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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

Cine Especial: De Ray Harryhausen - 'A Ilha Misteriosa'

O escritor francês Júlio Verne teve os seus grandes clássicos da literatura sendo adaptados para a tela. Em 1961, a adaptação de “A Ilha Misteriosa” foi dirigida por Cy Endfield (“O Insaciável Marquês de Sade”) e contou de homens que sem querer foram parar em uma ilha tomada por animais gigantes. Além de agirem para se defenderem das estranhas criaturas eles precisam achar uma forma de sair do local o quanto antes, já que há um vulcão que poderá explodir a qualquer momento.

Revisto hoje o que mais chama atenção é realmente os seus  efeitos especiais que, mesmo feitos nos anos 60, preocupou-se em reproduzir o universo criado por Verne de maneira adequada para a época e isso graças ao mago do stop motion Ray Harryhausen. Além disso, é possível constatar duas diferentes formas de interação nas filmagens, embora ambas sigam de formas iguais. A primeira delas é a gravação com atores em frente a projeção de cenas com um determinado local e do qual nos localiza onde os personagens estão. Fora isso, são também usados recursos que representa os ambientes de  fundo, em uma tentativa de tornar tudo mais verossímil.

Mas nada se compara ao planejamento para a realização dos seres gigantes vistos na tela, pois envolve um perfeccionismo absurdo para se obter então a perfeição e isso somente sendo obtido por   Ray Harryhausen. Isso se dá por meio da paciente captura de imagens quadro a quadro do boneco em frente à projeção da cena já gravada com atores reais reagindo a um espaço vazio. A cada fotograma da projeção, mexe-se um pouco o boneco, até que toda a sequência seja completada. Assim, a nova gravação é exibida na velocidade padrão (24 quadros por segundo) para produzir a ilusão de movimento e de posição corretas do boneco em relação ao fundo. A técnica requer um nível de precisão absurda para que as transições soem o mais natural possível em cena.

A fotografada por Wilkie Cooper, responsável pelos enquadramentos abertos, ideais para a inserção dos efeitos posteriores, parte do design de produção de William C. Andrews, profissional que não se preocupa com o realismo, afinal, estamos diante de uma perspectiva fantástica, acompanhada pela condução sonora de Bernard Hermann, textura com um eficiente tom aventureiro, adequado para o filme. Ademais, os elementos eficientes que compõem a história se originam do ponto de partida, o romance, em especial, a cronologia própria da ilha, material eficiente para ampliação dos conflitos desenvolvidos ao longo de toda a boa e divertida história.

Entretanto, esse modo pouco questionador de lidar com algo tão estranho é importante para dar ao longa um tom de humor negro. Exemplos disso são o hábito de comer o animal gigante após derrotá-lo e a trilha sonora aventuresca e ao mesmo tempo pateta de Bernard Herrmann na sequência da ave. A direção de arte acentua este tom com figurinos e cenários tão espalhafatosos e bizarros que chegam a ser risíveis em determinadas ocasiões, como o intrigante equipamento de mergulho feito de conchas gigantes.

Assim como outras obras de Júlio Verne que foram adaptadas para o cinema, “A Ilha Misteriosa” não falha em despertar um constante interesse no público pelos personagens e pelos mistérios que o local esconde. Além disso, o longa também é um excelente registro cinematográfico de uma época onde a criatividade artística falava mais alto do que os avanços tecnológicos. As limitações forçavam um raciocínio para criar algo novo a partir do que se tem, e não esperar a invenção de alguma coisa que torne possível um resultado perfeito.

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