Sinopse: Jacqueline
Kennedy (Natalie Portman), inesperadamente viúva, lida com o trauma nos quatro
dias posteriores ao assassinato de seu marido, o então presidente dos Estados
Unidos John F. Kennedy.
O cinéfilo mais
atento irá reparar que o cineasta chileno Pablo Larraín gosta de explorar assuntos
políticos em suas obras. Porém, ao invés de retratar os fatos verídicos com
exatidão, prefere então lançar um olhar pessoal com relação aos fatos e criar um
cinema autoral da sua maneira. No, O Clube e o recente Neruda, são exemplos
desse meu pensamento e Jackie, em sua primeira produção norte americana, ele não
se intimida ao lançar um olhar crítico e lúcido dos primeiros dias de
Jaccqueline Kennedy após o assassinato do seu marido, o presidente John F.
Kennedy.
A trama começa com um repórter indo entrevistar a senhora Kennedy (Natalie Portiman), após os quatro dias dos quais ela enfrentou a morte do seu marido. Durante a entrevista, as suas memórias tomam conta da tela e revelando um olhar pessoal perante uma realidade da qual ela não gostaria de estar. Ao mesmo tempo, ela começa a se dar conta do verdadeiro circo do qual o universo político cria e que, querendo ou não, fazia parte dele também.
A trama começa com um repórter indo entrevistar a senhora Kennedy (Natalie Portiman), após os quatro dias dos quais ela enfrentou a morte do seu marido. Durante a entrevista, as suas memórias tomam conta da tela e revelando um olhar pessoal perante uma realidade da qual ela não gostaria de estar. Ao mesmo tempo, ela começa a se dar conta do verdadeiro circo do qual o universo político cria e que, querendo ou não, fazia parte dele também.
Mesmo sendo o seu
primeiro filme americano, se percebe que Larraín ganhou carta branca dos produtores
para fazer o que bem entender com a obra, pois não estamos diante de uma
cinebiografia, mas sim de uma obra que retrata quatro dias difíceis de uma
mulher que, pela primeira vez, encara a real realidade do universo do qual vive.
Para sentirmos o que a protagonista passou, o cineasta foca ao máximo ela com a
sua câmera, fazendo com que quase haja uma situação de claustrofobia, como se
ela estivesse presa numa caixa e pronta para explodir. É quase como se o início
do filme houvesse a ruptura da quarta parede e que, caso não houvesse a
presença do repórter em cena, a sensação teria sido maior ainda.
Com uma bela
reconstituição de época, o filme foca no glamour do universo político, mas ao
mesmo tempo, não escondendo o fato de que todos que convivem naquele cenário
correm sérios riscos de serem descartáveis. Após o seu marido ser assassinado, Jacqueline percebe que o seu
(aparentemente) conto de fadas se evaporou, mas ao mesmo tempo não descartando
a possibilidade de fazer parte para sempre daquela realidade nua e crua. Uma vez
estando nessa posição, à protagonista percebe que o poder não se encontra nas
bugigangas do qual adquiriu com o tempo, mas sim em suas ações e a de seu
marido que definirão ambos no decorrer do tempo.
Tal carga emocional
somente funcionária em cena se houvesse uma atriz da qual transmitisse um peso do
mundo acima dos ombros da protagonista. Descoberta nos anos 90 pelo filme O
Profissional e ganhando um Oscar pelo impressionante Cisne Negro, Natalie
Portiman surpreende ao interpretar essa figura histórica, da qual usou e abusou
do poder do qual adquiriu, mas tendo consciência de que, às vezes no mundo da
realeza, as boas aparências são as melhores formas de se manter o que tem. Embora
forçando aparentar uma aparência mais velha da qual ainda não possui, Portiman cumpre
o seu papel com louvor até o fim da projeção e não se intimidando na presença
de talentos como John Hurt e nos presenteando com uma interpretação intensa e
digna de nota.
Com uma reconstituição
de época que se entre cruza com cenas reais daquele período, Jackie é um
pequeno retrato de uma mulher da qual viu as suas fantasias se estilhaçarem,
mas ao mesmo tempo, lhe fez acordar para o mundo real e sem máscaras.
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