De 1967 a 1980, o cinema americano viveu o seu
período mais criativo, onde eram apresentadas para o público, histórias sérias,
reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam naquele período
(período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova e criativa
geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo que somente
se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle Vague).
O próximo curso
criado pelo Cine Um e ministrado por Leonardo Bomfim, intitulado A Gênese da
Nova Hollywood tratará exatamente disso. A atividade acontecerá em Porto
Alegre, dos dias 05 e 06 de março, mas antes disso, postarei por aqui os
primeiros filmes (entre anos 60 e 70) e que deram origem a esse rico período do
cinema americano.
Na Mira da Morte
(1968)
Sinopse: Um velho
ator de terror se despede das telas e decide aparecer numa sessão de cinema
onde seu último filme seria exibido, em um drive in. Ao mesmo tempo no local
está um jovem colecionador de armas que depois de matar a família vai 'brincar
de tiro ao alvo' com o público presente.
Na Mira da Morte foi
pensado e elaborado através de um acerto entre Corman e Bogdanovich, após o
produtor descobrir que o astro Boris Karloff, segundo o contrato assinado por
ambos, ainda devia a ele algumas horas de trabalho. Corman pediu a Bogdanovich,
à época um de seus assistentes, para que bolasse um projeto qualquer em que
pudesse encaixar o ator, já em final de carreira e bastante maltratado pelo
tempo. Com base em uma história verídica que havia ocorrido alguns anos antes
em uma cidadezinha do Texas, onde a população passou por momentos de terror sob
a mira de um atirador, Bodganovich montou o roteiro de seu primeiro
longa-metragem, que foi financiado com um custo baixíssimo – aproximadamente
U$130 mil – e trazia Karloff como um ator de filmes de horror que decide largar
o cinema e tem sua última aparição pública prejudicada pela presença de um
atirador.
Sem duvida a sequencia final
é a melhor de todas, passada em um cinema drive in lotado de gente pronta para
desfrutar de alguns momentos de pavor cinematográfico com um filme de horror
gótico. A intersecção entre o medo fictício e o real proposta por Bogdanovich
nestes minutos finais é certamente uma das mais belas sacadas desses primeiros
anos da Nova Hollywood, que resulta em uma cena determinante para definir - ou
compreender - os rumos do cinema e registrar a degradação do social que era
presenciada nas ruas.
Os Monkees Estão
Soltos (1968)
Sinopse: Uma coleção
de aventuras surreais e psicodélicas da famosa banda fictícia 'The Monkees',
que segue Davy, Peter, Mike e Micky em uma viagem por uma série de lugares em
busca de significado.
Menudos, Dominó e Polegar. O que essas bandas
musicais dos anos 80 tinham em comum? Eram criados em programas de TV para dar
audiência e vender inúmeros discos para os jovens daquele tempo!
Curto e grosso era
isso mesmo, mas essa moda já veio bem mais lá de trás, mais precisamente quando
surgiu na TV americana The Monkees, grupo fabricado para concorrer contra o
sucesso da banda Inglesa Beatles. Ou seja, um verdadeiro comércio da musica
para dar e vender, independente da boa qualidade ou não das letras
tocadas. Porém, até a própria banda
talvez tenha percebido isso e tenham se sentidos saturados pela maquina de
fazer dinheiro e esse filme é uma resposta deles num verdadeiro tapa na cara
contra o próprio sucesso que obtiveram.
Dirigido por Bob
Rafelson e produzido e roteirizado por ninguém menos que Jack Nicholson, o
filme é uma viagem psicodélica, onde a banda se encontra numa espécie de sonho,
onde tenta do começo ao fim saírem, mas sempre entram num novo cenário, como
por exemplo, pleno deserto ou em meio à guerra do Vietnam. O filme nada mais é
do que uma crítica ao capitalismo, com direito ao vermos uma maquina da Coca
Cola sendo bombardeada, ou vermos ninguém menos que Victor Mature (Manto
Sagrado) dando um chute na TV.
Embora com todo aquele clima
e moda dos anos 60, não é um filme que tenha envelhecido e sua crítica contra
ao capitalismo e até mesmo com relação ao poderio bélico dos EUA continua mais
atual do que nunca.
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