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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 14 de novembro de 2021

Cine Dica: O Cinema da Alemanha Oriental

 CLÁSSICOS DA ALEMANHA ORIENTAL EM EXIBIÇÃO NA CINEMATECA CAPITÓLIO

Solo Sunny

O Goethe-Institut Porto Alegre e a Cinemateca Capitólio promovem entre 13 e 24 de novembro a mostra O Cinema da Alemanha Oriental, com doze obras realizadas entre 1946 e 1990 pela DEFA (Deutsche Film-Aktiengesellschaft), a produtora estatal da República Democrática Alemã. Em 2021 são celebrados os 75 anos da produtora que, na altura da reunificação alemã, havia produzido mais de 700 longas-metragens e cerca de 2.500 curtas e documentários.

O panorama histórico da mostra revela diversas facetas das produções da DEFA. Integram a programação os clássicos Os Assassinos Estão Entre Nós, lançado logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, Berlim – Esquina Schönhauser, retrato da rebeldia juvenil nos anos 1950; obras modernas e polêmicas, realizadas em sintonia com as Nouvelle Vagues dos anos 1960, como O Céu Dividido, O Coelho Sou Eu, Karla e Rastro de Pedras; e filmes de grande apelo popular como A Lenda de Paul e Paula e o musical Solo Sunny, um êxito arrebatador de público e influência para a moda de toda uma geração jovem do leste alemão no fim dos anos 1970.

Os últimos anos da Alemanha Oriental são retratados em obras impactantes como Coming Out, marco do cinema queer dos anos 1980, e Adeus, Inverno, uma pequena obra-prima documental realizada pela jovem diretora Helke Misselwitz. A mostra tem curadoria da Coordenação de Cinema e Audiovisual de Porto Alegre.


Exibições em cópias de alta definição.

O valor do ingresso é R$ 10,00.


Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4681/o-cinema-da-alemanha-oriental/


GRADE DE PROGRAMAÇÃO


13 de novembro (sábado)

15h – Os Assassinos Estão Entre Nós

17h – Berlim – Esquina Schönhauser

19h – Adeus, Inverno (apresentação do Cineclube Academia das Musas)


14 de novembro (domingo)

15h – O Terceiro

17h – Solo Sunny

19h – Rastro de Pedras


16 de novembro (terça)

15h – Berlim – Esquina Schönhauser

17h – O Céu Dividido

19h – Karla


 17 de novembro (quarta)

15h – O Coelho Sou Eu

17h – O Terceiro

19h – A Lenda de Paul e Paula


18 de novembro (quinta)

15h – Solo Sunny

17h – Coming Out


19 de novembro (sexta)

15h – Os Assassinos Estão Entre Nós

16h30 – Rastro de Pedras

19h – O Céu Dividido


20 de novembro (sábado)

17h – O Muro


21 de novembro (domingo)

17h – Coming Out

19h – O Coelho Sou Eu


23 de novembro (terça)

15h – A Lenda de Paul e Paula

17h – O Terceiro

19h – Karla


24 de novembro (quarta)

15h – Adeus, Inverno

17h – O Muro


Para a retomada da programação presencial, uma série de adaptações para a utilização do espaço foram implementadas, desde entrada e saída do público, o estabelecimento de limite de espectadores por sessão (teto de 50% de ocupação), distanciamento entre os presentes, sendo bloqueados os assentos demarcados, além do uso obrigatório de máscara durante toda a sessão e o incentivo à higienização constante das mãos. É obrigatória a apresentação de Comprovante de Vacinação Oficial (CONECTE SUS) de acordo com calendário de vacinação estadual para público e trabalhadores de cinemas do Rio Grande do Sul.

Cine Dica: Programação 13 a 24 de novembro de 2021 da Cinemateca Capitólio

Cores e Botas 

SESSÃO ESPECIAL DA MOSTRA O CINEMA DA ALEMANHA ORIENTAL

Neste sábado, 13 de novembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio e o Goethe-Institut Porto Alegre apresentam a sessão especial de abertura da mostra O Cinema da Alemanha Oriental, com a exibição gratuita do filme Adeus, Inverno, de Helke Misselwitz, baseado em uma viagem de trem do norte ao sul do país no final dos anos 1980. A sessão será apresentada pela crítica e pesquisadora Juliana Costa, integrante do Cineclube Academia das Musas.  

