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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: VIDRO

Sinopse: Após os eventos de Fragmentado (2017), Kevin Crumb (James McAvoy), a pessoa com 23 personalidades diferentes, passa a ser observado por David Dunn (Bruce Willis), o herói de Corpo Fechado (2000). O duelo entre o homem inquebrável e a Fera é influenciado pela presença de Elijah Price (Samuel L. Jackson), que manipula os encontros entre eles e mantém segredos sobre os dois.

 No ano de 2000 nós viviamos em outros tempos, onde o cinema não se sustentava por franquias de super-heróis, sendo que eles somente surgiam em algumas ocasiões na tela do cinema e que, na maioria dos casos, de uma forma desastrosa. Mas quando M. Night Shyamalan  lançou “Corpo Fechado” naquele mesmo ano o filme mais parecia um estranho ninho, ao ponto de o público não reconhecer de imediato que estava diante de um filme de super-heróis, pois o teor adulto e verossímil era algo raro de se ver dentro do gênero. Atualmente, em meio a tantas franquias de heróis estabelecidas no cinema, “Corpo Fechado” é visto hoje com carinho por aqueles que apreciam um filme que vai de contramão das fórmulas de sucessos, mas que são, na maioria dos casos, previsíveis.
Nesse último caso, por exemplo, o próprio M. Night Shyamalan se tornou também um estranho no ninho nos primeiros anos do século 21, pois adaptações de HQ haviam tomado por assalto as salas dos cinemas. Em meio a isso, ele havia lançado títulos duvidosos, como no caso de "Fim dos Tempos" (2008) e "Depois da Terra"(2013). Mas se “A Visita” (2015) serviu para que ele colocasse a carreira de volta aos trilhos, “Fragmentado”(2016), por sua vez, provou que o Shyamalan de “O Sexto Sentido”(1999) ainda estava vivo. Porém, o que ninguém imaginava é que o suspense estrelado por James McAvoy (em sua melhor atuação na carreira) era justamente uma continuação de “Corpo Fechado” e cuja a história culminaria em uma trilogia encerrada agora com o filme “Vidro”.
Vistos hoje, tanto o “Corpo Fechado” como “Fragmentado” são filmes distintos um do outro, mas que o cineasta soube conduzi-los em uma única realidade e conecta-la com total facilidade. O início de “Vidro”, aliás, apresenta os personagens principais com total facilidade, tanto para aqueles que assistiram aos filmes anteriores, como também para o marinheiro de primeira viagem. Curiosamente, se percebe que o cineasta está usando fórmulas já manjadas dentro do gênero para que a gente identifique algo de familiar, mas também servindo como mera distração para o que está por vir.
Uma vez que David (Bruce Willis) e Kevin (James McAvoy) confrontam-se pela primeira vez, parece que iremos presenciar aquele velho embate do bem contra o mal. Porém,  Shyamalan não cai na vala comum, pois além de criar uma luta em que a câmera mais parece estar no meio deles durante o conflito, a sequência termina de uma forma imprevisível e fazendo com que o cenário dos eventos tenha um novo rumo. Estamos agora em um manicômio, onde Ellie Staple (Sarah Paulson, vista recentemente em “Bird Box”) está não só tratando os novos pacientes, como cuida já alguns anos de Elijah (Samuel L. Jackson), codinome Senhor Vidro e que foi pivô de eventos trágicos vistos em “Corpo Fechado”. 
Para Ellie Staple, esses pacientes não passam de doentes mentais que acreditam serem super-heróis para se sentirem especiais e que não aceitam a realidade em que vivem. Shyamalan solta a semente da dúvida com relação as origens e o destino do trio principal da trama, ao ponto de duvidarmos até mesmo dos eventos vistos até aqui. Em contrapartida, os personagens secundários vistos nos filmes anteriores servem para manter a possibilidade do “fantástico” ser verossímil dentro daquele mundo.
Se era óbvio que Joseph (Spencer Treat  Clark) seria pupilo do seu próprio pai na luta contra o crime, Casey (Anya Taylor Joy), a personagem sobrevivente do filme “Fragmentado”, por sua vez, cria uma relação complexa com Kevin, o seu algoz. Porém, a química de ambos em cena é cativante, ao ponto de nos relembrarmos dos velhos clássicos da bela indefesa perante a sua fera. Em contrapartida, a presença da mãe Elijah é um tanto que apagada, porém, essencial para o fechamento de um círculo iniciado em “Corpo Fechado”.
Mas não estamos diante de uma mera adaptação de uma HQ, ou de um filme que esteja simplesmente se inspirando no gênero, mas sim tendo em suas entrelinhas a intenção de desconstrui-lo. Em tempos em que essas adaptações estão cada vez mais se aproximando do seu esgotamento, cabe um filme ou outro reinventa-lo, ou para se lançar a dúvida sobre qual será o próximo passo. Não que M. Night Shyamalan  queira mudar os rumos das adaptações das HQ, mas também não está interessado no óbvio e tendo sempre o desejo de criar boas histórias para serem apresentadas ao público.
O final, aliás, não possui um peso como foi sentido em "O Sexto Sentido", mas sim ele fecha com satisfação e sem pontas soltas com relação ao que o cineasta havia começado em 2000. Se o primeiro julgamento negativo vindo do público impediu que Shyamalan concluísse sua visão sobre os super seres anos antes, ao menos, o tempo serviu para provar o quão ele estava à frente da ideia de heróis e vilões se interagem numa realidade mais pé no chão e próximos ao nosso mundo real. Em tempos em que as adaptações de HQ estão cada vez mais presas em suas velhas fórmulas, essa trilogia vem para nos dizer que essa fonte de ideias ainda pode render algo muito mais além do que mero entretenimento.
"Vidro" é a conclusão de uma visão pessoal vinda de um cineasta autoral, do qual não irá agradar a todos, mas que fará a gente pensar sobre essas pessoas extraordinárias  e como elas se encaixariam no nosso mundo real. 


sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 17 A 23 DE JANEIRO DE 2019

O Confeiteiro

PROGRAMAÇÃO DE 17 A 23 DE JANEIRO DE 2019
SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES
SALA 1 / PAULO AMORIM

14h – CHÁ COM AS DAMAS
(Tea with the Dames – Reino Unido, 2018, 85min). Direção de Roger Michell. Supo Mungam Filmes, Livre. Documentário.
SinopseAmigas de longa data e verdadeiros ícones do teatro e do cinema britânicos, as atrizes Maggie Smith, Eileen Atkins, Judi Dench e Joan Plowright se encontram para uma tarde de chá. A reunião é pontuada por lembranças divertidas de suas trajetórias, considerações sobre a vida e imagens de seus trabalhos mais conhecidos.
  
15h40 e 19h40 – PRAÇA PÚBLICA (ESTREIA)
(Place Publique - França, 2018, 100min). Direção de Agnés Jaoui, com Agnés Jaoui, Jean-Pierre Bacri, Léa Drucke. Imovision, 14 anos. Comédia dramática.
Sinopse: Várias personalidades da cena cultural de Paris se encontram em uma festa, em uma casa de campo. Entre os destaques da reunião estão Castro, um irônico apresentador de TV que sente falta da fama que tinha no passado, e sua filha Nina, que acaba de lançar um livro inspirado no próprio pai.
  
17h30 – MARIA CALLAS: EM SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS
(Maria by Callas - França, 2018, 120min). Direção de Tom Volf. Imovision, 12 anos. Documentário.
SinopsePor meio de uma montagem elogiada com entrevistas e imagens inéditas, o filme apresenta versões da própria Maria Callas (1923 - 1977) sobre sua vida e passagens polêmicas da sua trajetória, que foi marcada por grandes personagens e algumas tragédias pessoais. Uma das estrelas do século XX, Maria Callas é considerada a maior cantora de ópera de todos os tempos.

SALA 2 / EDUARDO HIRTZ
Obs.: A sala Eduardo Hirtz está fechada para manutenção.

