Sinopse: Depois de se mudar
para Oslo, uma estudante norueguesa vai passar pelos momentos mais estranhos de
sua vida. Isso porque, inesperadamente, ela acaba descobrindo que tem poderes
sobrenaturais e, para completar, está perdidamente apaixonada.
Imagine um filme dos X-Men, do
qual é ainda mais com um pé dentro da realidade e que o maior vilão seria o próprio
conservadorismo da nossa sociedade. Imagine uma realidade em que uma jovem
possui poderes fora do comum, mas não há um Charles Xavier para poder guiá-la. Assim é o universo apresentado em Thelma, da
qual a realidade esconde pessoas com dons especiais, mas dos quais sofrem por
uma opressão imposta pela intolerância e fé cega.
Dirigido por Joachim Trier (Mais
forte que bombas), acompanhamos o dia a dia de Thelma (Eili Harboe), uma jovem
recatada e sempre sendo observada de longe pelos pais conservadores. No decorrer
dos dias ela conhece a estudante Anja (Kaya Wilkins) da qual se apaixona, mas
que faz despertar nela desejos nunca antes sentidos, assim como um poder vindo
dela adormecido. Tendo sido criada em meio a fortes crenças, Thelma começa a
descobrir aos poucos o que ela é relembrando um passado que até então ela havia
esquecido.
Já nos primeiros minutos o
cineasta Joachim Trier faz questão de mover a sua câmera como uma espécie de
segunda pessoa em cena e da qual observa Thelma a todo momento. Aos poucos
percebemos algo de errado no ar, desde as mudanças do clima, sons estranhos e
os pássaros agindo de forma peculiar. Esses momentos ocorrem onde Thelma se
encontra e de acordo com o que ela está sentido num determinado momento.
Basicamente a trama é sobre
a passagem da inocência para um cenário de descobertas, mas que a repressão que
a própria protagonista causa nela, não somente lhe prejudica, como também pode
causar certo perigo para as outras pessoas em volta. Não tendo opção, Thelma
recorre aos seus pais, mas que, ao invés de ajudá-la, seguem somente uma visão retrógrada
e impondo isso a ela de uma maneira errônea. Porém, não esperem desses pais uma
aura perversa, assim como foi visto na mãe movida pela fé ensandecida no clássico
Carrie: A Estranha, mas sim conhecemos gradualmente através de Flashbacks as raízes
do porque eles agirem dessa maneira e fazendo a gente compreender então a dor e
o medo que eles sentem pela própria filha no dia a dia.
Tecnicamente o filme possui
uma fotografia maravilhosa, onde cada quadro é uma verdadeira revelação e
sintetizando até mesmo os pensamentos vindos do mais fundo do consciente da
protagonista. Embora sejam elementos fantásticos que movem a trama, é interessante
como o cineasta injeta um alto-grau de verossimilhança e nos dando a entender
que tudo o que acontece tem então uma explicação plausível. Pegamos, por
exemplo, a cena em que a protagonista tem uma experiência sexual, mas que
começa a ser envolvida por uma cobra em meio aos desejos que ela antes nunca
havia sentido.
Podemos simplificar que
aquele momento seria uma forma de manifestação do poder dela a partir do
momento em que ela sente sensações que a deixam insegura e fazendo com o seu
dom interior reaja. Porém, a cena em questão, seria na realidade um pensamento
de acordo com o entendimento que ela tem com relação ao sexo a partir dos
ensinamentos conversadores que ela obteve vindo dos seus pais. A opressão aqui,
aliás, não faz com que ela tenha uma vida dentro dos trilhos, mas faz com que
ela se encaminhe cada vez mais pelos prazeres do mundo contemporâneo e tendo
cada vez mais curiosidade sobre os seus reais dons nunca antes alcançados em
total plenitude.
Thelma é uma pequena fábula,
onde o verdadeiro mal se encontra na desinformação e nas atitudes retrógradas vindas
de uma sociedade conservadora.
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2 comentários:
Nossa! parece ser um com filme.
Abraços https://strangerboy01.blogspot.com.br/
Sim e vale a pena. Confira
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