Esse foi o quinto filme animado por Ray Harryhausen com a sua incrível técnica de “stop-motion” e sem dúvida alguma um dos seus melhores trabalhos já feitos. Harryhausen trouxe de Vênus o tenebroso Ymir, uma criatura perigosa com espantoso poder de crescimento, para, de novo, ameaçar os seres humanos. A criatura, logicamente, se juntou a clássica galeria de monstros dos anos cinquenta. Contudo, apesar de ter sido feito nos Estados Unidos, o mais interessante de tudo é que a criatura não destrói as já suficientemente conhecidas cidades americanas, mas sim nos cenários conhecidos da Itália como Roma. Logicamente, ele não veio por vontade própria, como a maioria dos outros monstros alienígenas, mas sim pela insistência curiosidade do ser humano.
"Vinte Milhões de Milhas da Terra" (1957) é aquele típico filme “B” de ficção científica, daqueles que eram mais do que comum nos anos 50, mas se sobressai e é lembrado até hoje pela impressionante técnica de animação, onde, encerrando a fase clássica dos monstros em preto e branco, mostrava até quanto a técnica havia evoluído desde que Willis O’Brien lançara seus monstros anti-diluvianos do mudo O Mundo Perdido, de 1925.
Com produção de Charles H. Schneer a partir de uma história do próprio Ray Harryhausen em co-autoria com
Charlott Knight, o filme teve direção assinada por uma das figuras mais conhecidas da ficção científica B da década de 50, Nathan Juran, responsável por, entre outros, “O Ataque da Mulher de Quinze Metros"(1958), " O Cérebro do Planeta Arous" (1957) e "Fúria de uma Região Perdida" (1957). A verdade é que o Ymir, uma estranha criatura meio humanoide, meio reptiliana, do qual me lembrou até mesmo "O Monstro da Lagoa Negra" (1954) e era o primeiro contato do diretor com protagonistas de massa com quarenta centímetros de comprimento. E ele se deu tão bem com o pequeno boneco que já em 1958 seria requisitado para dirigir um outro grande clássico da animação de Harryhausen, "Sinbad e a Princesa" (1959) e "Os Primeiros Homens na Lua" (1964).
Porém, foi em "Vinte Milhões de Milhas da Terra" que Harryhausen estreou com um novo processo de movimentação entre miniaturas e pessoas reais. Era o chamado “Sistema Dynamation“, que permitia colocar pessoas atrás e à frente da criatura sem causar aquela impressão artificial de filmagem sobreposta sob tela grande. A técnica foi melhorando cada vez mais nos filmes posteriores, que seriam todos coloridos e, por isso mesmo, era preciso que a técnica fosse melhor aperfeiçoada.
O filme possui momentos clássicos em que a técnica do estop motion se sobressai em vários momentos. A fantástica cena em que a desafortunada criatura de Vênus batalha com um descontrolado elefante próximo às ruínas de Roma seria uma espécie de marca registrada de Harryhausen – em quase todas as produções posteriores haveria pelo menos um combate entre criaturas. Enfim, "20 Milhões de Léguas da Terra" é diversão pura para não se levar a sério e um representante de como Hollywood atraia a massa para o cinema naqueles tempos.
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