Sinopse: Um pouco cansado da
rotina de professor, Germain (Fabrice Luchini) chega a atormentar sua esposa
Jeanne (Kristin Scott Thomas) com suas reclamações, mas ela também tem seus
problemas profissionais para resolver e nem sempre dá a atenção desejada. Até o
dia em que ele descobre na redação do adolescente Claude (Ernst Umhauer) um
estilo diferente de escrever, que dá início a um intrigante jogo de sedução
entre pupilo e mestre, que acaba envolvendo a própria esposa e a família de um
colega de classe.
Vi pouco, ou quase nada da
filmografia de François Ozon, sendo que o ultimo que me lembro que vi foi 8
mulheres e vendo esse seu ultimo trabalho, faz me arrepender bastante por não ter
o acompanhado mais de perto. Baseado na obra do dramaturgo espanhol Juan
Mayorga, o filme não só mergulha no universo da literatura, como também é uma espécie
de estudo da alma humana, que vai desde as suas obsessões, sonhos, desejos e
vidas frustradas. Tudo isso acontece, no momento que o jovem Claude (Ernst
Umhauer) se infiltra na família do seu melhor amigo, para então fazer uma
analise detalhada do dia a dia deles, escrevendo no seu papel e fazendo ganhar
confiança e respeito do seu professor Germain (Fabrice Luchini).
O que começa como uma
simples curiosidade e admiração de professor para o seu aluno, acaba se tornando
em um verdadeiro jogo de gato e rato, mas que jamais desce para o gênero de suspense,
mas que faz com que o espectador tema pelo pior a cada momento que passa. No momento
que o jovem invade o universo dessa família, acaba por então descascando as
suas verdadeiras personalidades, onde se encontra de tudo um pouco: desejos
reprimidos, frustrações, alienações e a quebra da imagem da família perfeita
internamente. Tudo isso pelo olhar do jovem, que vai da curiosidade, para o
surgimento de um interesse mais sério que começa a sentir por cada um deles,
principalmente pela dona da casa (Emmanuelle Seigner).
Na medida em que a obsessão toma conta do jovem,
ao mesmo tempo desperta um desejo de curiosidade e obsessão também no seu
professor, desejando então que o seu aluno vá mais ao fundo disso. No decorrer
da trama, ficamos nos perguntando quais são os motivos para o professor desejar
tanto que o aluno prossiga com isso, que vai de teorias de um possível desejo homossexual,
paternidade que nunca chegou ou simplesmente vê nele alguém que ele jamais foi
um dia. Além de uma direção agiu de Ozon, o filme conta também com um desempenho
incrível de cada um do elenco, principalmente da dupla central Germain (Fabrice
Luchini) e Claude (Ernst Umhauer), onde ambos nos rendem momentos inspirados
tanto quando estão juntos em cena, como também quando estão separados durante á
historia.
Atenção também para o ótimo desempenho
de Kristin Scott Thomas, que embora sua personagem seja um tanto que secundaria,
se torna peça fundamental no ato final da trama. Um agiu, imaginativo filme e
que nos faz querer conhecer mais a filmografia de François Ozon.
2 comentários:
Desse diretor amo "Sitcom".
O resto também não conheço.
Pois é, hora de procurar os titulos dele.
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