Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Dias atrás eu participei do
curso Cinema Explicito, criado pelo Cine Um e ministrado por Rodrigo Gerace.
Além de ser uma atividade corajosa, onde destrinchou vídeos raros do cinema
explicito de antigamente, tivemos também a oportunidade de conferir o livro do
ministrante e testemunhar o quão extenso é o material que ele pesquisou e
revelando uma pesquisa poucas vezes vista e rara de ser encontrada em nossas livrarias.
Abaixo, segue o meu último vídeo falando mais
a respeito.
Sinopse: Um contador
comum e educado (Ben Affleck) segue uma rotina aparentemente tranqüila. O que
as pessoas ao seu redor nem imaginam é que ele leva uma vida dupla, quando sai
pelas ruas para agir como assassino de aluguel.
Ben Affleck e Matt
Damon são amigos de longa data, cresceram juntos, formaram a dupla de
roteiristas de Gênio Indomável e do qual eles ganharam o Oscar de roteiro original.
Após isso, ambos seguiram carreiras distintas: enquanto Matt Damon se
consagrava como um ator versátil e atuando na franquia do espião desmemoriado Borne,
sendo esta elogiada pela crítica, Affleck por sua vez foi decaindo cada vez
mais em atuações duvidosas e fracassos de bilheteria. A virada de mesa veio no
momento que começou a se dedicar na direção, dirigindo filmes como Medo da
Verdade e se consagrando com um Oscar de melhor filme por Argo.
Mas isso não foi o bastante
para o astro que quis provar o seu valor a todo custo. Fã de HQ, Affleck fez de
tudo para ser o novo Batman do cinema e que, apesar de ter despertado a ira dos
fãs do personagem no princípio, ele não somente convenceu como Batman, como
também irá retornar e dirigir um filme solo só dele. Mas como eu disse, Affleck
vive numa fase de provar o seu potencial, ao ponto de atuar em O Contador, uma espécie
de Identidade do Borne alternativa do seu amigo Damon, mas carregando algumas características
de sua própria carreira solo e ganhando então um pouco de identidade própria.
Aqui,
Affleck interpreta uma pessoa que sofre desde jovem de uma espécie de autismo,
mas que ao mesmo tempo, lhe fez ganhar a capacidade de desenvolver e solucionar
contas e valores complexos. Adulto, se torna um brilhante contador, ao ponto de
ser convidado por inúmeros donos de empresas para cuidar de suas contas. Porém,
o seu personagem acaba se envolvendo com inúmeras organizações criminosas, fazendo
dele não só um alvo, como também os seus ex- clientes.
Dirigido
por Gavin
O'Connor (Guerreiro), o filme se apresenta como uma espécie de filme policial
noir contemporâneo, onde a bela fotografia e trilha sonora já no principio da
obra, dão uma dimensão do que virá a seguir. Mas o cinéfilo mais atento irá reparar
que há elementos familiares, como se o roteirista pegasse idéias já bem usadas de
outros filmes ou até mesmo franquias: da já citada franquia do Borne a Batman e
até mesmo Uma Mente Brilhante, já que o personagem de Affleck é uma espécie de
versão anabolizada do John Nash, personagem de Russel Crowe daquele filme.
Comparações a parte, é
preciso pelo menos reconhecer o esforço de Ben Affleck, pois a todo o momento
ele tenta nos convencer de que é um autista, mas com uma genialidade fora do
normal. Mesmo ainda tendo o físico de Batman VS Superman, o ator constrói uns trejeitos
que o fazem parecer uma pessoa insociável com as demais pessoas que ele convive
no seu dia a dia. É tocante, por exemplo, quando aos poucos o seu personagem começa
a se interagir com pessoas da qual no fundo ele gosta, principalmente através
da personagem Dana (Anna Kendrick), do qual se cria uma relação singela e
proporcionando os momentos mais divertidos do filme.
