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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Cine Dica: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo: A 13ª EMENDA

Sinopse: Documentário analisa a 13ª emenda, que pôs fim na escravidão nos Estados Unidos. Mas os entrevistados levantam a questão de que a emenda não tem mais significado num país que prega a liberdade e tem uma das maiores populações carcerárias do mundo, formada em sua quase maioria por negros.
Em 1915, o cineasta D.W. Griffith lançou o filme O Nascimento de uma Nação, do qual seria considerado pela crítica da época como o primeiro grande épico cinematográfico. Porém, a reconstituição sobre a Guerra Civil americana foi alvo de protestos pelo seu teor racista ao extremo, pois Giffith acabou colocando até mesmo o famigerado grupo Ku Klux Klan como herói da trama e fazendo com que nascesse uma nova onda de intolerância pelo país naquela época. Aqui a vida imita a arte de uma forma errônea, mas felizmente o cinema também dá a oportunidade de ouvirmos algo melhor para ser debatido, como no caso de A 13ª Emenda, um belo e poderosíssimo documentário que não tem medo de tocar na ferida.
Dirigido por Ava DuVernay (Selma: Uma Luta Pela Igualdade), o documentário cria uma verdadeira teia de eventos, do qual vai desde a abolição da escravatura nos EUA, até os dias de hoje. A obra destaca o fato que, mesmo com a 13ª Emenda, lei da qual libertaram inúmeros escravos, isso não foi o  suficiente para matar a discriminação e o racismo em solo americano, No início do século 20, por exemplo, qualquer negro que fosse pego, desde a mínima coisa, era o suficiente para serem presos e levados em correntes para martelar pedras nos campos presidiários e gerando assim um aumento de superlotação nas cadeias americanas ao longo das décadas.       
Com depoimentos de pessoas ilustres que lutaram pela igualdade, como Angela Davis, por exemplo, o filme não poupa praticamente quase nenhum dos Presidentes que governaram o país, pois cada um deles usou discursos subliminares para atacar de forma direta, ou indiretamente, a comunidade negra e assim gerando quase uma guerra civil como aconteceram inúmeras vezes nos anos 70. Se na época isso não era analisado a fundo, Ava Duvenay faz questão de jogar na tela inúmeros discursos como de Nixon, por exemplo, para nos darmos conta que, não era a criminalidade, drogas ou algo do gênero que eram alvos do governo no período, mas a própria comunidade negra que foi perseguida ao extremo, gerando atos violentos e com inúmeras mortes. O resultado disso foi o nascimento cada vez maior de grupos em defesa dos direitos humanos, assim como também de grupos radicais, como Panteras Negras, por exemplo, que não mediram esforços para encarar o governo de frente.
E se nos finais dos anos 80 para o começo dos anos 90 esse quadro deu uma diminuída, mesmo com o número de presidiários negros só aumentando nas cadeias, por outro lado, há infelizmente uma espécie de retrocesso que anda acontecendo, não só no país, como também pelo mundo. Determinados crimes que acontecem acabam gerando discursos inflamados e alimentando cada vez mais a intolerâncias de pessoas que, não desejam um dialogo reflexivo, mas sim uma solução rápida. O ápice do documentário se encontra num momento em que surge um jovem Donald Trump na TV e cuspindo um discurso de ódio, onde desejava que suspeitos negros ganhassem pena de morte, quando na realidade nem sequer foi comprovado se eles haviam cometido tais crimes.
Com isso, Ava DuVernay prova em seu documentário que o governo dos EUA levou o país a voltar a estaca zero e que erros do passado não foram exemplos suficientes para que os seus políticos aprendessem a não repeti-los. É estarrecedor, por exemplo, ouvirmos as vésperas da última eleição os discursos de Donald Trump que, não só atinge comunidade negra, como também inúmeras pessoas que pensam de forma diferente e que acredita sempre na igualdade e na união das pessoas. Não se teme mais um futuro nebuloso, pois infelizmente já estamos nele.
Mesmo com algumas mensagens otimistas, A 13ª Emenda escancara o fato dos EUA não terem aprendido com os erros do passado, se vendo nas mãos de um Presidente intolerante e dando poucas perspectivas boas para o futuro.
  
 
Nota: O filme se encontra na grade da Netflix.  



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