Nos dias 25 e 26 de
Agosto, haverá o curso sobre James Bond: 50 anos de Cinema, criado pelo CENA UM
e ministrado pelo critico de cinema Roberto Sadovski (ex editor da saudosa
SET). Minha presença na atividade é incerta (pois os filmes com Roger Moore me
dava dor de cabeça), mas isso não me impede de voltar no tempo e relembrar um
pouco dos primeiros e últimos grandes filmes desse ícone da sétima arte.
Com 007 Viva e Deixe
Morrer
Sinopse: Depois que três agentes do governo
britânico são mortos em investigação, James Bond (Roger Moore) deve descobrir o
que houve. Sabe-se que o caso tem envolvimento com o tráfico de drogas e um
diplomata internacional. Quase que Bond também é morto quando chega à Nova
Iorque, mas ele acaba descobrindo um jogo bilionário com drogas no local.
Uma seqüência
especialmente divertida, mas que a meu ver, iria começar como uma espécie de declínio
que o personagem passaria ao longo da década de 70. Existem cenas que até hoje
muitos se lembram, como a maneira que 007 escapa de crocodilos correndo sobre
eles. Se Conney tinha um ar de irônico, ele foi trocado por um lado de deboche
vindo de Roger Moore, que foi o 007 que menos gostei, mas que ironicamente,
estrelou mais seis filmes depois desse.
Visto hoje, é um
filme para somente se curtir e não levar nenhum pouco a sério. Tem que se levar
em conta também a época em que foi criado, porque visto pelos olhos de hoje (os
vilões são negros e usam magia negra), seria um tanto politicamente incorreto.
007 Contra o Homem
com a Pistola de Ouro
Sinopse: James Bond
(Roger Moore) é ameaçado por um assasino profissional, quando este consegue
levar uma bala de ouro com a inscrição 007 até o quartel-general do agente.
Mesmo assim, Bond segue para investigar o caso e acaba descobrindo o seqüestro
de um cientista, que inventou a solução para o problema de energia do mundo.
A primeira vez que
assisti a esse filme, foi numa sessão da tarde da vida, e mesmo numa época que
ainda não entendia muito sobre cinema, já tinha noção da ruindade que estava
vendo. O diretor Guy Hamilton faz ironia com os outros filmes da série, levando
tudo na mais pura gozação, onde em nenhum momento, sentimos que o protagonista
está realmente em perigo ou coisa do gênero. O filme não tem ritmo, poucas
cenas de ação e dando a entender que os produtores não sabiam exatamente o que
criar para 007 enfrentar. Nem mesmo a presença do mestre Christopher Lee como
vilão ajudou a melhorar, no que eu acho ser o pior dos piores filmes de Bond já
criados na historia.
007 - O Espião Que Me
Amava
Sinopse: James Bond
(Roger Moore) deve investigar o desaparecimento de um submarino nuclear que
tinha 16 ogivas nucleares a bordo. Para isso, ele recebe a ajuda de uma bela e
sensual soviética, a Major Anya Amasova (Barbara Bach). Indicado à 3 Oscar:
Melhor Direção de Arte, Trilha Sonora e Canção ('Nobody Does It Better').
A gozação aqui
continua, mas levado na risca a essência do personagem, que se por um lado a
trama não ajuda, pelo menos há cenas de ação são muito melhor trabalhadas, como
a do carro anfíbio que jamais esqueço. Assim como a cara de Roger Moore, o
filme começa de uma forma bem debochada, onde vemos o protagonista saltar de um
precipício e abre para quedas com a bandeira da Inglaterra.
Dessa fase equivocada
do personagem, esse é o filme que mais gosto e não dispenso.
007 Contra o Foguete
da Morte
Sinopse: A Inglaterra
investiga o estranho caso do sumiço dos destroços de uma nave que caiu com um
foguete espacial a bordo. James Bond acaba descobrindo o envolvimento de um
milionário, que desenvolveu um projeto com a intenção de exterminar toda forma
de vida existente na Terra.
A culpa é de George Lucas,
sendo mais especificamente da sua criação Guerra nas estrelas. Quando o filme
foi lançado em 1977(se tornando o que todo mundo já sabe), imediatamente começou
uma corrida desenfreada de outros estúdios, em procurarem projetos com um tema similar.
Mas o que tem 007 haver com tudo isso? Simples: o vilão mora no espaço (num paraíso
espacial melhor dizendo) e quer acabar com a raça humana na terra!
Pronto, está ai a desculpa
esfarrapada, para vermos o herói no espaço, com direito a armas laser e tudo
mais para derrotar o vilão, mas antes disso, o herói da uma passadinha em nosso
território brasileiro. É nesta parte (única alias), que gosto de assistir a
esse filme, pois ela possui uma ótima cena de ação no bondinho do pão de açúcar.
Mas como não pode faltar em um filme estrangeiro que vem filmar no Brasil, há
cenas do carnaval carioca. Até dá a sensação que tem carnaval o ano inteiro em
nosso país. Há ainda o James Bond visto a cavalo, vestindo um poncho e chapéu,
parecendo mais um bandoleiro mexicano. Mas o pior mesmo, ficaria na seqüência,
em que Bond do Rio, parte para a Amazônia e, em uma perseguição de lanchas, 007
chega do nada, ao Foz do Iguaçu como se os dois locais ficassem bem próximos. Um
erro geográfico muito pior, do que visto em filmes recentes como Velozes e
Furiosos 5.
Embora tenha feito grande
sucesso de bilheteria, visto hoje pelos fãs, é considerado como um dos piores
da franquia, que muito embora, acho que esse titulo fique melhor para O Homem
da Pistola de Ouro.
Menção Honrosa: Hervé
Villechaize
Os filmes da cine série 007
estrelados por Roger Moore, possui inúmeros momentos em que tudo vira uma tremenda
sátira e com cara de deboche (como a própria cara do ator), sendo que desses
momentos de humor imprevisíveis, é a presença de Hervé Villechaize em 007: Contra
Homem da Pistola de Ouro que dispara na minha memória. Hervé faz o pequeno
capanga do vilão na trama, que surpreendentemente, tenta matar Bond no final do
filme, mas que logicamente se da mal.
Seu desempenho foi tão
lembrado, que acabou sendo convidado para a clássica série Ilha da Fantasia,
onde interpretava o personagem Tatto. Apesar do sucesso, Hervé acabou se entregando
a bebida, devido a problemas de saúde e 1993 acabou se suicidando.
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