SALA 3 / NORBERTO LUBISCO

15h – A NOSSA ESPERA
(Nos Batailles – França-Bélgica, 2018, 100min). Direção de Guillaume Senez, com Romain Duris e Lucie Debay. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.
Sinopse: Olivier é o funcionário politizado de uma fábrica e sempre defende os colegas e os direitos sociais. Mas seus conceitos começam a mudar quando sua mulher vai embora e o deixa sozinho com os dois filhos pequenos.

17h – TINTA BRUTA
(Brasil, 2018, 120min). Direção de Filipe Matzembacher e Marcio Reolom, com Shico Menegat. Sessão Vitrine Petrobras, 18 anos. Drama.
SinopsePedro é um jovem solitário que enfrenta um processo judicial e acaba de perder a companhia da irmã, em mudança para outra cidade. É à noite, em frente ao computador, que Pedro busca um sentido para sua vida assumindo a identidade do performer Garoto Neon. O filme foi o vencedor do Festival do Rio 2018 e do Teddy Awards no Festival de Berlim, que premia filmes com temática LGBT.

19h15 – O CONFEITEIRO
(The Cakemaker - Alemanha/Israel, 2018, 105min). Direção de Ofir Raul Graizer, com Tim Kalkhof, Sarah Adler e Roy Mille. Imovision, 14 anos. Drama.
Sinopse: Tomas leva uma vida solitária como confeiteiro de um café em Berlim, até se apaixonar por Oren, um empresário israelense casado. Preocupado com o sumiço do amante, Tomas busca por ele em sua cidade natal, Jerusalém, e acaba aceitando trabalhar no café da esposa de Oren.

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PREÇOS DOS INGRESSOS:
TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).
CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.
*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.
A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos.
Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelo telefone (51) 3226-5787.

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quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Cine Dicas: Estreias do final de semana (17/01/19)

Vidro 

Sinopse: Kevin Crumb, dono de 24 personalidades diferentes, passa a ser perseguido por David Dunn, um homem que não tem como se machucar. 

Temporada 

Sinopse: Juliana está se mudando de Itaúna, no interior do estado, para a periferia de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, para trabalhar no combate a endemias na região.


COMO TREINAR O SEU DRAGÃO 3

Sinopse: Em sua terceira aventura, o viking Soluço está perto da realização de seu grande sonho: encontrar um lar pacífico onde os dragões possam viver em segurança. 

Cafarnaum

Sinopse: Zain é um menino de 12 anos que se comporta como adulto devido ao sofrimento que passou.

Normandia Nua

Sinopse: Georges Balbuzard é o prefeito da pequena cidade de Mêle sur Sarthe, na Normandia, onde os agricultores vêm sofrendo cada vez mais por conta de uma crise econômica.
Praça Pública

Sinopse: Castro é um apresentador de TV que se reúne com velhos amigos, incluindo sua ex-esposa, em uma grande festa nos arredores de Paris.

Amigos para sempre 

Sinopse: Phillip é um homem rico que fica tetraplégico após sofrer um acidente. A situação o deixa desgostoso com a vida.Até que um dia, durante a seleção de um assistente, simpatiza com Dell, um jovem com registro criminal que não tem a menor experiência na função. 


O peso do passado 

Erin Bell é uma detetive  do Departamento de Polícia de Los Angeles. Há muitos anos, a jovem Erin infiltrou-se em uma gangue no deserto da Califórnia e a história terminou muito mal, causando danos psicológicos ao longo do tempo. 




