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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Cine Dica: CAPITÃO PHILLIPS


Sinopse: Richard Phillips (Tom Hanks) é um comandante naval experiente, que aceita trabalhar com uma nova equipe na missão de entregar mercadorias e alimentos para o povo somaliano. Logo no início do trajeto, ele recebe a mensagem de que piratas têm atuado com frequência nos mares por onde devem passar. A situação não demora a se concretizar, quando dois barcos chegam perto do cargueiro, com oito somalianos armados, exigindo todo o dinheiro a bordo. Uma estratégia inicial faz com que os agressores recuem, apenas para retornar no dia seguinte. Embora Phillips utilize todos os procedimentos possíveis para dispersar os inimigos, eles conseguem subir à bordo, ameaçando a vida de todos. Quando pensa ter conseguido negociar com os piratas, o comandante é levado como refém em um pequeno bote. Começa uma longa e tensa negociação entre os sequestradores e os serviços especiais americanos, para tentar salvar o capitão antes que seja tarde.

Se a trilogia do Borne, estrelado por Matt Damon fez sucesso, tanto de publico como de critica e ter conquistado três Oscars no terceiro filme, muito se deve a uma pessoa: Paul Greengrass. Ao lado de Christopher Nolan (Cavaleiro das Trevas) Greengrass talvez seja um dos poucos cineastas atuais que consiga trazer uma verossimilhança nas seqüências de ação, nas quais faz com que o publico que assiste acredite nelas e ao mesmo tempo sinta uma tensão genuína. Por conta desse talento, dirigindo uma trama baseada em fatos verídicos surpreendentes, o resultado final seria no mínimo positivo.
 Baseado no livro "A Captain's Duty : Somali Pirates, Navy SEALs, and Dangerous Days at Sea", sendo escrito pelo verdadeiro Richard Phillips, acompanhamos a historia desse ultimo (interpretado com intensidade por Tom Hanks), tendo o seu navio atacado por apenas quatro piratas da Somália, mas que é o suficiente para a trama se descarrilar para momentos de pura tensão. A situação somente piora, no momento que os quatro piratas sequestram o capitão, ficam presos dentro de um bote, onde dai então começa a longa negociação com os serviços especiais americanos.   
Tudo é muito bem orquestrado, sendo que Greengrass reserva o tempo na tela para a construção dos personagens principais: Phillips (Hanks) é veterano no mar, profissional em todos os sentidos e que acima de tudo arrisca a vida para proteger a sua tripulação. Já do lado dos piratas da Somália temos o líder Muse (Barkhad Abdi, ótimo) que não poupara os meios que forem necessários para adquirir o que quer no navio, nem que para isso arrisque tudo. O que é apresentado na tela são dois lados da mesma moeda, mas que as circunstâncias os colocaram em vidas diferentes.
Embora nos torçamos para que capitão Philips saia bem dessa, ao mesmo tempo o roteiro não entrega a velha formula de mocinho e bandido que tanto vemos nos filmes americanos. Aqui nos é apresentado pessoas comuns, que tentam sobreviver no seu dia a dia, mas que infelizmente as circunstâncias fazem que seus mundos diferentes um do outro se colidem de tal forma que simplesmente não há volta. Os piratas estão ali saqueando, pois acreditam que não há escolha para eles na vida e que a pirataria é o seu único meio de vida.
Culpamos quem nessa situação? Os países que não ajudaram a Somália? O próprio governo daquele país? As escolhas erradas que aqueles indivíduos tomaram? Cada um que assiste a trama tira suas próprias conclusões!     
Polemicas a parte, do segundo ao terceiro ato da trama é uma verdadeira claustrofobia, já que os protagonistas principais ficam presos dentro de um bote e é onde que os destinos de cada um deles está selado. Até lá, Greengrass cria uma verdadeira montanha russa emocional, na qual só aumenta essa sensação graças a sua câmera movimentada, sempre passando a sensação documental, embalado com uma montagem ligeira e que da uma verdadeira aula de como se faz as cenas. Tudo isso se da de encontro nos minutos finais da trama, onde os momentos cruciais se aproximam e Greengrass passa a mesma sensação de um terrível e amargo fim, assim como foi visto nos duros minutos finais de Vôo United 93.
Não tenho duvidas que o filme se torne o franco favorito em montagem, além de claro de uma indicação para o cineasta e para Hanks, que pode se tornar o franco favorito no ano que vem. Filme indispensável, para aqueles que buscam ação e suspense, mas tudo na medida certa e muito bem dirigida.


NOTA: Eu assisti o filme numa pré-estréia mas já irá estrear neste final de semana.  

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