Nos dias 15 e 16 de
agosto, estarei participando do curso SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O
SPAGHETTI WESTERN, criado pelo CENA UM e ministrado pelo
professor Rodrigo Carreiro. E enquanto os dois dias não vêm, por
aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse cineasta, que
deu novo status para o gênero do Western e que se sente isso até hoje.
TRILOGIA SOBRE
AMERICA
Era uma Vez no Oeste
Sinopse: Em virtude
das terras que possuía serem futuramente a rota da estrada de ferro, um pai e
todos os filhos são brutalmente assassinados por um matador profissional.
Entretanto, ninguém sabia que ele, viúvo há seis anos, tinha se casado com uma
prostituta de Nova Orleans, que passa ser a dona do local e recebe a proteção
de um hábil atirador, que tem contas a ajustar com o frio matador.
Um dos melhores, e
mais ambiciosos faroestes de todos os tempos, com o qual Sergio Leone realizou
o sonho de dirigir um dos mitos do gênero que era Henry Fonda e transformá-lo
num dos mais assustadores vilões da historia, o que acabou causando desconforto nos americanos que sempre viam
Fonda como mocinho. Todos no elenco (até mesmo Charles Bronson) estão ótimos em
seus respectivos papeis e a musica composta pelo mestre Ennio Morricone se
tornou clássica e entrou no imaginário dos fãs desse gênero.
Leia mais sobre Era
uma Vez no Oeste clicando aqui.
Quando Explode a
Vingança
Sinopse: Juan Miranda é um ladrão mau e desajeitado
que tem seu caminho cruzado por John Mallory, um terrorista fascinado por
explosivos. Juntos, sem querer ou não, eles entram de cabeça na Revolução
Mexicana de 1913.
Segunda parte da
ambiciosa trilogia de Leone sobre America. É um filme (literalmente) explosivo,
divertido e sarcástico, com personagens debochados, desfecho sanguinolento e
pano de fundo político. O bonito visual mostra a região de Almerica (Espanha). Assim
como Era uma vez no Oeste, Leone quebra as leis do tempo, fazendo com que a
longa duração do filme, passe a sensação de agilidade, graças ao fato, de ele
sempre criar uma espécie de pequena historia em meio à outra maior do que está
por vir. Bom exemplo disso é seqüência inicial, em que mostra a intolerância da
aristocracia, perante as pessoas humildes do México, mas que acabam se tornando
todos insignificantes quando eles batem de frente, com o que acreditavam serem
seres inferiores.
Tudo isso, nos
primeiros minutos de filme, onde tudo é feito de uma maneira minuciosa e muito
bem dirigida por Leone. Mas um dos melhores pontos do filme é sem sombra de duvida
a química perfeita de James Coburn e Rod Steiger, que nos brinda com momentos hilários,
numa amizade que vai crescendo gradualmente no decorrer da historia. O
personagem de Coburn, alias, tem toda a sua historia, muito bem contada através
de flashbacks, no qual a bela direção de cenas em câmera lenta criada por Leone,
com bela trilha sonora de Ennio
Morricone, fazem um belo casamento.
Era uma vez na
América
Sinopse: O filme é um conto
épico de um grupo de gângsters judeus na cidade de Nova York, na primeira
metade dos anos 1900, durante a sua infância até sua reunião posterior, nos
anos 1960.
A mais ambiciosa superprodução
criada por Leone, que fecha a trilogia sobre sua visão pessoal sobre a America,
e o ultimo filme, de sua curta, mas marcante carreira. O filme é uma verdadeira
saga, sobre a formação da máfia judaica na ilha de Manhattan, Nova York. Mais
precisamente sobre a amizade de jovens, que se viram como podem, em meio a bicos,
roubos e que os levam a um caminho sem volta de altos e baixos do mundo do
crime.
Na época do seu lançamento,
o filme tinha pouco mais de 139minutos de projeção, mas inesperadamente, houve
protesto, tanto da parte dos fãs do diretor e que gostaram do filme, como da critica
especializada que queriam ver mais dessa historia. Com isso, o filme foi
lançado em TV a acabo, numa versão maior de 192 e quando chegou em VHS, teve
uma versão muito mais entendida de 227 minutos e que acabou melhorando mais o
entendimento da historia.
A reconstituição de época é fantástica,
sendo algo similar, ou até mesmo melhor do que se viu em O Poderoso Chefão:
Parte II, e como sempre, Leone nos brinda com cenas magníficas (a do bolo é
minha favorita) e que novamente faz um belíssimo casamento com a trilha sonora
composta pelo mestre Ennio Morricone. De Niro e James Woods dão um show de
interpretação, muito embora pequenas participações roubem a cena, como na
pequena participação de Jennifer Connelly, que alias, foi seu papel de estréia no
cinema.
Um filme que encerra com
chave de ouro, uma curta, mas significativa filmografia de um grande cineasta.
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