A cine série Resident
Evil sempre sofreu com as criticas especializadas e pelos fãs de carteirinha do
jogo, que sempre pregam que os filmes fogem demais da trama original.
Sinceramente não sou familiarizado com o jogo, mas digo que esses filmes são
ruins, mas divertidos de assistir e que nasceram unicamente para entreter assim
como um vídeo game. Talvez por se afastar um pouco do universo dos jogos, é o
que deve ter sido o acerto para essa cine série chegar tão longe. Diferente de
outras adaptações que não passam nem do segundo filme como Lara Croft por
exemplo.
Pensando nisso, e com
a estréia do mais novo capítulo da série, decidi recapitular cada filme neste
ultimo final de semana que passou. Admito que me divirto vendo os filmes e
abaixo explico porque.
Resident Evil - O
Hóspede Maldito
Sinopse: Alguma coisa
terrível está oculta na “Colméia”, um enorme laboratório subterrâneo utilizado
para pesquisa genética que é controlado pela Umbrella, uma dos maiores
conglomerados do mundo. Lá há uma epidemia do T-Vírus, uma arma biológica de
grande poder que acaba matando todos os cientistas que lá trabalhavam. Na
verdade se eles tivessem sido mortos realmente teria sido ótimo, mas todos são
transformados em zumbis, que sentem uma fome incontrolável e transformam todas
as suas vítimas em outros zumbis. Quando isto acontece Alice (Milla Jovovich),
que não sabe bem quem ela é, e Rain Ocampo (Michelle Rodriguez) se integram a
um comando que entra na “Colméia” para entender e tentar controlar a situação.
Porém isto tem de ser feito muito rápido, pois em três horas “Rainha Vermelha”,
o supercomputador que controla o local, o selará para sempre e quem estiver lá
dentro estará fatalmente condenado a se tornar um zumbi.
Na época, Paul W.S. Anderson era conhecido
por ter feito a adaptação Mortal Combate para o cinema, que época (pasmen) era
a melhor adaptação de vídeo game para o cinema até aquele momento. Usando uma
trama, que segundo as próprias palavras do cineasta, se passa anteriormente o
que é visto no jogo, o filme possui um inicio promissor, com direito a suspense
caprichado, numa cena envolvendo um elevador e que deixa quem assiste sem fôlego. Eis
que então, surge a protagonista Alice (Milla Jovovich), linda, nua, desmemoriada
e embarcando numa aventura embaixo da terra, ao lado de um comando com a missão
de saber o que acontece.
Claramente, o filme é uma produção B,
disfarçada para parecer uma produção classe A, mas em nenhum momento deixamos
de nos divertir assistindo o filme. Lembrando, que a produção foi a retomada dos
filmes de mortos vivos (fortalecido com Extermínio na época), que estavam bem esquecidos
nos anos 90 e acabou retornando com força total. Milla Jovovich provou
potencial e fibra para um filme de ação, embora seja curioso, que ela passe por
todo tipo de prova de fogo, mas jamais deixa de ficar bonita. O filme também fortaleceria
o tipo de personagem que Michele Rodriguez faria nos anos posteriores, mas que convenhamos, ela se encaixa perfeitamente como uma mulher durona, que faz
serviço de homem e que não leva desaforo para casa.
O ato final reserva algumas surpresas, e
deixando um grande gancho para a inevitável seqüência que viria
Resident Evil -
Apocalipse
Sinopse: Desde que
foi capturada pela Corporação Umbrella, Alice (Milla Jovovich) passou por
várias experiências biogênicas. Ela teve seus genes modificados, o que fez com
que adquirisse poderes, sentidos e agilidade sobre-humanos. Agora ela precisa
retornar à cidade de Racoon, onde recebe o apoio de Jill Valentine (Sienna
Guillory) e Carlos Olivera (Oded Fehr) para eliminar um vírus mortal que ameaça
fazer com que todo ser humano retorne como morto-vivo.