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/novidades/4681/o-cinema-da-alemanha-oriental/


SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA SESSÃO VAGALUME

No mês de novembro, em comemoração à Semana da Consciência Negra, a Sessão Vagalume exibe um programa de curtas em torno da questão negra, trazendo uma série de títulos premiados em festivais, que têm como traço comum o fato de apresentarem um adorável grupo de protagonistas mirins. O valor do ingresso é R$ 10,00.

Mais informações: http://www.capitolio.org.br/eventos/4716/sessao-vagalume-semana-da-consciencia-negra/


GRADE DE HORÁRIOS

13 a 24 de novembro de 2021 


13 de novembro (sábado)

15h – Os Assassinos Estão Entre Nós

17h – Berlim – Esquina Schönhauser

19h – Adeus, Inverno (entrada franca)


14 de novembro (domingo)

15h – O Terceiro

17h – Solo Sunny 

19h – Rastro de Pedras


16 de novembro (terça)

15h – Berlim – Esquina Schönhauser

17h – O Céu Dividido

19h – Karla


17 de novembro (quarta)

15h – O Coelho Sou Eu

17h – O Terceiro

19h – A Lenda de Paul e Paula


18 de novembro (quinta)

15h – Solo Sunny

17h – Saindo


19 de novembro (sexta)

15h – Os Assassinos Estão Entre Nós

16h30 – Rastro de Pedras

19h – O Céu Dividido


20 de novembro (sábado)

15h – Sessão Vagalume: Semana da Consciência Negra

17h – O Muro

19h – Sessão Especial Dia da Consciência Negra (divulgação em breve)


21 de novembro (domingo)

15h – Sessão Vagalume: Semana da Consciência Negra

17h – Saindo

19h – O Coelho Sou Eu


23 de novembro (terça)

15h – A Lenda de Paul e Paula

17h – O Terceiro

19h – Karla

 

24 de novembro (quarta)

15h – Adeus, Inverno

17h – O Muro

19h – Cabeça de Nêgo (pré-estreia)


Para a retomada da programação presencial, uma série de adaptações para a utilização do espaço foram implementadas, desde entrada e saída do público, o estabelecimento de limite de espectadores por sessão (teto de 50% de ocupação), distanciamento entre os presentes, sendo bloqueados os assentos demarcados, além do uso obrigatório de máscara durante toda a sessão e o incentivo à higienização constante das mãos. É obrigatória a apresentação de Comprovante de Vacinação Oficial (CONECTE SUS) de acordo com calendário de vacinação estadual para público e trabalhadores de cinemas do Rio Grande do Sul.

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Cine Dica: 'Round 6 - Voyeurismo, Cinema e Capitalismo'

Round 6

Para eu entender o sucesso de "Round 6" (2021) não bastou somente assistir e escrever uma crítica, mas sim ir mais a fundo sobre o que levou a se tornar a série mais vista da história da Netflix. Os ingredientes para esse feito já estavam lá há muito tempo, mas é somente ao digerir a série como um todo é que me fez relembra-los. Portanto, o que eu trago abaixo é uma recapitulação desses ingredientes que foram inseridos ao longo dessa linha de tempo.  

Voyeurismo 

Janela Indiscreta

No clássico "Janela Indiscreta" (1954) de Alfred Hitchcock vemos o protagonista, interpretado por James Stewart, preso em uma cadeira de rodas em seu apartamento e testemunhando um possível assassinato ocorrido no apartamento do outro lado do pátio. Ao mesmo tempo ele fica observando o dia a dia dos outros vizinhos, desde a vizinha bailarina, como também o casal que a recém se casou e a mulher solitária que vive abaixo. Cada janela que o protagonista observa é uma história, como se o diretor prestasse uma curiosa homenagem ao cinema, mas também é um dos primeiros casos de Voyeurismo, ou seja, o prazer de assistir ao outro, vistos na tela do cinema e que posteriormente seria algo corriqueiro nos anos que viriam.  

Voyeurismo e Repressão 

1984

O desejo por observar o próximo pode simplesmente terminar em simples curiosidade ou se tornar algo muito maior do que se imagina. Em 1949 o escritor George Orwell escreveu o clássico literário "1984" onde narra a história de Winston Smith, homem de meia idade e membro do Partido Externo. Trabalhava como funcionário do Ministério da Verdade, onde reescrevia e alterava dados de acordo com os interesses do Partido. Os capítulos do livro podem ser divididos em três partes: a primeira parte relata como era a sociedade criada por George Orwell, uma sociedade inspirada na opressão dos regimes totalitários das décadas de 30 e 40. O mundo era dividido em três nações distintas: Oceania (onde Winston vivia), Eurásia e Lestásia, territórios que se mantinham em guerra uns contra os outros. Cada nação era governada pelo Partido, que era coordenado pelo Grande Irmão (Big Brother) e pelos membros do Partido Interno. O restante da população era dividido entre os membros do Partido Externo e a prole. Os membros do Partido Interno eram pessoas ricas e com benefícios, já o Partido Externo não possuía benefícios, mas não era totalmente abandonado quanto à prole.

