Sinopse:Paraíso
Perdido é um clube noturno gerenciado por José (Erasmo Carlos) e movimentado
por apresentações musicais de seus herdeiros. O policial Odair (Lee Taylor) se
aproxima da família ao ser contratado para fazer a segurança do jovem talento
Ímã (Jaloo), neto de José e alvo frequente de homofóbicos, e aos poucos o laço
entre o agente e o clã de artistas românticos vai se revelando mais e mais
forte - com nós surpreendentes.
Quando um governo
quebrado como nosso escancara o seu desleixo pelo povo, se
tem o surgimento da resistência, de movimentos artísticos, políticos e da solidariedade
que, mesmo rara, acaba então surgindo. Numa noite escura de uma cidade grande,
por exemplo, existe até mesmo a possibilidade uma família excluída pela “sociedade
hipócrita” prevalecer em meio às adversidades das quais tentam mata-la. Paraíso
Perdido é um pequeno retrato de nosso Brasil, onde não se encontrará numa
novela falsamente plástica, mas talvez muito mais próxima de você do que
imagina.
Dirigido pela
cineasta Monique Gardenberg (Ó Paí, Ó),
o filme acompanha as noites de um clube noturno, do qual é gerenciado pelo
veterano artista José (ninguém menos que Erasmo Carlos). Certo dia, o seu neto
Imã (Jallo) é agredido por um grupo de homofóbicos, mas que é socorrido pelo
policial civil Odair (Lee Taylor). Graças a sua ação samaritana, Odair consegue
um emprego como segurança do clube graças ao José e que, aos poucos, começa a
se familiarizar com aquele universo particular daquela família e que guarda segredos
dos mais profundos dos quais ele jamais imagina.
Embora seja uma trama
que se passe nos tempos atuais, Paraíso Perdido é um filme que emana tempos
mais dourados da nossa cultura, seja com relação à moda extravagante ou de músicas
populares. Aliás, o filme vem justamente nesse período de nostalgia que se
sente atualmente, onde cada vez mais as pessoas começam a olhar um pouco para trás e sendo seduzidos por tempos mais simples
e coloridos. Contudo, tanto o passado como presente, há os seus devidos problemas
e cabe a união dessa família da trama se unir para sobreviver perante o
preconceito e as adversidades que persistem em não morrer em tempos contemporâneos.
Nesse cenário, o personagem
Odair se torna os nossos olhos, onde testemunhamos figuras distintas daquele
local escondido da cidade e que cada um deles possui uma grande história para
se contar. Moldado por um grande elenco, incluindo talentos de porte como Emília
Guedes, o filme surpreende pela presença forte de novos talentos e de veteranos
que, embora quase nunca tenham atuado na vida, surpreendem como ninguém em
cena. É o caso do cantor Erasmo Carlos que, no meu ponto de vista, sempre foi um
talento escondido devido à sombra constante de Roberto Carlos, mas que não se
intimida em atuar na frente das câmeras e conseguindo construir um personagem
que sintetize sua força de vontade perante os obstáculos do meio artístico que
enfrentou ao longo da vida.
Embora seja um pouco
mais longo do que se devia, o filme nos prende atenção graças aos inúmeros mistérios
que moldam esses personagens. Isso acaba também gerando inúmeras reviravoltas, como se
fosse uma cebola com inúmeras camadas, além de revelar cicatrizes das quais
nunca sara. Odair, por exemplo, terá que saber lidar com segredos revelados que
acaba descobrindo com relação a essa família, pois o próprio não deseja deixar
de ser a pessoa que se tornou um dia, graças a sua mãe surda chamada Nádia (Malu
Gali, numa atuação fantástica).
Paraíso Perdido é
sobre grandes talentos excluídos pela sociedade, mas que prevalecem vivos em
seus paraísos particulares e que lutam para se manterem ativos e os seus dons
nunca adormecidos.
Onde assistir: Sala
Eduardo Hirtz. R. dos Andradas, 762 -
Centro, Porto Alegre. Horário: 16h45.
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