Mas se até a metade do
filme seja uma espécie de apresentação e construção dos personagens, após isso,
o filme muda de cara e entrando em um cenário de teorias de conspiração, embalado
com inúmeras cenas de ação e tiroteio. Se por um lado a situação começa a sair
um pouco dos trilhos da realidade, em compensação, o cineasta O'Connor se
mostra hábil na construção dessas cenas, das quais ele insere uma montagem
caprichada e efeitos sonoros convincentes. É nesses momentos, aliás, que me
lembrou os melhores momentos da carreira de Michael Mann, principalmente com o
seu clássico Fogo contra Fogo, muito embora a minha comparação possa ser um
tanto que precipitada.
Falando em
precipitação, não se precipite com apresentação de alguns personagens num primeiro
momento, pois eles são como uma espécie de cebolas, da quais gradualmente vão sendo
descascadas e revelando o seu real ser. Se por um lado o misterioso Brax (Jon
Bernthal) não nos engana com relação a sua verdadeira origem, por outro lado, o agente
Ray King nos surpreende com revelações surpreendentes e fazendo com que o filme
mude de cara de uma hora para outra. Interpretado com maestria por J.K. Simmons, o
seu Ray King é o típico personagem que poderia se apresentar como medíocre, mas
que ganha contornos melodramáticos arrebatadores e ganhando de imediato a nossa
simpatia.
Contudo, é a partir
desse momento que o filme ganha ainda mais elementos familiares, um tanto que previsíveis
e dando a entender que não será a última vez que veremos esse personagem de Ben Affleck. Se alguém tinha dúvidas disso, elas caem por terra nos minutos finais
do filme, quando o roteiro cria uma revelação mirabolante e fazendo com que a
palavra “Oráculo” soe em nossas mentes como um todo. Quem é familiar com relação ao
universo do Batman, por exemplo, sabe muito bem do que eu estou falando.
Mas não é pelo fato
de velhas fórmulas usadas em O Contador que o fazem dele um filme descartado,
muito pelo contrário, pois ele é uma legitima prova de que é possível criar
boas histórias que nos atraia, mesmo quando elas nos passam a todo o momento aquela
sensação já conhecida do déjà-vu.
Sinopse:Rachel (Emily
Blunt) leva uma vida solitária e gosta de criar histórias para pessoas que vê
diariamente no trem. Certo dia, Rachel rotula um casal com a vida perfeita e
acaba testemunhando um crime envolvendo essas pessoas e passa a correr perigo
por causa disso.
Amnésia (2016)
Sinopse:Nos anos
1990, Jo sai de Berlim e vai para Ibiza com o sonho de se tornar um DJ de
sucesso. Sua sorte pode começar a mudar com a chance de tocar na badalada boate
Amnesia. Enquanto isso, ele faz amizade com a vizinha, uma mulher de meia-idade
que por muitos anos preferiu manter o passado esquecido.
Fora do Rumo
Sinopse: Um detetive
de Hong Kong (Jackie Chan) precisa proteger um vigarista americano (Johnny
Knoxville) que se meteu numa grande encrenca. O cara acabou testemunhando um
crime e agora está na mira da máfia chinesa.
Lolo: O Filho da
Minha Namorada
Sinopse: A quarentona
Violet (Julie Delpy) está solteira há um bom tempo até que conhece o
atrapalhado Jean-René (Danny Boon). Os dois começam a namorar e se depender do
filho adolescente dela, Lolo (Vincent Lacoste), esse relacionamento tem prazo
de validade, transformando a vida do namorado da mãe num inferno.
Trolls
Sinopse: Poppy
(dublada em inglês por Anna Kendrick) é a líder dos Trolls e é conhecida por
ser insanamente feliz. Todos do vilarejo onde vivem estão com medo com a
chegada do gigante faminto Berguen, que sequestra vários Trolls. Agora, Poppy
tem de unir forças com o irritadinho Branch (dublado em inglês por Justin
Timberlake) para conseguir salvar seus amigos.
Sinopse: Nos anos 60,
uma viúva é capaz de se comunicar com espíritos por meio do tabuleiro de Ouija.
