De 1967 a 1980, o cinema americano viveu o seu período mais criativo, onde eram apresentadas para o público, histórias sérias, reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam naquele período (período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova e criativa geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo que somente se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle Vague).
O próximo curso criado pelo Cine Um e ministrado por Leonardo Bomfim, intitulado A Gênese da Nova Hollywood tratará exatamente disso. A atividade acontecerá em Porto Alegre, dos dias 05 e 06 de março, mas antes disso, postarei por aqui os primeiros filmes (entre anos 60 e 70) e que deram origem a esse rico período do cinema americano.
Meu ódio será tua
herança (1969)
Sinopse: Eles são os
foras-da-lei mais perigosos que o Oeste já viu. A cada novo golpe, as chances
de algo dar errado vêm aumentando, o que faz com que eles decidam que chegou a
hora de parar. Só que um trem carregado de armas é uma remessa valiosa demais
para passar despercebida pelos ladrões 'aposentados'.
Considerado por muitos como o melhor filme de
Sam Peckinpah (Sob o Domínio do Medo), sendo que aqui, também como
co-roteirista. É um faroeste diferente, centrado na psicologia dos personagens
e na estética da violência (os massacres e as lutas são marcados pelo uso da
câmera lenta e da teleobjetiva). Excelente fotografia de Lucien Ballard, que se
deixa seduzir pelas amplas paisagens, e elenco impecável, principalmente
Willian Holden e Robert Ryan.
O ato final é
inesquecível, inesperado e difícil de sair de memória do cinéfilo. Sendo algo
similar com os finais de Uma Rajada de Balas e Butch Cassidy, só que aqui, o
dia do juízo para os personagens se alonga em minutos intermináveis, onde é
apresentadas umas das sequências mais violentas de tiroteio da historia do
cinema.
Butch Cassidy (1969)
Sinopse: Dois amigos
inseparáveis, Butch (um ex-açougueiro, daí o nome) Cassidy (Paul Newman) e
Sundance Kid (Robert Redford), lideram o Bando do Buraco na Parede e vivem de
assaltar trens e bancos. Quando são caçados por todo o país resolvem ir para a
Bolívia e juntamente com Etta (Katharine Ross), a namorada de Sundance, rumam
para a América do Sul. Mas esta decisão não lhes proporcionará grandes assaltos
ou uma vida mais tranqüila.
Reunião muito bem
sucedida de vários talentos. A dupla central e o diretor Hill (o trio repetiria
a dose em Um Golpe de Mestre de 73), o músico Burt Bacharach e o letrista Hal
David, o fotografo Corand Hall e o
roteirista Wiliam Goldman, sendo os quatro últimos premiados com o Oscar. O
filme foi na verdade uma bela tentativa em tentar reviver os melhores momentos
do gênero faroeste, que já dava sinais de desgasto. Sendo que a dupla central
de foras da lei, representa uma época em que o mundo não quer mais eles, embora
eles insistam em continuarem sendo o que são. A
química Newman e Redford em cena, lado a lado, é o maior trunfo da produção,
onde cada um tem o seu espaço, sem tirar o brilho um do outro.
Não há como se
esquecer de Butch experimentando uma bicicleta, a novidade técnica da época, ao
som da contagiante Raindrops Keep Fallin on My Head, cantada por B.J Thomas.
Repare numa rápida cena com Sam Elliot (Hulk), fazendo um jogador de
cartaz.
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