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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Cine Dica: Em Cartaz: Moonlight - Sob a Luz do Luar



Sinopse:O menino negro e pobre Chiron cresceu em meio a violência de seu bairro e sob a margem do preconceito. Sua mãe é viciada em crack e na escola sofre bullying. Já adulto, ele continua lutando para impor o seu lugar ao mundo enquanto tenta aceitar sua sexualidade.

Se o mundo for justo, Moonlight – Sob a Luz do Luar irá ganhar o Oscar de melhor filme no próximo domingo. Não desmereço La La Land, muito pelo contrário, pois ele é um filme que nos passa uma nostalgia referente à era do ouro do cinema e ao mesmo tempo nos faz ter esperança em tempos nebulosos dos quais vivemos hoje em dia. Mas é justamente devido a esses tempos de apreensão, que o filme de Barry Jenkins merece um reconhecimento maior, pois ele toca na ferida sobre o papel, não somente do homem negro dentro da sociedade, como também de qualquer pessoa que sofre por ser diferente ou não ter obtido uma sorte melhor na vida.
A trama é protagonizada pelo menino Chiron, do qual assistimos a sua cruzada em três fases distintas: quando pequeno (interpretado por Alex R. Hibbert) e perseguido por outros alunos por ser fraco; quando adolescente (interpretado por Ashton Sanders), do qual sofre preconceito pela possibilidade de ser gay e quando adulto (interpretado por Trevante Rhodes) onde vive ganhando através do submundo do qual ele conviveu. Em meio a esse trajeto, conhecemos Juan (Mahershala Ali), do qual estende mão para ajudá-lo, mas ao mesmo tempo vende as drogas que fazem a mãe do menino (Naomie Warris) cair em desgraça. Em meio a isso, temos o colega de escola (que na fase adulta se torna André Holland) e que tem papel fundamental na vida de Chiron. 
Toda a trama se passa numa Miami que não se encontra nos cartões postais, mas sim numa Miami verdadeira, crua e que não esconde os verdadeiros residentes da casa. Numa realidade onde a violência, preconceito, drogas e mortes rondam por perto, ou você foge por algum tempo, ou você se torna parte dessa teia de eventos. Chiron tenta sobreviver num mundo onde o status de bem sucedido falam mais alto e a pobreza lhe coloca com um pé a frente do precipício.
No principio, Juan tem papel fundamental na formação de Chiron, sendo ele uma espécie de imagem da qual o pequeno protagonista poderá se tornar um dia. Mahershala Ali constrói então um personagem complexo, mesmo estando em pouco tempo em cena, pois nos simpatizamos com ele, mesmo pertencendo por caminhos dos quais não possui volta. Falando nisso, Naomie Warris nos brinda com uma personagem trágica, do qual se submete, tanto ela como o seu filho, em situações dramáticas irreparáveis.
E se o primeiro e segundo ato do longa metragem  é sobre a construção de uma pessoa, o ato final testemunhamos então a formação dele por completo. É aí que o cineasta Barry Jenkins  nos brinda com o melhor do seu cinema, onde sua câmera constrói a trama e ao mesmo tempo consegue extrair todos os sentimentos do protagonista pelo olhar cheio de histórias para contar. Isso é sintetizado ainda mais no momento em que ele reencontra com alguém especial do seu passado e fazê-lo se lembrar de um sentimento do qual se tornou cada vez mais e mais raro em sua cruzada pela vida. 
Moonlight - Sob a Luz do Luar é um filme universal sobre a vida, sobre os percalços do qual ela nos passa e das feridas emocionais que sempre teimam em nunca cicatrizar. 



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2 comentários:

Ozymandias_Realista disse...

Tenho um certo pé atrás com filmes indicados ao Oscar de uns 3 anos para cá. Muitos são escolhidos mais pela "ideologia do momento" do que pela estética e profundidade do filme. É como se os críticos ignorassem parte da técnica (não que os indicados sejam filmes ruins, mas me entendeu) e disse-sem entre si "Ok, sobre o que gostaríamos de ver alguém falando em um filme? E quem da nossa lista negra pode brilhar outra vez?"
O que mais me chamou atenção no filme, é esse ator, o Ali. Ele fez um trabalho excelente dentro das limitações da série do Luke Cage. Quando ele aparecia em cena, sua performance ofuscava com facilidade o protagonista. Dá última vez que tentei assistir um desses "grandes premiados" foi o "Birdman", um filme que desisti ao 30 minutos. E não sou desses que se incomoda tanto com o tempo de projeção, desde que tenha-se algo que justifique a metragem. O "Boyhood" mesmo, tem 3 horas, mas não foi tão exaustivo.

Marcelo Castro Moraes disse...

Valeu seu posicionamento colega