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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 26 de julho de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Fala Comigo

Sinopse: Filho de terapeuta sente prazer em telefonar para os clientes da mãe, dando início a uma relação complicada com uma mulher.

No decorrer dos últimos anos vem surgindo uma nova tendência em nosso cinema brasileiro, onde se é abordado em determinados filmes, a desconstrução das famílias de classe média atual brasileira. Títulos como Casa Grande, A que Horas ela Volta? e Mãe Só Há Uma, são exemplos recentes que quebram com o cenário da harmonia pálida de determinadas famílias e que colocam para fora, tanto os seus preconceitos, como também o cansaço de se manter uma realidade insustentável. Fala Comigo é o mais novo filme dessa tendência que, se por um lado, não possui as mesmas proporções avassaladoras dos filmes aqui citados, pelo menos segue a tendência do que já está estabelecido.
Dirigido por Felipe Sholl (HOJE), acompanhamos a história de Diogo (Tom Karabachian), filho da psicóloga Clarice (Denise Fraga), que decide telefonar para as clientes de sua mãe, para ouvir as suas vozes e se masturbar durante o ato. Numa dessas ligações, começa a ter uma forte atração pela paciente Ângela (Karine Teles de A Que Horas ela volta?), da qual sofre pelo fato do seu marido tela abandonado. Não tarda para que ambos acabem se conhecendo, iniciando uma ardente relação, mas que acabam sofrendo a resistência e o preconceito por parte dos pais de Diogo. 
Embora a trama não tenha certa originalidade, o filme ganha nossa atenção, graças aos seus desdobramentos da trama e dos quais obtém a nossa atenção do começo ao fim. Mesmo não sendo um veterano no ramo da direção, Felipe Sholl consegue passar segurança na direção, principalmente em momentos dos quais se exige certo grau de sensibilidade, principalmente com relação ao mundo dos jovens que a recém estão se descobrindo. Além disso, o cineasta consegue extrair o melhor desempenho de cada um dos envolvidos, ao ponto de conseguir nos passar toda a confusão psicológica e mudanças da vida em que os seus personagens estão passando. 
Se Denise Fraga cumpre com louvor novamente o seu desempenho em cena, Tom Karabachian, como Diogo, acaba se tornando então um verdadeiro achado. Embora as ações de seu personagem possam ofender alguns num primeiro momento, ele nos passa aos poucos todas as transformações internas e sentimentais das quais o seu personagem passa, sintetizando então uma representação honesta do adolescente para a fase adulta e ganhando aos poucos a nossa simpatia. Porém, Karine Teles como Julia é a verdadeira alma do filme.
Se em A que Horas Ela Volta?, Teles conseguia conquistar a nossa simpatia, mesmo através de uma personagem da qual facilmente poderíamos odiar, aqui, ela consegue nos passar toda a confusão sentimental da qual a sua personagem vai passando desde os primeiros momentos do filme. Ao conhecer Diogo, Julia vê nele não somente o desejo, como também uma espécie de recomeço e o caminho para a felicidade que antes não havia sido alcançado. Ambos os atores em cena possuem uma química contagiante e fazendo com a gente tenha o desejo de torcer por eles.
Nesse quadro então apresentado a nós, a personagem de Karine Teles seria uma representação dos novos tempos, das quais ela não se vê impedida pelas amarras dos falsos bons costumes ainda existentes em nosso mundo contemporâneos. Já a personagem de Denise Fraga seria a resistência, não só com a intenção de querer proteger o seu filho, como também em ainda acreditar no valor de se manter a família intacta, mesmo quando ela já se encontra em frangalhos. Se o politicamente correto surge aqui para frear os desejos do casal central, ao mesmo tempo, o roteiro deixa claro quando essa lei criada pelos bons costumes se torna então hipócrita e que nada mais serve além de somente impedir das pessoas realmente serem felizes.
Embora os seus minutos finais se tornem um tanto que previsíveis, Fala Comigo é um filme que levanta as bandeiras da sensibilidade e tolerância e das quais precisamos tanto hoje em dia.  
 

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