Sinopse:
Assinado por Ana Rieper, o documentário Vou Rifar Meu Coração utiliza a obra
dos principais nomes da música popular romântica - também conhecida como música
brega - para falar sobre o imaginário romântico, erótico e afetivo do
brasileiro.
O grande
acerto desse documentário de Ana Rieper, foi ter escolhido as pessoas certas, acertar no tom das declarações dessas pessoas que vai do bem humorado ao mais puro desabafo. O documentário tem inicio focando as origens da musica brega, mais precisamente
sobre os cantores e suas motivações que os levaram a cantar esses tipos de
musicas. De todos os entrevistados, Vando é o que mais não se intimida em explicar, sobre as origens de suas musicas de sucesso, sendo que elas estão ligadas a
sua vida amorosa do passado, que de uma forma ou de outra acaba em amor não
correspondido ou traição.
Alias,
Vando é de um grupo de geração de cantores, que decidiram não somente criar musica
que contavam suas vidas amorosas, como também era uma forma de laçar o publico
em geral que iria se identificar com elas. Mesmo reconhecendo que a musica não é
aquelas coisas ou simplesmente brega, as pessoas entrevistadas reconhecem que
se vêem em varias letras famosas e não tendo nenhum tipo de vergonha de ter
ouvido e chorado junto com elas. O grande acerto da cineasta foi fazer a transição
sobre as origens da musica brega, para focar os depoimentos de pessoas, cuja
suas vidas poderiam gerar outras melodias semelhantes, através de suas historias
de corações partidos e de uma grande bagagem para contar. O que vemos na tela,
são pessoas humildes, humanas, sem papas na língua e não tendo nada para
esconder. A sorte da diretora, foi ter pegado como exemplo, o depoimento do ex
prefeito Osmar, que mesmo tendo tido uma relação fora do casamento durante 33 anos,
e ter gerado filhos e netos do outro lado, ele ainda tenha a capacidade de chamar
a outra nesta altura do campeonato de amante e focar a esposa como a sua prioridade.
O que vemos,
é a declaração de um ser humano reconhecendo os seus erros, que não deseja que
outros façam o mesmo e que sente no fundo o sofrimento das suas mulheres que
surgem na tela com as marcas das dores do passado que ainda as assombram. São
momentos como esse e outros, que o publico em geral se vê na tela, compreendendo
as pessoas que surgem, com seus erros e acertos e sem poder julgá-las se estão
certas ou erradas. Pois no final das contas, há de todos nos cometermos erros
semelhantes, mesmo quando não admitimos abertamente para outras pessoas. Para
um documentário, cujo ponto de partida era descobrir as origens das musicas
bregas, a proposta foi muito mais longe do que se poderia imaginar, e nos meros
mortais com nossos inúmeros erros e defeitos, temos mais do que agradecer.
2 comentários:
Deve ser um documentário brega.....porém, imperdível. kkk.
Tudo depende da expectativa que se cria.
Assisti ontem o de Raul e adorei.
Sabe o que é ironico Renato? Eu nunca gostei de Amado Batista, mas no fim, acabo gostando de um filme em que ele faz parte!
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