O livro serviu de inspiração para vários outros contos que viriam a ser lançados posteriormente, como no caso de "V de Vingança" lançado em 1982, escrito por Alan Moore e tendo obtido uma adaptação para o cinema em 2006. O próprio "1984" seria adaptado para as telas justamente em 1984, dirigido por Michael Radford  e estrelado por John Hurt. Em ambos casos são tramas em que mostra o desejo pelo controle vindo do estado perante as pessoas, em sua ânsia de controla-las e fazendo as mesmas praticarem atividades contra suas vontades do dia a dia.

Curiosamente, "1984" inspirou décadas depois programas de tv, mais precisamente os reality shows onde pessoas comuns são colocadas em uma casa, participando de diversos jogos e tendo o seu dia a dia sendo vigiado por demais pessoas pelo país. Se hoje o brasileiro convive com isso através de emissoras como a Rede Globo, a origem portanto se encontra no universo literário, do qual serviu de aviso sobre o que aconteceria no futuro, mas que nem todos capitariam a mensagem de imediato. O povo, pelo visto, não precisa ficar preso as ordens do governo, mas sim nas mãos de emissoras com o intuito de obter cada vez mais lucro.   

Cinema e Reality Show 

O Show de Truman

Antes da entrada do século 21 o Big Brother já estava sendo explorado pelo cinema e nos dando uma ideia do que viria nos anos seguintes. Em "O Show de Truman" (1998) dirigido por Peter Weir. Protagonizado por Jim Carrey, o filme conta a vida de Truman Burbank, um agente de seguros que não sabe que, desde pequeno, está vivendo em uma realidade simulada por um programa da televisão, transmitido 24 horas por dia para pessoas ao redor do mundo. Até sua cidade, Seahaven, é um cenário fictício povoado por atores e a equipe do programa, permitindo que Christof, o produtor do reality, controle todos os aspectos da vida de Truman, até o clima e seus possíveis sentimentos. Entretanto, a saga não sai como esperado e Truman sente o desejo de escapar.

O filme é uma crítica acida das grandes emissoras pelo desejo da audiência, ao ponto de usar uma pessoa e fazer de sua vida um show a ser degustado por uma sociedade cada vez mais escravizada por esse tipo de entretenimento. Porém, Truman decide sair de sua bolha e adentrar o mundo real que ele até então nunca havia testemunhado. O final vemos o homem derrotar o sistema moldado pelo Voyeurismo, mas do qual seria ainda mais mortífero.

Em "Jogos Vorazes", tanto na literatura como em sua versão cinematográfica, a trama se passa após uma grande guerra. A Capital cria os Jogos Vorazes, um evento anual no qual cada distrito deve enviar dois tributos (um garoto e uma garota, com idades entre 12 e 18 anos) para lutarem até a morte em uma arena cheia de câmeras, como uma versão macabra do big brother. Portanto, pode-se dizer que em "Jogos Vorazes" se encontra o ingrediente principal que serviu de inspiração para Round 6", mas ainda faltaria algo de essencial.  

                                                                                                      Jogos Vorazes

A Quebra do Sistema e Beco Sem Saída

Coringa

Nos últimos anos, tanto no cinema como em séries de tv, vemos os protagonistas de determinadas tramas quebrarem as regras do sistema capitalista para, ou obter lucro nunca antes alcançado, ou simplesmente jogar tudo para o ar e se desprender das cordas das quais se encontrava preso. Na série "La Casa de Papel", por exemplo, vemos um grupo de ladrões liderados por um professor invadindo um banco, mas não para roubar, mas sim criar milhões de dinheiro e leva-los consigo. A série virou mania entre os esquerdistas e a música “Bella Ciao“, que no passado se tornou hino de resistência contra o regime fascista de Mussolini na Itália, ficou conhecida por todo o mundo.

Porém, se na série vemos pessoas comuns se tornarem heróis contra o sistema capitalista, eis que o mundo real nos diz que nem tudo são flores e o cinema escancarou isso em 2019. Tanto filmes como "Coringa" como também "Parasita" são obras que nos mostra uma sociedade dividida, sendo que os de pouca sorte são escorraçados em subúrbio sem nenhum recurso e tendo que sobreviverem com o que tem para continuarem vivos.  Porém, em ambos os casos, os protagonistas obtêm uma chance de mudar de vida, mas para logo depois não conseguirem ter o total controle desse cenário cheio de regras.

