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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Cine Dica: A Memória que Me Contam



Sinopse: A ex-guerrilhera Ana (Simone Spoladore), ícone do movimento de esquerda, é o último elo entre um grupo de amigos que resistiu à ditadura militar no Brasil. Com a iminente morte da amiga, eles se reencontram na sala de espera de um hospital. Entre eles está Irene (Irene Ravache), uma diretora de cinema que sente-se perdida diante da iminente morte da amiga e que precisa ainda lidar com a inesperada prisão de Paolo (Franco Nero), seu marido, acusado de ter matado duas pessoas em um atentado terrorista ocorrido décadas atrás na Itália.
  
Embora seja estrelado por personagens fictícios, a diretora Lúcia Murat (Quase Dois Irmãos), cria uma fabula contemporânea que retrata um pouco do seu passado e presente (na pele de Irene Ravache), sendo mais precisamente revisitando a ditadura, onde tudo começa no momento que é internada Ana, guerrilheira que se tornou lenda no circulo de seus amigos(e família) e interpretada com intensidade pela atriz Simone Spoladore (Elvis e Madona). A personagem em si, é livremente inspirada em Vera Silvia Magalhães, ex guerrilheira que participou do seqüestro de um embaixador em 1969, se tornando então um símbolo da resistência.   
O filme em si é bem arquitetado, onde possui momentos que surpreende o espectador pela sua criatividade, principalmente da forma como é apresentada Ana, tanto para o resto dos personagens, como também para os espectadores que assistem. Embora o pano de fundo seja sobre esse período turbulento do nosso país, o filme foca mais sobre as pessoas que enfrentaram aquele regime, que embora tenham sobrevivido, vivem com lembranças de um período jaz morto e que se distancia mais e mais da época em que nos vivemos. Bom exemplo disso é a forma que a geração de filhos desse grupo se apresenta, que diferente do passado de seus pais, não temem em dar as suas opiniões e tão pouco a esconder o que sentem, tendo então o direito de ir e vir livremente.        
Embora tenha lutado por um bem maior, Lúcia Murat se entrega na tela grande, não negando talvez com a possibilidade de ter errado no seu passado. Principalmente com o fato de que o movimento que participava, caso vencesse, poderia desencadear uma ditadura nova naquele período, fazendo então a gente se perguntar que tipo de realidade seria caso tivessem conseguido o que queriam na época. Política e possibilidades a parte, A Memória que me Contam acaba se tornando mais um exemplo de se extrair daquele período pequenas historias, mas com grande conteúdo, onde cada pessoa que enfrentou aquela realidade, possui grandes historias para serem contatas, tanto do nosso país, como dos nossos vizinhos (Infância Clandestina). 
No seu ato final, o circulo de amigos pouco podem fazer contra o inevitável momento que irá acontecer, sendo que simplesmente terão que encarar a vida seguindo em frente, mas manter o passado em que eles viveram ainda vivo dentro deles. Seja em que eles viveram, ou através da sua companheira que se tornou um ícone, pelo menos intimamente para cada um deles. 

NOTA: O filme teve pre-estreia ontem em Porto Alegre no Cinebancários e terá estreia oficial a partir do dia 21 a 30 na na mesma sala.    


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Um comentário:

Anônimo disse...

Maravilha Marcelo...boa pedida!