Nesta seqüência, sai Anderson
e entra o diretor Alexander Witt, que nada mais é do que um típico diretor de
segunda unidade de alguns filmes, e que neste aqui, vê claramente que ele tem muito
que aprender em termos de dirigir uma produção. Se no primeiro se disfarçava de
filme A, aqui é escancarado como uma produção B, com o direito há ter um super
monstro, saindo de um típico filme de baixo orçamento da década de 80.
Mas para alegria (ou
não) dos amantes do jogo, Jill Valentine surge nos primeiros minutos da trama,
com características e visual idênticos da fonte original e claramente da para
ver que a atriz(?) Sienna Guillory está mais do que a vontade no papel. Mas
para o seu azar, a protagonista do filme é mesmo Alice (Jovovich), que agora
surge com super poderes, devido a experiências que passou nas mãos dos vilões. Falando
neles, nunca vi vilões mais canastrões, sendo que fico me perguntando, como Umbrella se tornou tão poderosa, nas mãos de
vilões tão caricatos.
O final é bem mais
resolvido que o anterior, mas deixa um pequeno fiapo de trama solta, que serviu
como desculpa para continuar com a cine serie no cinema.
Resident Evil 3 - A
Extinção
Sinopse: O T-Vírus
experimental, criado pela Umbrella Corporation, foi liberado no mundo,
transformando a população em zumbis que se alimentam de carne humana. Com as
cidades sem segurança alguma, Carlos Olivera (Oded Fehr) e L.J. (Mike Epps),
juntamente com as sobreviventes K-Mart (Spencer Locke) e Betty (Ashanti),
reúnem um grupo e fogem pelo deserto, em um comboio blindado. Eles procuram
outras pessoas que não estejam infectadas, mas apenas encontram outros
mortos-vivos. O grupo é acompanhado pelo dr. Isaacs (Iain Glen), que está num
complexo laboratorial subterrâneo da Umbrella Corporation, escondido sob uma
torre de rádio abandonada em Nevada. Isaacs acompanha também Alice (Milla
Jovovich), que, após ser capturada pela Umbrella, foi submetida a um teste
biogenético que alterou sua configuração genética. Agora transformando-se
constantemente e sob o risco de ser traída pelo seu próprio corpo, Alice segue
o comboio e tenta conduzi-los ao seu destino: o Alasca, onde acreditam que
estarão livres dos zumbis.
De todos os filmes,
esse é meu preferido, talvez por ter sido mais bem produzido. Também pudera,
pois o diretor da bola da vez foi Russell Mulcahy, o cara que dirigiu o clássico,
Highlander, o Guerreiro Imortal (mas que também dirigiu a bomba do segundo),
que aqui soube criar uma trama mais redondinha e que desse espaço para explorar
melhor os personagens. Claramente, o filme presta uma homenagem a Mad Max, pois
a trama se passa toda em um deserto apocalíptico, mas ao mesmo tempo existem
elementos que até lembram um western spaghetti. Dessa salada, novamente todo o
foco se concentra em Alice, descobrindo novos poderes e ajudando um comboio a
se salvar de inúmeros mortos vivos. Mas ao chegar no ato final, o filme ganha proporções
que beirão ao absurdo, provando que existe uma obsessão dos produtores pela
imagem de Milla Jovovich. Pois só assim para explicar a cena final, que por
mais absurda que seja, deixou muitos fãs salivando, para saber o que iria acontecer e para ver muito e muito mais Milla Jovovich (literalmente) na próxima
aventura.
Resident Evil 4:
Recomeço
Sinopse: Em um mundo
devastado por um vírus mortal, Alice continua sua jornada para encontrar e
proteger os poucos sobreviventes que restaram. Lutando contra a Umbrella, a
guerra se torna mais violenta e ela recebe ajuda inesperada de uma velha amiga.
O único lugar que ainda permace aparentemente seguro é Los Angeles, até que a
cidade é invadida por milhares de zumbis que trarão terror aos poucos vivos que
ainda restam, Alice está prestes a entrar em uma armadilha mortal.
Vendo o sucesso da
franquia, Paul W.S. Anderson decide nesta quarta aventura voltar no comando de
direção e criando (novamente) um novo visual que se diferencia dos capítulos anteriores.