Após perderem o controle, vemos os protagonistas saírem deste sistema, abraçando uma realidade até então desconhecida, mas se tornando prisioneiros devido as suas ações revolucionárias. Temos aqui como resultado o fato de nos encontrarmos presos a um sistema que não nos dá uma porta de saída, fazendo com que retornemos as suas regras, pois lá ainda poderá haver uma oportunidade de obter algumas cifras. Porém, se os dois títulos são sobre pessoas que não conseguem achar uma saída, por outro lado, "Nomadland" (2020) vemos uma parcela de uma sociedade cansada de sempre perder e embarcando em uma realidade que se tornam nômade e chefes de suas próprias vidas.  

                                                                                                               Parasita

E Chagamos, Enfim, a "Round 6 " 

Round 6

Na série criada por  Hwang Dong-hyuk vemos uma parcela da sociedade Sul Coreana endividada, procurando a todo custo uma oportunidade para se resolver na vida, mas nunca alcançando uma solução para os seus problemas. Aqui não há um regime autoritário, porém, o seu sistema faz com que a sociedade se vicie nas oportunidades de compra, ao ponto de gastar mais do que se tem e perdendo tudo o que já havia obtido um dia. É a lei do retorno, onde o paraíso das oportunidades se torna uma prisão uma vez que o cidadão não paga o que usufruiu.

Curiosamente, a série faz um paralelo com tempos mais simples, onde as brincadeiras eram muito mais físicas e fazendo as crianças não sentirem o tempo passando em sua volta. Os tempos dourados se foram, onde as pessoas nem olham mais para as estrelas do céu e se preocupando mais com os seus status em suas redes sociais. Vemos, portanto, poderosos não obtendo a felicidade quando se tem tudo, enquanto os endividados, ao menos, ainda lutam para obter a felicidade e o que fazem ainda continuarem vivos.

Não obtendo mais prazer através do lucro, vemos esses poderosos criando um enorme Reality Show mortal, onde os desafios podem custar diversas vidas e fazendo disso um entretenimento peculiar, porém, que fazem eles obter uma felicidade mórbida que não conseguiam mais alcançar. As presas mais fáceis acabam se tornando os cidadãos endividados, que acham que suas vidas não tem mais solução e veem neste Reality Show uma forma de, enfim, obter o dinheiro nunca alcançando, ou então acabar com a vida que já não faz nenhum sentido.

Temos então o protagonista Seong, interpretado por Jung Jae Lee, que embarca neste jogo mortal para pagar as suas dívidas, mas que não se vende de imediato a esse sistema. Porém, em uma oportunidade de retorno para sua realidade, se percebe que o sistema do mundo real não lhe trará uma solução de imediato e fazendo com que o mesmo retorne ao lado de inúmeros que optaram em se arriscar dentro do jogo de novo. Curiosamente, ele tenta não se vender as regras como um todo, ao ponto de evitar até mesmo matar o seu próximo, mas quase lhe custando a sua sanidade ao longo do percurso.

Concluímos, portanto, que o protagonista procura jogar entre os dois lados da mesma moeda, ao não desejar se vender por completo, pois aos poucos percebe que o seu bem mais precioso é ainda continuar vivo. O dinheiro se torna mero objeto a ser gastado, o homem não quer se tornar um mero cavalo de corrida em um jogo e procura desafiar esse sistema criado por poderosos. Em meio ao horror, vemos um protagonista ainda tendo a sua fé pela humanidade intacta, mesmo quando a própria lhe deu todos os motivos para renega-la.

Como toda ótima série ela termina com algumas pontas soltas, talvez para uma eventual segunda temporada, mas já deixando aqui a sua proposta intacta, de fazer as pessoas repensarem sobre as suas próprias vidas, das quais cada vez mais se encontram presas em reality shows, redes sócias e demais sistemas cheios de regras e que fazem da pessoa criar a sua própria prisão mesmo sem nenhuma grade que o separe do mundo real. A solução, talvez, não esteja em nenhuma revolução, mas talvez em cada indivíduo que possa conseguir obter uma iniciativa para acordar para o mundo real. Se em "Matrix" (1999) nos passava uma síntese de uma previsão sobre o que aconteceria com a humanidade, "Round 6 " nos diz que a previsão já aconteceu e cabe a você saber como irá lidar com uma realidade que nunca pediu.

