Sinopse: Richard Phillips
(Tom Hanks) é um comandante naval experiente, que aceita trabalhar com uma nova
equipe na missão de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano.
Logo no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado com
frequência nos mares por onde devem passar. A situação não demora a se
concretizar, quando dois barcos chegam perto do cargueiro, com oito somalianos
armados, exigindo todo o dinheiro a bordo. Uma estratégia inicial faz com que
os agressores recuem, apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips
utilize todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles
conseguem subir à bordo, ameaçando a vida de todos. Quando pensa ter conseguido
negociar com os piratas, o comandante é levado como refém em um pequeno bote.
Começa uma longa e tensa negociação entre os sequestradores e os serviços
especiais americanos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde.
Se a trilogia do Borne, estrelado
por Matt Damon fez sucesso, tanto de publico como de critica e ter conquistado três
Oscars no terceiro filme, muito se deve a uma pessoa: Paul Greengrass. Ao lado
de Christopher Nolan (Cavaleiro das Trevas) Greengrass talvez seja um dos
poucos cineastas atuais que consiga trazer uma verossimilhança nas seqüências de
ação, nas quais faz com que o publico que assiste acredite nelas e ao mesmo
tempo sinta uma tensão genuína. Por conta desse talento, dirigindo uma trama
baseada em fatos verídicos surpreendentes, o resultado final seria no mínimo
positivo.
Baseado no livro "A Captain's Duty :
Somali Pirates, Navy SEALs, and Dangerous Days at Sea", sendo escrito pelo
verdadeiro Richard Phillips, acompanhamos a historia desse ultimo (interpretado
com intensidade por Tom Hanks), tendo o seu navio atacado por apenas quatro
piratas da Somália, mas que é o suficiente para a trama se descarrilar para
momentos de pura tensão. A situação somente piora, no momento que os quatro
piratas sequestram o capitão, ficam presos dentro de um bote, onde dai então
começa a longa negociação com os serviços especiais americanos.
Tudo é muito bem orquestrado,
sendo que Greengrass reserva o tempo na tela para a construção dos personagens
principais: Phillips (Hanks) é veterano no mar, profissional em todos os sentidos
e que acima de tudo arrisca a vida para proteger a sua tripulação. Já do lado
dos piratas da Somália temos o líder Muse (Barkhad Abdi, ótimo) que não poupara
os meios que forem necessários para adquirir o que quer no navio, nem que para
isso arrisque tudo. O que é apresentado na tela são dois lados da mesma moeda,
mas que as circunstâncias os colocaram em vidas diferentes.
Embora nos torçamos para que
capitão Philips saia bem dessa, ao mesmo tempo o roteiro não entrega a velha
formula de mocinho e bandido que tanto vemos nos filmes americanos. Aqui nos é
apresentado pessoas comuns, que tentam sobreviver no seu dia a dia, mas que
infelizmente as circunstâncias fazem que seus mundos diferentes um do outro se
colidem de tal forma que simplesmente não há volta. Os piratas estão ali
saqueando, pois acreditam que não há escolha para eles na vida e que a
pirataria é o seu único meio de vida.
Culpamos quem nessa
situação? Os países que não ajudaram a Somália? O próprio governo daquele país?
As escolhas erradas que aqueles indivíduos tomaram? Cada um que assiste a trama
tira suas próprias conclusões!
Polemicas a parte, do
segundo ao terceiro ato da trama é uma verdadeira claustrofobia, já que os
protagonistas principais ficam presos dentro de um bote e é onde que os
destinos de cada um deles está selado. Até lá, Greengrass cria uma verdadeira
montanha russa emocional, na qual só aumenta essa sensação graças a sua câmera movimentada,
sempre passando a sensação documental, embalado com uma montagem ligeira e que
da uma verdadeira aula de como se faz as cenas. Tudo isso se da de encontro nos
minutos finais da trama, onde os momentos cruciais se aproximam e Greengrass
passa a mesma sensação de um terrível e amargo fim, assim como foi visto nos
duros minutos finais de Vôo United 93.
Não tenho duvidas que o
filme se torne o franco favorito em montagem, além de claro de uma indicação
para o cineasta e para Hanks, que pode se tornar o franco favorito no ano que
vem. Filme indispensável, para aqueles que buscam ação e suspense, mas tudo na
medida certa e muito bem dirigida.
NOTA: Eu assisti o filme numa
pré-estréia mas já irá estrear neste final de semana.
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