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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Cine Dica: Streaming - 'Pinóquio por Guillermo Del Toro'

Sinopse: O desejo de um pai solitário dá vida magicamente a um boneco de madeira, seu nome é Pinóquio. Confuso por ser tão diferente das outras crianças, Pinóquio foge de casa para encontrar seu lugar no mundo e se depara com perigo e aventura. 

Guillermo del Toro é fascinado por contos de fadas, porém, suas visões para essas histórias são sombrias, com uma lição de moral adulta e que passa muito longe da proposta elaborada por Disney quando adaptava, por exemplo, os contos dos Irmãos Grimm. No caso do conto "Pinóquio", obra máxima criada pelo italiano Carlo Collodi, ele possui diversas adaptações ao longo da história, sendo que a mais conhecida é a de 1940, criada pelo próprio Disney e que, embora fiel a sua fonte, era um tanto que suavizada se comparada a versão literária. "Pinóquio por Guillermo Del Toro" (2022) possui algumas diferenças, porém, é a mais próxima com relação a ideia principal do escritor.

A nova versão do diretor Guillermo del Toro é uma releitura sombria e distorcida do famoso conto de fadas de Carlo Collodi sobre o boneco de madeira que sonha em se tornar um menino de verdade. Situado na época da primeira grande guerra, onde a Itália é comandada pelo fascismo, Pinóquio ganha a vida quando seu criador talha a forma de um menino em madeira. Mas essa não é qualquer história que todos estão acostumados a ver sobre o menino travesso de madeira.

Diferente de outras adaptações, Guillermo del Toro, ao lado do codiretor Mark Gustafson, não usa desenho tradicional para criar a trama, e tão pouco o desenho digital, mas sim usando o bom e velho Stop motion. Filmado em quadro a quadro, o filme possui um dos visuais mais belos e perfeccionistas do ano, do qual nos esquecemos que são bonecos filmados e sintetizando todo o carinho dos realizadores durante a realização do projeto. Uma prova que esse tipo de animação pode sim ainda ser usada em pleno século vinte um, desde que feita com coração e que possa conquistar diversa plateias.

Porém, não espere um conto infantil, pois a obra do realizador foge de qualquer previsibilidade e se distanciando do que nós imaginávamos. Guillermo del Toro cria um conto sobre atos e consequências, sobre valorizar a vida breve deste planeta e que o desejo de se contrapor a isso levará por um caminho sem volta. Pinóquio nasceu através do desejo de Gepeto em ter o seu filho de volta que havia falecido devido à queda de uma bomba, mas não o aceitando de forma imediata e tendo que se lembrar novamente o que fazia ser um pai. Já Pinóquio aprenderá por duras penas entender a realidade em que vive, tendo ajuda do seu amigo Grilo Falante, mas do qual as vezes nem sequer é ouvido pelo protagonista nos momentos de pior crise.

Quem é fã da filmografia de Guillermo del Toro irá perceber certas referências de outros filmes, principalmente no início do primeiro ato. Em um determinado momento, por exemplo, uma bomba cai no meio da igreja e provocando a morte do verdadeiro filho de Gepeto. Essa cena é uma curiosa homenagem ao ótimo "A Espinha do Diabo" (2001), filme que levantou a moral do diretor depois do mal sucedido "A Mutação" (1997) em território americano. E como não poderia deixar de ser, o realizador faz uma crítica ácida sobre a época do fascismo italiano dentro da trama, sendo que quando o assunto é sobre a guerra o diretor coloca o dedo na ferida e cujo ápice disso se encontra em sua obra prima "O Labirinto do Fauno" (2006).

Embora a trama se distancie um pouco de sua fonte original aqui e ali, a ideia principal continua intacta e ao mesmo tempo fresca para as novas plateias. Curiosamente, não vemos mais um menino de madeira em querer ser um menino de verdade, mas sim em aprender a se sacrificar por aqueles que ele ama, mesmo tendo que aprender posteriormente que todo começo haverá um fim e valorizar, enfim, a vida que nos é dada e aproveita-la antes que ela seja extinguida. Talvez os adultos de hoje que conheceram a obra através das mãos de Disney quando eram crianças consigam hoje aceitar a visão mais adulta de Guillermo del Toro, pois todo conto tem a sua lição de moral em meio ao sofrimento.

"Pinóquio por Guillermo Del Toro" é tudo aquilo que faltava nas outras adaptações da obra de Carlo Collodi e fazendo com ele se torne uma versão corajosa e única para dizer o mínimo. 

Onde Assistir: Netflix

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