Sinopse: No ano de 2159
existem duas classes de pessoas: os muito ricos que vivem numa estação espacial
imaculada construída pelo homem chamada Elysium e os demais que vivem na Terra
arruinada e superpovoada. As pessoas na Terra estão desesperadas para escapar
da criminalidade e da pobreza do planeta e precisam desesperadamente da
assistência médica de ponta disponível em Elysium mas alguns residentes de
Elysium farão de tudo para impor o cumprimento das leis anti-imigração e
preservar o estilo de vida luxuoso dos seus cidadãos. O único homem com alguma
chance de trazer igualdade a esses mundos é Max (Matt Damon) um sujeito comum
que precisa urgentemente chegar a Elysium. Com a sua vida em risco ele assume a
contragosto uma missão perigosa que o colocará cara a cara contra a Secretária
Delacourt (Jodie Foster) de Elysium e seu exército linha-dura. Se ele for
bem-sucedido entretanto poderá salvar não só a sua própria vida mas também a de
milhões de pessoas na Terra.
Como dito acima na
sinopse, basicamente é isso Elysium: uma premissa simples, mas muito bem orquestrado
na narrativa, proposta pelo cineasta Neill Blomkamp, cuja trama é também de sua
própria autoria. Elysium é pesado em sua proposta que passa, com personagens
inseridos em momentos chaves, com uma trama com começo, meio e fim bem amarrados. Assim como Distrito
9, o diretor novamente expõe a crueldade da diferença social, racial e colocada
na historia de uma forma convincente, mesmo se tratando um futuro incerto, mas
que passa uma metáfora sobre a hipocrisia e preconceito do nosso mundo atual.
O diretor
transmite sua mensagem através de diálogos, que embora curtos em alguns
momentos, são certeiros em sua proposta que quer passar. Novamente Neill Blomkamp prova que é a mais
nova promessa do cinema americano. Se em Distrito 9 ele deu o seu cartão de
visitas, em Elysium ele confirma que é um diretor repleto de idéias, nas quais
possui um estilo próprio em filmar e dirigir os seus atores que escolhe.
Resta
saber se o tema de diferença de classes, discriminação e o sofrimento das
minorias irá se estender para mais um filme. Como sempre. Matt Damon não faz
feio como herói de ação e convence no papel do errante Max, que na oportunidade
que tem de ir para Elysium para se curar, pode também ajudar todos aqueles que
precisam ir. Os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga
cumprem muito bem suas funções em seus papeis. Wagner Moura, aliás, conseguiu
ter uma estréia em um filme americano muito mais feliz do que outros que
tentaram, já que seu personagem simplesmente rouba a cena toda vez que surge e
sua participação no ato final é de extrema importância.
A sempre ótima Jodie Foster me impressionou
pelo fato de interpretar uma personagem tão desprezível, sendo que ela nada
mais é do que uma referencia da política norte americana, com relação as pessoas
que tentam a todo ano entrar no país de forma clandestina. Porém, nem de
metáforas vive o filme e Sharlto Copley é uma prova disso. Ele havia trabalhado
com o diretor em Distrito 9 e aqui ele faz um vilão extremamente detestável e
uma verdadeira grande ameaça para os protagonistas. A fotografia de Elysium novamente
repete a técnica do filme anterior do cineasta, onde o mundo é composto de inúmeros casebres
que se estendem até onde a vista alcança .
Mas, assim como aconteceu
no filme anterior, todo o cenário caindo
em ruínas acaba que ajudando a contar a história. O contraste entre a Terra,
que mais parece um planeta sem vida, com o verdadeiro éden que é a estação
espacial Elysium é valorizado em cada centímetro da cenografia. Os efeitos do
filme, embora simples, são eficazes, sendo que a primeira vista de Elysium nos
primeiros minutos não tem como deixar de se impressionar.
As explosões, tiros, mortes são de uma forma
crua, suja e que explora o contato cada vez mais inevitável da maquina com o
ser humano. Aqui no caso, o personagem de Matt Damon usa um exoesqueleto que o torna
forte num determinado tempo. Não teve como eu não me lembrar de Robocop, sendo
que essa sensação é a mesma que eu senti em Distrito 9 e o que me faz acreditar
que Neill Blomkamp teria sido uma escolha
mais lógica para a nova versão que está sendo comandada atualmente por José Padilha.
Enfim, Elysium é uma
boa ficção científica que vai muito mais além do que um mero entretecimento.
Nos faz refletir sobre o nosso mundo atual e que nos faz acreditar cada vez mais que o futuro
será muito mais sombrio que nos possamos imaginar se não tomarmos uma
providencia com nos mesmos.
Leia também: DISTRITO 9
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