Infelizmente, o que foi mostrado no final do filme anterior, é rapidamente
descartado em seqüências de ação absurdas já no inicio da trama, em situações que
lembram bem mais um vídeo game, animação japonesa e zero de aprofundamento na
trama. Convenhamos, a trama aqui é uma mera desculpa, para apresentar o bom uso
do 3D, e nisso Anderson se mostra o melhor, fazendo um belo casamento da
terceira dimensão, com cenas de câmera lenta, criando belas imagens e que nos
faz nos esquecer dos absurdos que surgem na tela e com algumas coincidências
forçadas.
Curiosamente, o sub-titulo
“recomeço”, de nada tem haver o que acontece na trama, já que o filme continua
com o que já aconteceu, e prossegue com a saga de Alice contra Umbrella. Tanto que, o filme não tem final,
sendo que mais do que um gancho, o filme parece mais um capitulo incompleto da forma que termina. Mas para alegria dos fãs do jogo, há o retorno da Jill
Valentine (Sienna Guillory), mas para a tristeza de todos, apenas em alguns
segundos e durante os créditos.
Resident Evil 5:
Retribuição
Sinopse: Fruto de uma
das experiências das Umbrella Corporation, Alice (Milla Jovovich) acorda
misteriosamente em outra realidade, como se nada tivesse acontecido no planeta
Terra. Mas as seqüelas do vírus T logo aparecem na forma de zumbis famintos por
carne humana e ela descobre, novamente, fazer parte de um novo e viajante
experimento. Dentro das intalações da terrível corporação, a guerreira descobre
que um antigo inimigo pode estar por trás de um plano para salvar não só ela,
mas também seus antigos companheiros de luta, como Ada (Binbing Li), entre
outros. Agora reunidos, eles lutarão lado a lado num combate sangrento, que os
levará a uma importante e inacreditável revelação. Só existe um problema, Jill
Valentine (Sienna Gillory) e Rain Ocampo (Michelle Rodriguez), sob as ordens da
poderosa Rainha Vermelha, não estão dispostas a facilitar as coisas para o
grupo, que ainda por cima corre contra o tempo.
Começando exatamente no ponto que
se encerrou a aventura anterior (mas com o direito de apresentar um
desaparecimento inexplicável de dois personagens), o filme nos bombardeia com
belas cenas em câmera lenta, que enlaça com uma musica eletrônica e um 3D
perfeito. Se Anderson fosse um ótimo diretor de criar boas historias, e com seu
talento de criar cenas perfeitas com o bom uso do 3D, seus filmes seriam considerados
obras primas, mas que infelizmente está longe disso. Como se trata de uma cine serie, cuja sua
origem é de um vídeo game, a trama joga a protagonista praticamente em um, com
direto a passar por inúmeras fases, numa espécie de jogo gigante criado pela inteligência
artificial da Umbrella.
Embora a trama se inicie,
com a protagonista fazendo um belo resumo de todos os acontecimentos dos filmes
anteriores, o espectador de primeira viagem ficará boiando, principalmente com
a volta de personagens vistos anteriormente, mas que estavam mortos,
mas nada que a tecnologia da clonagem não possa fazer. Com isso, a personagem
durona de Michele Rodriguez retorna, unicamente para encher mais a lingüiça de
uma trama raça, com direto de Alice ser mãe de uma menina surda no decorrer da
trama.
Embora Jill Valentine
(Sienna Guillory), esteja mais presente na trama, a personagem pouco pode
fazer, principalmente por ter se tornado fantoche da Umbrella, mas que acaba
tendo grande destaque no ato final da trama, em que ela vai no braço contra
Alice. Isso é pouco para os fãs dos games, mas para o leigo, e que somente curtiu
Resident Evil no cinema, o filme (mesmo com os seus muitos defeitos) é prato
cheio para se curtir no cinema. Contudo, a meu ver o próximo capitulo tem o dever
de encerrar as aventuras de Alice no cinema com certa dignidade, pois se chegou
até aqui, que o final pelo menos seja correto e bem redondinho.
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