiu a partir da terceira temporada sair de cena para então embarcar no cinema, sabia que aos poucos viria ela crescer, mas de uma forma gradual em determinados títulos como: Mamma Mia! - O Filme, O Preço da Traição, A Garota da Capa Vermelha e por fim Os Miseráveis. Porém somente com Lovelace ela provou que consegue levar todo um filme nas costas e deixando os demais do elenco no segundo plano. Sua caracterização de Linda Lovelace é digna de nota, pois a sua personagem passa tanto um ar de inocência, como também a consciência de que meteu os pés pelas mãos, no momento que conheceu o outro lado da moeda do seu marido Chuck Traynor (Peter Sarsgaard) que a fez embarcar no mundo da pornografia.
Por um momento, o filme nos engana pelo fato de  agilizar demais os fatos que levaram Linda ao estrelar o filme Garganta Profunda, para logo em seguida apresentar sua consagração meteórica e se transformar num símbolo de liberdade sexual daquele período. Mas é ai que do segundo ato em diante, é mostrado os bastidores por trás da cortina, onde Linda sofreu o diabo nas mãos de Chuck e que não levou praticamente nada do filme que arrecadou mais de R$ 600 milhões de dólares na época. Com uma montagem engenhosa, somos levados a revisitar por outro olhar, determinadas cenas vistas anteriormente, para então encararmos o lado cru, não somente da vida sofrida que ela passava nas mãos do marido, como também de uma mãe desnaturada, vivida de uma forma surpreendente por Sharon Stone cujo seu desempenho cria um verdadeiro contraste se comparado ao papel que a consagrou anos atrás em Instinto Selvagem.
Visualmente, o filme possui uma incrível reconstituição de época, onde cenários, figurinos e penteados remetem com perfeição aquele período já distante. Aliás, a fotografia é outro ponto chave, pois com uma imagem granulada, mas que ao mesmo tempo possui inúmeras cores quentes, nos faz com que tenhamos a sensação de que o filme foi realmente rodado nos anos setenta e é algo que eu não sentia desde Munique de Steven Spielberg. Com todos esses pontos a favor, é uma pena, portanto que o filme não se arrisque mais em adentrar nesse submundo que foi a pornografia dos anos 70, que com certeza se diferenciava e muito da pornografia atual e que ela era completamente livre dos olhos da lei daquele tempo.
Com pouco mais de uma hora e meia, Lovelace é ótimo, mas que poderia ter sido ainda melhor. Talvez faltasse um pouquinho mais de coragem para os diretores Rob Epstein, Jeffrey Friedman em adentrar nesse universo de altos e baixos que é para as pessoas que embarcam no mundo do sexo explicito. Se a produção tivesse sido dirigida por um Paul Thomas Anderson, o resultado poderia ter sido bem melhor, pois quem viu o seu filme de estréia (Boogie Nights) sabem muito bem que ele não se intimidaria em vasculhar ainda mais esse universo que foi para Linda Lovelace.

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5 comentários:

Carol Caniato disse...

Tinha esquecido desse filme, tenho que colocar na minha lista! Gostei muito do post e do blog, você escreve de um jeito ótimo! :D
Beijos, Carol

Marcelo Castro Moraes disse...

Assista Carol, pois vale a pena

LEO disse...

Víxi... fiquei meio com o pé atrás com esse filme agora q vc falou q parecem ter amenizado um pouco as coisas (eu esperava algo na linha mais cua e barra-pesada de "Boogie Nights" - q é excelente)!!!

mas verei assim mesmo (qdo sair em DVD)...

e vc sabe alguma coisa sobre o andamento da outra produção similar ("Inferno") sobre a Lovelace?

Gilberto Carlos disse...

Gosto do filme Garganta profunda. Quero ver Lovelace para descobrir mais sobre a vida e a carreira de Linda Lovelace. Abraços.

Marcelo Castro Moraes disse...

Leo a situação desse outro filme vc encontra no site Adoro cinema:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-60250/

Assista Gilberto pois vale a pena.