Cine Curiosidade: Atriz de cinema Cris Lopes passa férias no Brasil com ensaio a la italiani inspirado na diva Claudia Cardinale

Sempre em Paris, Buenos Aires, Londres, Itália: este ano a atriz escolheu a cidade turística de São Miguel Arcanjo e posou ao estilo Claudia Cardinale em reserva natural de São Paulo


A atriz internacional de cinema premiada Cris Lopes passou férias no Brasil na capital da Uva Itália a 180 km de São Paulo. A atriz que habitualmente passa as férias de final de ano em Paris, Buenos Aires, Londres, Marrocos, Egito, Itália, este ano resolveu mudar e escolher a cidade turística de São Miguel Arcanjo posando em ensaio fotográfico em cachoeira ao estilo Claudia Cardinale e marcando presença nos eventos da cidade.
Cris esteve no Pub Galpão 58 no show do cantor Edinho Ribeiro com o Diretor de cinema Rodney Borges, o Secretário de Cultura e Turismo Aelson Apolinário e esposa Camila G. Ferreira, o conceituado fotógrafo Eigi Iwasaki, a cantora e compositora Fabiana Moreira, e os donos do Pub: Alessandro Lopes e Edson Ivasaki, novo e moderno point de verão que a atriz tem feito campanha de divulgação.

Cris Lopes também participou da primeira missa do ano a Nossa Senhora Aparecida na Basilica Santuário São Miguel Arcanjo que é devota, realizada pelo Reitor Padre Márcio Almeida com presença do Prefeito Paulo Ricardo da Silva que seguiu a tradição da cerimônia da entrega da chave do municipio para Nossa Senhora proteger a cidade. 

A atriz também foi convidada na cerimônia de noivado de Amanda Nogueira Lopes, filha de Eliana Lopes, produtora de eventos e parceira da atriz com Dr. José Antonio Moura Lopes, fazendo a leitura do salmo aos noivos a convite do Pe. Márcio Almeida e ainda visitou o restaurante da Chef de Cozinha Rose Ribeiro para degustar o premiado bolinho de frango tradicional da cidade.


Clicada na cachoeira da Reserva Natural Carlos Botelho pelo diretor de fotografia de cine premiado Rodney Borges em ensaio inspirado em poses da diva italiana Claudia Cardinale com seu penteado e cor de cabelo habituais similares ao usado pela atriz em "Era uma vez no Oeste", Cris Lopes tem sido comparada a musas do cinema por seus looks e beleza exuberante, como Angelina Jolie, Rita Hayworth e la italiana Cardinale incluindo sua atuação no longa metragem Truck in Texas que terá cenas filmadas nos Estados Unidos, a atriz terá participação especial ao estilo Marilyn Monroe française contracenando em francês com o protagonista do filme Mateus Canaverde a convite do diretor Jefferson José.

Curtir Fan Page Cine & TV @crislopesoficial: Atriz internacional Cris Lopes (tv, entrevistas e trailers Brasil e exterior):https://www.facebook.com/crislopesoficial

Informações turísticas: São Miguel Arcanjo - São Paulo - Brasil:  https://pt-br.facebook.com/secretariamunicipaldeculturaeturismosma/
Basilica Santuário São Miguel Arcanjo (reconhecida pelo Vaticano): https://www.facebook.com/BasilicaSantuarioSaoMiguelArcanjo



Divulgação: 


Brasil/Portugal/Argentina/Canadá/USA/Japão: IMPRENSA CL: (5511) 3582.7654/3835.7205  - Entrevistas WHATSAPP: +5511 99653.0651 email: imprensacl@terra.com.br 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: A Esposa

Sinopse: Enquanto um reconhecido escritor receberá o Prêmio Nobel de Literatura, sua esposa, porém, questiona suas escolhas de vida. 