"Round 6 " é sobre tudo que já aconteceu, sobre o que já está acontecendo e não nos dando nenhuma resposta sobre o nosso incógnito futuro. 


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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (11/11/21)

 Deus Não Está Morto: O Próximo Capítulo

Sinopse: A série DEUS NÃO ESTÁ MORTO continua. Agora em DEUS NÃO ESTÁ MORTO - O PRÓXIMO CAPÍTULO, David White, como Reverendo Dave, se encontra na defesa de um grupo de famílias que educam seus filhos em casa após receberem uma inspeção inesperada de uma funcionária do governo local. 


A Profissional

Sinopse: Anna (Maggie Q) é uma matadora de aluguel extremamente habilidosa treinada pelo lendário assassino Moody (Samuel L. Jackson), que a ensinou tudo que sabe e era a única figura paterna que ela já teve. Quando Moody é brutalmente assassinado por inimigos, Anna jura se vingar e acaba caindo em um jogo de gato e rato com um maníaco homicida (Michael Keaton) cuja obsessão por ela vai além de suas habilidades como matadora.

Querido Evan Hansen

Sinopse: O fenômeno da Broadway de tirar o fôlego torna-se um evento cinematográfico quando o vencedor do Tony, Grammy e Emmy, Ben Platt, repete seu papel como um estudante do ensino médio ansioso e isolado, ansiando por compreensão e pertencimento em meio ao caos e crueldade da era da mídia social.


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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

Cães de Aluguel 


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE Assista o trailer aqui.

(The Man who Sold his Skin - Alemanha-Bélgica-França-Tunisia, 2020, 104min).Direção de Kaouther Ben Hania, com Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane, Koen de Bouw. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sam Ali é um jovem sírio que trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra. Mas seu projeto de vida é viajar para a Bélgica e reencontrar Abeer, a namorada que também fugiu do Líbano. A oportunidade surge quando Sam conhece Jeffrey Godefroy, um cultuado artista contemporâneo que propõe transformar o próprio corpo do jovem em uma obra de arte – o que significa passaporte livre para qualquer lugar do mundo. O filme foi indicado pela Tunísia para concorrer ao Oscar de melhor longa internacional.


*SESSÕES SOMENTE NOS DIAS 11, 12 E 16 (QUINTA, SEXTA E TERÇA).


17h – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – DE VOLTA À ITÁLIA Assista o trailer aqui.

(Made in Italy - Reino Unido/Itália, 2020, 95min). Direção de James D'Arcy, com Liam Neeson, Micheál Richardson, Valeria Bilello, Lindsay Duncan. California Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Robert e Jack são pai e filho, mas nunca conseguiram lidar com a perda da esposa e mãe, morta num acidente de carro. Agora, ambos viajam para a região da Toscana, na Itália, com a intenção de vender uma antiga casa da família. Em meio às reformas que o lugar exige e ao cenário de extrema beleza, pai e filho precisam aprender a expressar os seus sentimentos e buscar uma maneira de recomeçar.


16h30 – BOB CUSPE, NÓS NÃO GOSTAMOS DE GENTE *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 90min). Direção de Cesar Cabral, com vozes de Milhem Cortaz, Paulo Miklos, André Abujamra. Animação, Vitrine Filmes.14 anos.

Sinopse: Um dos personagens mais famosos dos quadrinhos dos anos 1980, o punk mal-humorado Bob Cuspe aparece agora num deserto pós-apocalíptico onde alguns seres insuportáveis do mundo pop estão tentando matá-lo. Tudo, na verdade, é fruto da imaginação do cartunista Angeli, criador do personagem – numa combinação de stop-motion com documentário, comédia, road-movie e muito rock´n´roll.


SESSÕES ESPECIAIS - SALA PAULO AMORIM


Sessão do programa “Sessões de Cinema Inclusivo”

Exibição com legendas, audiodescrição e Libras

DIA 13 DE NOVEMBRO ÀS 14h

RAIA 4

(Brasil, 2020, 96min). Direção de Emiliano Cunha.

Sinopse: Duas adolescentes de temperamentos distintos se preparam para competições de natação, ao mesmo tempo em que afloram rivalidades também na vida pessoal.


Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.

DIA 14 DE NOVEMBRO ÀS 15h


O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

(EUA, 1939, 105min). Direção de William Wyler.

Sinopse: Baseado no clássico homônimo de Emily Brontë, lançado em 1847, o filme conta a história de Heathcliff (o ator Laurence Olivier), um homem rico que foi adotado na infância e nutre sentimentos antagônicos por seu irmão e uma garota do passado.


