Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

terça-feira, 12 de junho de 2018

Cine Especial: Ciclo de Cine debate 50 anos do Maio de 68: Parte 1



Desde o dia 04/06 o SindBancários promove um ciclo de cinema sobre os 50 anos das revoltas de Maio de 1968. Em parceria com Departamento de História da UFRGS, através do Luppa (Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado) e com o apoio da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e do Institut Français, serão exibidos no CineBancários quatro filmes que abordam o tema, seguidos de debates abertos a plateia. Participam como debatedores e palestrantes os historiadores Erick Kayser, Pericles Gomide, Nilo Piana de Castro e Raul Pont, ex-prefeito de Porto Alegre e líder estudantil em 1968.
Atividade foi criada para quatro encontros sempre as segundas feiras às 19h no Cinebancários. Vejam abaixo quais foram os filme assistidos e debatidos até aqui:   

 Uma Estranha Primavera – Parte 1 (exibido no dia 04/06)

Sinopse: Maio de 68, uma estranha primavera” é um filme que relata os acontecimentos do mês de maio de 1968 na França do ponto de vista daqueles que foram contestados em maio de 68.
 
Dirigido pelo historiador e cineasta Dominique Beaux, a produção foi lançada em março deste ano e busca oferecer uma ótica diferenciada dos eventos de Maio de 68, tendo como principais entrevistados figuras geralmente pouco procuradas para dar seus depoimentos, dentre elas pessoas ligadas ao meio sindical, político, policial e funcionários públicos, todas as testemunhas dos eventos ocorridos em Paris há 50 anos. A partir desses diversos pontos de vista, Beaux almeja que o cinéfilo tenha um novo olhar sobre os protestos na capital francesa.
É impressionante, por exemplo, observarmos aqueles jovens estudantes e trabalhadores protestando nas ruas de Paris e fazermos um paralelo com o protesto de 2013 que ocorreram aqui no Brasil e que se iniciou devido os aumentos das passagens de ônibus. Se por um lado o nosso grande protesto acabou dando em nada (a não ser o golpe orquestrado pela toga), os protestos de Maio de 68, ao menos, se fez sentir não somente em território francês, como também desencadeando protestos semelhantes por todo o globo na época.
A obra transita com seriedade, mas ao mesmo tempo com momentos de humor, principalmente quando os entrevistados revêm pelo computador eles mesmos quando jovens em situações que ficaram icônicas na história. Mas isso tudo é somente a primeira parte desse documentário de quase quatro horas e, portanto aguardem para a minha opinião final sobre a obra como um todo após eu assistir a segunda parte.

Loucuras de uma primavera (exibido no dia 11/06)

Sinopse: As manifestações de maio de 68, na França, levam inquietação não apenas a Paris. Pega também de surpresa os parentes de uma velha proprietária de terras que acaba de morrer, abrindo caminho para uma luta pela herança.
 
De todos os títulos que eu já assisti, onde os eventos sobre Maio de 68 se encontram num segundo plano, esse é bastante curioso, simbólico e divertido. Dirigido pelo francês Louis Malle (Os Amantes), a trama, aliás, não se passa no cenário de Paris onde ocorriam os protestos, mas sim num ensolarado campo e onde se encontra uma mansão com uma família burguesa. Porém, com eventos daquele mês cada vez mais sendo noticiado e se alastrando pelo país, a situação faz com isso afete aquele universo da burguesia que se encontra em pleno funeral da matriarca.
Uma complicação a mais é que o enterro não pode ser efetuado, já que as mortuárias também estão em greve, e, lá adiante a família precisará decidir que medida tomar. Nisso, o protagonista principal Milou (Michel Piccoli), vencerá, ao sugerir que a mãe seja enterrada nas terras da propriedade, como se fazia nos velhos tempos. O fato é que os efeitos da Revolução vão se fazendo cada vez mais presentes e mais fortes na mansão dos Vieuzac, ao ponto de serem todos obrigados a fugir. Mas antes da fuga o encontro da família é mais ou menos eufórico e vira piquenique bucólico, com direito a insinuações eróticas, inspiradas pelos boatos que se ouviam sobre os acontecimentos parisienses.
Após o termino dos eventos de Maio de 68, alguns historiadores acreditam que aquilo tudo se tornou uma revolução da qual não se mudou nada. Assistindo ao filme, se dá a impressão de que esse pensamento faça sim algum sentido, pois temos, por exemplo, a morte da matriarca dessa família burguesa, da qual poderia sugerir ao cinéfilo um símbolo da suposta derrocada da burguesia pela Revolução. Porém, a imagem da matriarca viva (ou em espírito) simboliza a classe burguesa que teima em não morrer.
Com já cinco décadas após os eventos de Maio de 68, esse pensamento, infelizmente, faz então todo o sentido.
  
Próximas sessões com debates:
* 18/6: “Maio de 68: uma estranha primavera – Parte 2” (França, 2018) Dir: Dominique Beaux Debatedores: Erick Kayser & Péricles Gomide (Historiadores)
* 25/6: “Utopia e barbárie” – (Brasil, 2005). Dir.: Silvio Tendler. Debatedor: Raul Pont (ex-prefeito de POA e lider estudantíl em 1968).

 Saibam mais sobre o  Ciclo de Cine debate 50 anos do Maio de 68 clicando aqui e participem.


Me sigam no Facebook, twitter, Google+ e instagram

Nenhum comentário: