Sinopse: Bebel é uma jovem cadeirante que mora com a mãe e o avô no interior. Para continuar seus estudos, ela acaba se mudando para a cidade grande, onde novas adversidades passam a fazer parte de sua vida, começando com sua tia Marieta.
Em um Brasil atual em que as crises políticas e divisão social de classes se espalhou aos quatro ventos nos lares dos brasileiros nos últimos tempos fica até mesmo difícil como dialogar com os jovens de hoje que se encontram em formação perante o mundo ainda desconhecido. O assunto é, por vezes, tão complexo que é preciso de um pouco de fantasia para saber alinhar fatos verossímeis com a linguagem que o jovem poderá compreendê-la. "Chama a Bebel' (2023) pode soar bem ingênuo em alguns momentos, mas nos passa uma mensagem positiva para se fazer algo de diferente e que possa ajudar o nosso mundo.
Dirigido por Paulo Nascimento, em "Chama a Bebel", a brilhante e corajosa Bebel (Giulia Benite) é uma jovem cadeirante que mora com sua mãe (Larissa Maciel) e o avô (José Rubens Chachá) nas margens de uma rodovia no interior que vê sua rotina mudar drasticamente quando se muda para a cidade grande para poder estudar em uma nova escola. Babel então entra em uma jornada de amadurecimento entre baixos e altos, onde enfrenta muitos desafios para tentar se adaptar, incluindo sua tia (Flavia Garrafa), estudantes populares do colégio e até um inimigo poderoso – um empresário da cidade que faz testes laboratoriais em animais.
Pois bem, conheci Paulo Nascimento no curioso "A Oeste do Fim do Mundo" (2012), um filme com requintes e que davam sinais de que ele poderia ser um futuro cineasta autoral. Aqui, porém, ele cria uma realidade dos jovens brasileiros atuais e dos quais os mesmos podem se identificar do lado de cá da tela, mas sendo moldurados através de uma edição de arte e fotografia que mais parece que saíram de uma novela mexicana. Tudo é claro para ser uma forma convidativa e que possa agradar os jovens de hoje tão acostumados a filmes convencionais e que fogem da realidade brasileira.
Curiosamente, Bebel é a protagonista perfeita, da qual não irá se deter perante as adversidades, mesmo que enfrente um sistema corrupto e do qual se alastra até mesmo na sala de aula em que ela convive. É notório que neste cenário podemos observar que ela enfrentará diversos assuntos espinhosos, que vai desde ao preconceito, divisão de classes, fake news e até mesmo sobre alienação dos jovens de hoje. Se por um lado temos uma protagonista que deseja fazer algo de diferente, do outro, há jovens que fogem da realidade e buscando cegamente se tornarem celebridades instantâneas.
Diante disso, a tentativa de ir em busca de cães desaparecidos na cidade em que ela está morando faz uma espécie de alerta para todos debaterem sobre até que ponto é correto usarem animais inocentes para experiências em laboratório. Tudo é claro moldado de uma forma leve, descontraída e que possa ser vista por jovens de todas as idades. Se o discurso cheio de positividade possa parecer um tanto que piegas, ao menos, ele nos soa positivo em tempos em que discursos pesados e cheios de ódio são ouvidos até mesmo por crianças e que precisam ser guiadas para temas em que elas possam compreender e já desde cedo lutar pela vida e pelo meio ambiente.
"Chama a Bebel' é um filme inocente, mas cuja sua mensagem vale ouro em tempos em que o discurso de ódio se alastra pelo mundo.
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