Sessão da oficina “Escola de Cinéfilos”

DIA 16 DE NOVEMBRO ÀS 19h


CÃES DE ALUGUEL

(EUA, 1992, 105min). Direção de Quentin Tarantino.

Sinopse: Seis criminosos, que mal se conhecem, planejam um grande roubo de diamantes. Mas algo dá errado e o bando, reunido num velho armazém, passa a trocar acusações que vão ficando cada vez mais pesadas.


Sessão do 2º Festival Cinema Negro em Ação

DIA 17 DE NOVEMBRO ÀS 19h


“ESQUENTA” CINEMA NEGRO EM AÇÃO

Programa com curtas-metragens, videoclipes e videoartes vencedores da primeira edição do Festival, realizada em novembro do ano passado.


SESSÕES ESPECIAIS - SALA EDUARDO HIRTZ

MOSTRA BANRISUL CINEMA E LITERATURA


ENTRADA FRANCA

DIA 11 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


LUA DE OUTUBRO

(Brasil, 1998, 100min). Direção de Henrique de Freitas Lima, com Marcos Winter, Beatriz Rico, Sirmar Antuntes.

Sinopse: Após a revolução de 1923, o capitão federalista Pedro Arzábal ganha terras no Rio Grande do Sul. Mas quando chega para tomar posse, enfrenta a oposição do homem forte da região. Além disso, se sente atraído por Leonor, uma jovem bela e enigmática que acaba de voltar para sua casa. O filme é baseado no conto homônimo do escritor uruguaio Mario Arregui.


DIA 12 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


MANHÃ TRANSFIGURADA

(Brasil, 2008, 100min). Direção de Sérgio de Assis Brasil, com Manuela do Monte e Rafael Sieg.

Sinopse: No final do século XIX, no interior do Rio Grande do Sul, a jovem Camila é obrigada a se casar com um rico estancieiro para resgatar a posição social de sua família. O marido a transforma em prisioneira, com autorização para receber apenas as visitas do padre e do sacristão, o que dá origem a um inesperado triângulo amoroso. O filme é baseado no romance homônimo do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil.


DIA 13 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


VALSA PARA BRUNO STEIN

(Brasil, 2007, 88min). Direção de Paulo Nascimento, com Walmor Chagas e Ingra Liberato.

Sinopse: Bruno Stein é um homem idoso e de comportamento rígido que vive com a família num lugar isolado do Rio Grande do Sul. Mas a chegada de um novo empregado para sua olaria e uma paixão inesperada pela nora fazem com que ele encontre um novo sentido para sua vida. O filme é baseado no romance homônimo de Charles Kiefer e conta com uma atuação inesquecível de Walmor Chagas como Bruno Stein.


DIA 14 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


OS SENHORES DA GUERRA

(Brasil, 2016, 113min). Direção de Tabajara Ruas, com Andre Arteche e Rafael Cardoso.

Sinopse: Julio e Carlos são irmãos e grande amigos. Mas são separados pela Revolução de 1923, que divide o Rio Grande do Sul entre chimangos e maragatos. Julio é prefeito de Santa Maria e está com os primeiros, enquanto Carlos é revolucionário e maragato. O filme é adaptado do romance homônimo de José Antonio Severo (1942 – 2021), que se baseou em um episódio verídico da história do Rio Grande do Sul.


DIA 16 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


AINDA ORANGOTANGOS

(Brasil, 2008, 85min). Direção de Gustavo Spolidoro, com Julio Andrade, Heinz Limaverde, Renata de Lélis, Rafael Sieg.

Sinopse: Rodado em um plano-sequência, o filme acompanha 15 personagens em um tórrido dia do verão porto-alegrense. Entre eles está um casal de chineses, um Papai Noel bêbado, duas garotas apaixonadas, o porteiro de um prédio e um casal de noivos. O roteiro é adaptado de seis contos do livro homônimo do escritor Paulo Scott.


DIA 17 DE NOVEMBRO ÀS 18h30

SOBRE SETE ONDAS VERDES ESPUMANTES


(Brasil, 2013, 74min). Direção de Bruno Polidoro e Cacá Nazario. Documentário.

