Sinopse: Um grupo de galinhas destemidas se une para enfrentar uma nova ameaça: uma fazenda muito suspeita, com cheiro de fritura no ar.
Enquanto algumas animações computadorizadas lançadas a mais de vinte anos atrás revisitadas hoje estão envelhecendo muito mal, por outro lado, o stop-motion vai muito bem obrigado e o clássico "A Fuga das Galinhas" (2000) é um belo exemplo neste quesito. Criada pelo estúdio Aardman Animations, e dirigido por Nick Park e Peter Lord, essa gostosa animação feita quadro a quadro foi tão bem recebida pelo público e a crítica na época que os membros da academia do Oscar foram obrigados a criar uma categoria de "melhor longa-metragem em animação" no ano seguinte, pois foram duramente criticados pelo fato dessa animação ter sido esnobada na cerimônia. Mais de vinte anos depois eis que chega "A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" (2023) filme que respeita o legado do seu antecessor e ao mesmo tempo provando que o stop-motion pode ser mais explorado do que nós imaginamos.
No filme anterior acompanhamos um bando de galinhas que decidem escapar da fazenda em que vivem contra sua vontade, comandada por uma dupla de maus proprietários. No novo longa - que conta com direção de Sam Fell (Por Água Abaixo, ParaNorman) -, a adorável galinha Ginger (Thandiwe Newton), que conseguiu escapar da fazenda no primeiro longa, agora leva uma vida pacífica em uma bela ilha que serve de refúgio para todas as suas amigas galinhas. E seu final feliz parece ainda mais perfeito quando ela e seu companheiro, Rocky (Zachary Levi), chocam uma adorável avezinha chamada Molly (Bella Ramsay). Porém, uma nova - e ainda mais terrível - ameaça surge para abalar as vidas de Ginger e suas amigas.
Embora tenha levado mais de vinte anos para o seu lançamento a espera valeu a pena, pois o filme é ainda mais colorido, divertido e ainda com mais ação para se dizer o mínimo. Se no filme anterior se a história prestava uma homenagem ao clássico "Fugindo do Inferno" (1963), aqui há diversas referências a franquia "Missão Impossível", pois os protagonistas não estão fugindo de um galinheiro, mas sim tentando se infiltrar em uma fábrica de última geração para salvar as demais galinhas. Isso é o suficiente para haver diversas cenas de ação muito bem elaboradas, sendo que todas elas são bastante fluidas e fazendo a gente até mesmo se perguntar como elas foram feitas, pois criar stop-motion é uma tarefa que requer paciência, mas pelo visto os realizadores têm isso de sobra.
O filme em si pode ser interpretado como uma grande aventura familiar, já que Rocky e Ginger tem agora Molly como filha, sendo que essa última não é muito diferente de sua mãe que sempre se arriscou em busca da liberdade. Como sempre, há sempre aquele atrito familiar dos pais sempre protegerem ao máximo os seus filhos, mas cabe o casal central aprender que não se pode ignorar o seu passado, pois ele se encontra enraizado em sua pequena galinha. É aquela típica história já vista em outros clássicos como "Procurando Nemo" (2003), mas que nunca é demais ser revisitado.
Em tempos em que a Disney/Pixar anda mais tropeçando do que acertando, a Aardman Animations vem para nos dizer que as suas animações são feitas de coração, usando velhos recursos que ainda hoje se pode sim colocá-los em prática e render uma deliciosa aventura. Irá se passar ainda mais vinte anos, mas o stop-motion criado para dar vida a essas galinhas fugitivas continuará ainda imbatível. "A Fuga das Galinhas: A Ameaça dos Nuggets" é uma continuação que tardou, mas não falhou ao entreter uma nova geração e provando que as velhas técnicas de animação podem sim ter o seu espaço e conquistar uma nova geração.
Onde Assistir: Netflix
Faça parte:
Facebook: www.facebook.com/ccpa1948
Nenhum comentário:
Postar um comentário