Sinopse: O juiz Dredd
(Karl Urban) vive na megalópole Mega City Um, um oásis de civilização na Terra
Maldita, cerca de 120 anos no futuro. Bastante temido pelos infratores da lei,
ele acumula os cargos de polícia, de juiz e ainda tem o poder de executar suas
sentenças. Um dia, ele é encarregado de treinar uma candidata a juíza com
poderes mediúnicos (Olivia Thirlby), e neste primeiro dia de teste os dois
enfrentam a maior e mais perigosa traficante de drogas do local (Lena Headey).
A primeira vista,
Dredd parece Robocop, mas diferente do clássico dos anos 80, Dredd não pode
deixar o seu lado humano surgir durante o trabalho, pois se fizesse isso seria
morto. Seguindo 100% do seu dever como policial (e Juiz), Dredd é incorruptível,
sem dó, mas motivos é o que não faltam para manter essa posição imutável: Mega
City Um é uma representação das grandes cidades violentas do mundo atual, no
qual o único meio de colocar controle em meio ao caos, é ser rígido contra o
inimigo (e a si mesmo), para não amolecer perante o inferno.
Baseado numa clássica
HQ inglesa, o filme de Pete Travis é simples: retratar um dia de trabalho de
Dredd nas ruas violentas da cidade. Ao mesmo tempo, ele é recrutado para avaliar
uma novata (Olivia Thirlby), que possui poderes de telepatia e juntos
mergulham dentro de uma favela em forma de torre de babel, onde nos interiores
mais obscuros, é comandado pela mão de ferro Ma-Ma (Lena Headey). É isso a
trama, nada mais, sendo que o espectador é jogado junto com dupla, em meio a
esse inferno de violência do interior do prédio, que em muitos momentos lembra
uma favela real comandada por bandidos irracionais, assassinos, que não existam
em cometer atos terríveis, mesmo colocando em risco os inocentes que vivem no
mesmo prédio.
O filme não perde
tempo em dar lições de moral para quem assiste, sendo que a única que passa, é
de jamais baixar á guarda. Muito embora, a personagem de Olivia Thirlby seja uma
representação de nos mesmos perante aquele lugar, em que ela passa conflitos e
dilemas internos sobre o que ela está se metendo. Entretanto, ela tenta de
todos os meios não fazer com que isso lhe atrapalhe num momento critico, mesmo
quando ela encara o horror de suas ações. Enquanto isso, Karl Urban tem uma
interpretação eficaz interpretando Dredd, mesmo usando a todo o momento um
capacete que cobre boa parte do seu rosto, mas graças a sua voz grave, e gestos
minuciosos do seu corpo, ele passa para o espectador que é uma pessoa segura de
suas ações e que não passa em nenhum momento arrependido no que faz. Pode não ser um
modelo correto para aqueles que são a favor da paz, mas em territórios hostis
como esse (nenhum pouco diferente de outros filmes como Tropa de Elite),
ele é a pessoa certa no lugar certo.
Mas uma das grandes
surpresas do filme fica por conta presença magnética de Lena Headey (vista em
300), que cria uma aura trágica vinda da personagem Ma-Ma, que embora seja um
monstro, nos acabamos por compreender os elementos que a levaram a se tornar.
Com um olhar frio, e uma cicatriz no rosto, Headey se sobressai numa
interpretação certeira, em momentos imprevisíveis e que se sobressai em
momentos chaves da trama. Alias, ela protagonista de cenas inesquecíveis, onde
a sua personagem ingere uma droga chamada Slo-Mo, onde o usuário acaba enxergando tudo
de uma forma mais lenta do que o normal. É neste ponto, que o filme nos brinda
com uma das mais belas imagens em câmera lenta do ano, que enlaçado com um 3D
que explora ao máximo a profundidade dos cenários. Sangue, fumaça, e estilhaços,
são simplesmente jogados na cara do espectador, que embora alguns possam se
chocar, não há como não se maravilhar em cenas tão bem feitas e delirantes.
Cru, direto, e certeiro,
DREDD nada mais é que uma visão barra pesada sobre a violência das grandes metrópoles
atuais. E mesmo que os agentes dos politicamente corretos tentem tapar o sol
com a peneira, é bom eles pensarem em tomar providencias para não chegarmos ao
ponto de precisarmos ter um juiz em cada esquina de nossa cidade.
4 comentários:
Excelente matéria, Marcelo....
Hj em dia tá cada vez + raro encontrar filmes q nem o "Dredd", onde os personagens centrais não entram em "crises de consciência" por terem q matar bandidos e/ou adotarem uma linha + radical!!!
o Dredd é o próprio SISTEMA fazendo uma "limpa" pra impedir o avanço desigual da criminalidade (q se sobrepõe ao cidadão comum)!!!
uma pena q o filme foi mal de bilheteria... talvez por ser 18 anos e pela pouca populariade do Dredd fora da Inglaterra!!!
Abs!!
Pois é Leo, mas o bom é que Dredd tem aquela aura de cult, que aos poucos vai sendo reconhecido pelo publico.
PEGUEI UMA CÓPIA HOJE.
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