Se por um lado os meios políticos desejam retroceder ao passado, do outro, os meios artísticos preferem abrir a caixa de pandora sempre quando dá e revelar a história de mulheres talentosas e que lutaram para obter o seu lugar ao sol. No recente "Mary Shelley"(2017), por exemplo, descobrimos o quão essa escritora teve que lutar para se tornar a verdadeira autora de uma das maiores obras primas da literatura. "A Esposa" pode ser previsível em termos de história, mas nunca é demais quando se coloca o dedo na ferida.
Dirigido por Björn Runge, o filme acompanha a história de Joan Castleman (Glenn Close) e de seu marido e escritor Joe Castleman (Jonathan Pryce, de A Dama Dourada, 2015). Certo dia ambos recebem a notícia de que ele recebeu o prêmio Nobel de Literatura.  Mas durante a viagem e a cerimonia da premiação, descobrimos aos poucos um segredo em que ambos guardam para si.
Baseado no livro escrito por Meg Wolitzer, o roteiro se concentra por completo nessas duas figuras curiosas que, aparentemente, parecem felizes na vida pessoal e profissional. Porém, A câmera de  Björn Runge não desvia dos olhares e nos gestos de ambos, sendo que isso já é mais do que o suficiente para se revelar, aos poucos, a real natureza daquela relação, por vezes, duvidosa. Mas se isso acontece muito se deve ao desempenho do seu elenco principal, em especial a Glenn Close, que nos brinda com uma interpretação digna de nota.
Nos primeiros minutos, aliás, o grande segredo do filme já é revelado para nós, mas não por palavras, mas sim pelo olhar da atriz que já nos diz tudo em cena. Talvez esse seja também o maior ponto negativo do filme, pois os realizadores não se empenharam em guardar o segredo a sete chaves, mas dando total liberdade para que os atores dessem as cartas com relação a real natureza dos seus respectivos personagens. Não que isso enfraqueça o fim, mas quando o segredo finalmente é revelado perto do seu terceiro ato ele se torna previsível, pois o ótimo desempenho dos atores em cena já disse tudo.
Aliás, é um filme quase moldado por ações e consequências dos seus respectivos personagens, mas cuja ação vista no passado acaba se tornando mal elaborado. Nas cenas de flashback, por exemplo, vemos como o casal central se conheceu e revelando os motivos que os levaram a tomar decisões cujos caminhos não há retorno. O problema nestes momentos é que eles, infelizmente, foram mal desenvolvidos, não só pela má vontade dos realizadores, como também pela atuação apática de Annie Starke que faz a versão jovem da personagem de Glenn Close. Com isso, os flashbacks apresentados aqui se tornam dispensáveis e fazendo a gente querer com que a história retorne logo ao seu presente. Se não houvesse essas passagens da trama o filme se tornaria em si mais dinâmico, mesmo a gente já sabendo de antemão o grande segredo. É um filme em que não há mocinho ou bandido, mas sim seres humanos que pagam pelas suas ações, ao acreditar que através delas estavam adquirindo algum benefício próprio.
Com uma participação mais do que especial do ator Chistian Slaiter, "A Esposa" é um filme sobre atos e consequências, mas cuja a trama se sustenta devido a estupenda atuação da atriz veterana. 


Cine Dica: Temporada em cartaz, Rasga Coração em debate (17 a 23 de janeiro)

JORGE FURTADO DEBATE RASGA CORAÇÃO
TEMPORADA, YARA E ASAKO I & II EM CARTAZ
ÚLTIMAS EXIBIÇÕES DA MOSTRA DEZ CINÉFILOS, DEZ FILMES

Destaques da produção contemporânea, os filmes Temporada, do brasileiro André Novais OliveiraYara, do iraquiano Abbas Fahdel, e Asako I & II, do japonês Ryusuke Hamaguchi, ficam em cartaz na CinematecaCapitólio Petrobras até o dia 23 de janeiro. 
Na terça-feira, 22 de janeiro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta uma sessão especial de Rasga Coração comentada pelo diretor Jorge Furtado. A sessão é uma parceria com o Clube de Cinema de Porto Alegre, que completou 70 anos de atividades em 2018 e acaba de receber da ACCIRS, Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul, o prêmio Luiz César Cozzatti – Destaque Gaúcho, destinado à valorização da produção audiovisual e a cultura do RS. 
De 17 a 23 de janeiro, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta as últimas sessões da mostra Dez Cinéfilos, Dez Filmes com grandes clássicos escolhidos por alguns dos nossos frequentadores mais assíduos.  


