Sinopse: Paul mora
com sua esposa e o filho numa casa solitária e misteriosa, mas segura, até que
chega uma família desesperada procurando refúgio. Aos poucos a paranóia e
desconfiança vão aumentando e Paul vai fazer de tudo para proteger sua família
contra algo que vem aterrorizando todos.
O cinema de horror independente
americano está cada vez mais provando a sua força em termos de originalidade,
mas, ao mesmo tempo, não sendo compreendido pelo público em geral. Em A Bruxa,
por exemplo, ouvia bastantes críticas de pessoas que não compraram a proposta
vinda de seus realizadores, mas que, a meu ver, são pessoas que estão mais do
que acostumadas com o horror convencional e não estão preparadas a serem
testadas. Pensando assim, acredito que Ao Cair da Noite talvez venha a ser mais
um belo filme de terror mal avaliado, mas que agradará aqueles que buscam algo
que teste as suas perspectivas.
Dirigido por Trey
Edward Shults (Krisha), o filme conta a história de um casal e seu filho, que
vivem isolados numa cabana na floresta, pois o mundo foi assolado por uma peste
que matou boa parte da humanidade. Contudo, um casal e seu filho pequeno surgem
buscando um abrigo na cabana. Ao mesmo tempo, há uma estranha sensação de que o
pior está vindo da floresta, ou não.
Não espere por explicações
do por que os personagens terem chegado aquele ponto, pois as intenções do
cineasta Shults talvez nem sejam essas, mas sim criando um cenário
claustrofóbico e do qual eles terão que enfrentar sérias consequências no
decorrer do tempo. Se nos primeiros minutos já temos uma base do que os
personagens enfrentam, o cineasta aproveita para movimentar a sua câmera e
atravessar o cenário sombrio da cabana que, através de pinturas e quadros,
conhecemos um pouco daquele universo caótico. Não há palavras ditas sobre o que
aconteceu no passado, mas sim o mais puro cinema, onde nos mostra uma
história através de imagens e que valem mais do que mil palavras.
Mas seria somente um
possível vírus mortal que os protagonistas teriam que enfrentar? Obviamente o
público espera por uma espécie de bicho papão que se encontra na floresta e que,
mais cedo ou mais tarde, irá atacar aquelas pessoas. Mas é aí que o cineasta
Shults não facilita para nós nos dando respostas fáceis, mas sim esfregando em
nossa cara a mais dura realidade, de que, o verdadeiro mal, pode vir de nossas
próprias ações a partir do momento que encaramos situações das quais testam a
nossa real natureza e que até então a gente desconhecia.
Se em filmes como Ensaio Sobre
a Cegueira de Fernando Meirelles, ou até mesmo de séries como The Walking Dead,
mostram as mais diversas situações das quais testam os limites de seus
protagonistas, aqui não há o perigo do qual irá aterrorizar os personagens, mas
sim o simples temor que eles sentem é o que cria então um cenário de horror e
do qual tanto eles queriam evitar. O ato final acaba então se tornando um
verdadeiro soco no estômago, mas não por ser violento, ou pela possibilidade de
haver sangue, mas sim por ele ser duramente humano e realístico.
Embora curto, Ao Cair da
Noite é uma experiência assustadora, do qual não é criada por um mero monstro
da floresta, mas sim duramente por ações humanas.
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