Ela faz isso para tirar dinheiro de pessoas céticas. Certa noite, a mulher usa
o tabuleiro e acaba convocando, sem querer, uma entidade maligna que possui o
corpo de sua filha caçula.
Com um
orçamento de apenas R$ 5 milhões de dólares, Ouija - O Jogo dos Espíritos acabou
arrecadando mais de R$ 100 milhões e se tornando um dos filmes mais bem sucedidos
de 2014. Porém, as péssimas críticas da época foram tantas, que me fizeram não
ir para assistir a obra. Contudo, não cometi esse mesmo erro com Ouija - Origem do Mal,
do qual conseguiu a proeza de me assustar e me surpreender, mesmo usando velhas
fórmulas tão manjadas dentro do gênero.
Dirigido
por Mike
Flanagan (O Sono da Morte) acompanhamos o dia a dia de uma mãe e de suas duas
filhas, que vivem ganhando a vida usando métodos para enganar pessoas através
da clara vidência. Certo dia, a mãe decide comprar um tabuleiro de Quija, para então melhorar
o atendimento durante as sessões. Mal sabe ela que isso desencadeará sérias consequências
para o futuro próximo.
Claro que, quando
surge o tabuleiro em cena, todo mundo já imagina o que irá acontecer em seguida. Mas uma coisa é a gente já conhecer as regras desse tipo de filme, outra é
saber como elas serão idealizadas ao longo da projeção. Pelo visto Flanagan pensou
duas vezes em não cair numa vala comum, pois é curioso observar como ele consegue nos convencer a prestarmos atenção no que irá acontecer em seguida.
Todas as fórmulas dos
filmes de terror atuais estão lá: sustos inesperados, vulto nas sombras, portas
com rangidas e família desesperada perante o inexplicável. A carta surpresa do
cineasta é então usar essas fórmulas e inserir situações das quais nos engane
facilmente, pois se achamos que uma determinada situação tem uma explicação da
qual já conhecemos, pode ter certeza que é muito pelo contrário do que nós
imaginamos.
Além disso, os efeitos
que, embora simples, nos impressionam, principalmente quando eles surgem fora
do foco e criando uma sensação de desconforto. Fora isso, é preciso dar palmas
pela boa reconstituição da época, já que a moda e a cultura dos anos 60 estão
presentes a todo o momento durante a projeção. Se nos filmes de Invocação do
Mal isso deu muito certo, aqui não seria diferente, desde que fosse realmente
bem feito.
Mas independente da mão
segura do cineasta, ou da parte técnica sob medida, nada disso funcionaria se o
pequeno elenco não funcionasse na tela, ao começar pela pequena atriz Lulu
Wilson. Interpretando a pequena Doris,Lulu surpreende ao apresentar a sua
personagem como um ser dócil, mas que aos poucos vai demonstrando um
comportamento dúbio, logo que começa os estranhos eventos dentro da casa. A jovem
atriz com certeza possui aquele ar angelical, mas que não esconde uma aura perversa
e que facilmente ela usa no decorrer do filme quando as forças do mal dominam o
cenário como um todo.
Perante a isso, os
interpretes Elizabeth Reaser,,Annalise Basso e Henry Thomas pouco podem fazer
para incrementar algo de diferente nos seus respectivos personagens, a não ser
se tornarem peças de um xadrez, cujo o cheque mate logo irá os alcançar. Aliás,
é preciso dar crédito para o terceiro ato e final da trama, pois além de ser amedrontador,
ele nos proporciona momentos bem fora do convencional, principalmente para
aqueles que buscam algo mastigado, mas nenhum pouco desafiador. Com isso, diferente
do bom, mas previsível Quando as Luzes se apagam, aqui testemunhamos algo
poucas vezes visto no cinema atual de horror e fazendo da obra muito mais
corajosa e atraente do que o normal.
Ouija - Origem do Mal,
pode até nos apresentar elementos já vistos tantas vezes em outros filmes, mas
é graças aos seus desdobramentos assustadoramente bem orquestrados dentro da
trama que fazem então toda a diferença.