INGRESSOS (meia entrada para estudantes e idosos)
Temporada (R$ 10,00)
Yara (R$ 16,00)
Asako I & II (R$ 16,00)
Rasga Coração (R$ 16,00)
Mostra Dez Cinéfilos, Dez Filmes* (R$ 10)
*Madre Joana dos Anjos (entrada franca)

GRADE DE HORÁRIOS
17 a 23 de janeiro de 2019

17 de janeiro (quinta)
14h - Yara
16h - Tempos Modernos
18h - Asako I & II
20h – Roma (ingressos esgotados)

18 de janeiro (sexta)
14h - Yara
16h - Madre Joana dos Anjos
18h - Asako I & II

19 de janeiro (sábado)
14h - Yara
16h - O Sol por Testemunha
18h - Asako I & II
20h - Temporada

20 de janeiro (domingo)
14h - Yara
16h - O Terror das Mulheres
18h - Asako I & II
20h - Temporada

22 de janeiro (terça)
14h - Temporada
16h - Celine e Julie Vão de Barco
19h30 - Rasga Coração + debate

23 de janeiro (quarta)
14h - Yara
16h - Paixão dos Fortes
18h - Asako I & II
20h - Temporada

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Confeiteiro

Nota: filme visto pelos associados no último sabado (12/01/19) as 10h15 na Cinemateca Paulo Amorim. 
Sinopse: O confeiteiro Thomas viaja para Jerusalém em busca da esposa e filho de Oren, seu amante.  

Alguns cineastas sempre gostaram da ideia de flertar com a gastronomia e lançando algumas vezes filmes que nos dão água na boca. Se por um lado temos “Ratatouille” (2007) que trata o assunto da culinária como arte, do outro, temos “Chocolate” (2000), que entrelaça o sabor do cacau com questões do desejo sexual. “O Confeiteiro”, por sua vez, transita por esses dois pensamentos e lançando uma história de amor incomum por detrás do cardápio.
Dirigido pelo estreante cineasta e roteirista israelense Ofir Raul Graizer, o filme conta a história de um triângulo amoroso inusitado. O confeiteiro, Thomas (Tim Kalkhof, visto na série "Homeland") é um jovem alemão que se torna amante de um israelense casado chamado Oren (Roy Miller). Quando Oren morre devido um acidente, Thomas decide ir para Israel e lá conhece a esposa dele chamada Anat (Sara Adler, do recente "Oxtrot", 2018), que é dona de uma confeitaria e que o convida para trabalhar com ela.
O filme lança uma curiosa discussão sobre religião, tradição e desejo ao longo do seu percurso, já que Thomas começa a criar tortas, biscoitos e virando rapidamente uma sensação entre o público. A viúva carente, por sua vez, começa a ficar atraída pelo seu novo funcionário, mas mal sabendo do passado que ele teve com o seu falecido marido. O protagonista se divide entre sua real natureza com os novos sentimentos que vão se aflorando, mas isso graças as palavras do seu falecido amante e do qual ele jamais se esquece.
Claro que o mais conservador de hoje vai logo dizendo que o filme flerta com a famigerada cura gay, o que não é o caso aqui. A trama permanece aberta, mas algo muda em cada um dos seus respectivos personagens, onde a gastronomia, por sua vez, se torna a ponte de aproximação entre eles e para descobrirem uma nova realidade. O cineasta Ofir Raul Graizer, por sua vez, cria aqui o "cinema de observação", onde a sua câmera foca a consumação dos alimentos vistos na tela de uma forma perfeccionista e flertando com os desejos vistos nos olhares de cada um dos seus protagonistas.
Ao vermos o preparo dos biscoitos, por exemplo, há sempre o contato com a massa de uma forma quase sexual. Thomas toca em sua massa com amor, como se colocasse ali todo o desejo que o consumidor possa obter quando for, então, degustar. É um filme de sensações e sutilezas, onde os olhares, por fim, falam mais do que meras palavras ditas.
"Confeiteiro" é tanto sobre a arte da gastronomia como também sobre relações que nascem das formas mais imprevisíveis, mas por serem genuinamente humanas. 


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