Sinopse: A vida e a obra do escritor Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) são revistas num documentário poético, que conta com a participação de vários de seus amigos, como Maria Adelaide Amaral, Grace Gianoukas e Adriana Calcanhoto. O filme passa por lugares onde o escritor viveu, como Santiago do Boqueirão, Amsterdã, Berlim, Paris, Londres e Porto Alegre. Neste dia, a sessão será tema do encontro “O Que é o Cinema Gaúcho?”, apresentado pelo pesquisador Glênio Póvoas.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Cine Dica: Os Filmes da Revolução

 Uma das cinematografias mais destacadas

do audiovisual da América Latina 


A Revolução Cubana completou 62 anos. Liderados por Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara, os guerrilheiros da Sierra Maestra protagonizaram um dos momentos mais importantes do século XX, alterando o rumo de todo o continente americano. No entanto, os revolucionários nunca visaram, tão somente, uma mera tomada de poder, mas sim, carregavam consigo todo um projeto de modificação da sociedade. Para tanto, o Cinema era uma peça fundamental na construção daquela nova realidade social, ocupando a centralidade da produção de imagens do novo regime cubano, tocando diretamente no imaginário social. A construção de um novo cinema era vista como fundamental na formação de um "homem novo".

Os filmes cubanos atingiram o status de produto prioritário do Estado e foram produzidos em larga escala, dominando as salas de Cinema em seu próprio país, algo inédito no continente americano, e alcançaram diversas salas ao redor do mundo, circulando também por muitos festivais. Filmes como "Lucía", de Humberto Solás, em 1968 e "Memórias do Subdesenvolvimento", de Tomás Gutiérrez Alea - filme mais premiado no mundo em 1968 - ganham destaque em festivais internacionais. Feito somente comparável a "Morango e Chocolate", do mesmo Alea, que disputou o Oscar em 1993.


COMO SERÁ?

O Curso online CINEMA CUBANO: OS FILMES DE REVOLUÇÃO, ministrado pelo historiador e cineasta Alexandre Guilhão, apresentará um panorama social e histórico da formação do Cinema em Cuba. O objetivo é analisar o diálogo da produção cinematográfica com a própria história social e política do país. Serão analisados diversos filmes e os principais diretores, desde a era pré-revolucionária até os filmes mais importantes das décadas de 60, 70, 80 e 90.


Ministrante: ALEXANDRE GUILHÃO

Formado em Cinema e Mestre e Doutorando em História pela PUCRS. Produziu dissertação de Mestrado que analisou a transição do Cinema em Cuba após a Revolução e os seus principais filmes. Desenvolveu também pesquisa, em nível acadêmico, sobre o Cinema Cubano. É coordenador do grupo de estudos em Cinema-História da PUCRS. Já ministrou cursos e oficinas com esta temática, bem como, coordenou simpósios temáticos e escreveu artigos sobre Cinema e História, em especial na América Latina. Roteirista e diretor de fotografia. Dirigiu o documentário Tomada da Casa do Povo (vencedor do II Cine Tamoio Festival).

Curso online

"CINEMA CUBANO: OS FILMES DA REVOLUÇÃO"

de Alexandre Guilhão


* Datas: 13 e 14 / Novembro (sábado e domingo)

* Horário: 14h às 16h30

* Duração: 2 encontros online

(carga horária total: 5 horas / aula)

* Material: Certificado de participação


Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714

Inscrições

https://cinemacineum.blogspot.com/2021/10/cinema-cubano.html


ATENÇÃO

ÚLTIMOS DIAS PARA INSCRIÇÃO

Curso online

"FOUND FOOTAGE: O HORROR E A ESTÉTICA DA IMPERFEIÇÃO"

de Rodrigo Carreiro

* Datas: 06 e 07 / Novembro (sábado e domingo)

Inscrições

https://cinemacineum.blogspot.com/2021/10/found-footage.html



segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Cine Especial: Revisitando 'Um Bonde chamado Desejo'

Sinopse: Blanche vai visitar a irmã grávida em Nova Orleans em busca de um lugar para morar, já que, após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal. Sua chegada afeta fortemente a vida da irmã, a do cunhado e a sua também. 

Quando eu penso no cinema norte americano dos anos quarenta e cinquenta eu o chamo de realidade plástica, pois os estúdios não retratavam o mundo real dos EUA como realmente era. Um desses motivos se deve ao famigerado Código Hays, que foi um conjunto de normas morais aplicadas aos filmes lançados nos Estados Unidos entre 1930 e 1968 pelos grandes estúdios cinematográficos. Por conta disso assistíamos coisas absurdas, como no caso de nunca vermos um vazo aberto no banheiro ou de um casal nunca dormir na mesma cama.

Em meio a isso, muitos cineastas tentavam driblar o código, ao ponto de alguns filmes levarem mais de um ano para serem lançados. Os anos sessenta vieram e essa censura acabou ficando cada vez mais enfraquecida, principalmente em tempos em que a realidade nua e cura bateu na porta do norte americano, desde a questão do assassinato do Kennedy, guerra do Vietnã e crise financeira. Os anos setenta vieram, com jovens cineastas dando novo sangue e formando assim o melhor período que ficou denominado como a "Nova Hollywood".

Porém, antes disso, houve alguns títulos que, mesmo diante da sombra do Código Hays, surpreenderam ao serem lançados graças a sua temática mais ousada, adulta e realista.  Elia Kazan foi um desses casos que brigava contra os censores para poder lançar o seu filme da sua maneira, mesmo que houvesse a possiblidade de chocar uma sociedade inteira. Se anteriormente ele havia surpreendido em 1947 com "A Luz é para Todos" era uma questão de tempo para que ele rompesse a realidade plástica que o cinema americano sempre vendia e lançar algo que se aproximasse de sua própria realidade. "Um Bonde Chamado Desejo" (1951) é um filme a frente de sua época, corajoso na sua maneira e tendo melhorando cada vez mais na medida em que o tempo passa.

Na trama conhecemos Blanche DuBois (Vivien Leigh), uma mulher frágil e neurótica, que vai visitar sua irmã grávida (Kim Hunter), em Nova Orleans, em busca de um lugar que possa chamar de seu, já que, após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal no Mississipi. Sua chegada afetará fortemente a vida da sua irmã, do seu cunhado e a sua própria vida.

Baseado em uma famosa peça da Broadway, o filme possui uma linguagem quase teatral, já que a trama se limita somente no apartamento em que Blanche vai viver com a sua irmã e cunhado. Porém, essas limitações ficam somente na superfície, já que o filme como um todo não esconde o lado nada glamoroso de Nova Orleans, com o direito de vermos sempre pessoas sujas, desarrumadas, desanimadas com o pouco que tem e muito mais próximas de nossa realidade do que a gente poderia imaginar. Em contra partida, vemos Blanche tentando fugir de um passado opressor cheio de culpa, mas descobrindo que o seu novo refúgio somente lhe dará mais dor, sofrimento e nenhuma glória.

Conhecida mundialmente pela sua atuação em "E O Vento Levou" (1939), Vivien Leigh nos brinda, não somente com a melhor atuação de sua carreira, como também uma das melhores atuações femininas da história. Ao interpretar uma personagem tão complexa, Leigh simplesmente desaparece em cena, dando lugar a uma mulher que se consome através da culpa, mas cujo os motivos com relação a isso somente ficam nas entrelinhas. Quem conhece a peça teatral, sabe que neste ponto a verdade não foi explicada com exatidão na adaptação cinematográfica, mas tudo é com relacionado ao desejo reprimido e da pessoa em si em nunca abraçar realmente quem ela é como um todo.

Já Marlon Brando, mesmo em início de carreira, nos prova porque viria a se tornar um dos maiores interpretes da nossa história. Ao interpretar o cunhado da protagonista chamado Stanley, Brando cria para si a imagem do Macho Alpha, do qual não medirá esforços para ser o rei da casa e sempre obrigando a sua esposa Stella (Kim Hunter) a fazer o que ele mandar. Entre uma explosão e outra, a cena em que Brando grita por Stella na frente do apartamento é um marco do cinema. Vale lembrar que Brando foi um dos primeiros atores a se despir da cintura pra cima em cena e provocando o maior escândalo.

Vale lembrar que o filme na época de seu lançado teve três minutos cortados devido ao Código Hays. Talvez o corte mais sentido foi a cena que deu a entender que Blanche foi estuprada por Stanley e cuja a mesma somente foi liberada anos mais tarde. Revisto hoje, o filme é um verdadeiro tapa na cara contra uma sociedade verdadeiramente hipócrita, que esconde embaixo do tapete todos os seus desejos, fracassos e que tentam a todo momento nos vender a família perfeita que já não existe mais.

Mesmo com todas as polêmicas o filme viria a ganhar quatro prêmios no Oscar: Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter), Melhor Ator Coadjuvante (Karl Malden) e Melhor Direção de Arte. Recebeu ainda outras 8 indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Fotografia em Preto e Branco, Melhor Figurino em Preto e Branco, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Roteiro.Aclamado como um dos grandes filmes norte-americanos de todos os tempos, "Um Bonde Chamado Desejo" é um filme a frente da sua época e que quebrou todas as fantasias banais que Hollywood até então vendia. 

NOTA: O filme será exibido amanhã as 16h30 na Cinemateca Capitólio.



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