Sinopse: João (Fabrício
Boliveira) deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer
deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo
e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido
como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo
tempo em que mantém um emprego como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a
bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo),
por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela
paixão e pelo romance, mas logo se verá em meio a uma guerra com o playboy e
traficante Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder.
Por mais que a gente tente
enterrar o passado, ele acaba sempre nos encontrando e fazendo com que a gente caia
novamente no poço de hábitos maliciosos que não nos levam há lugar algum. Baseado na musica clássica de Renato Russo,
acompanhamos a cruzada de João (Fabrício Boliveira), que fica dividido entre
o mundo trafico do seu primo (o sempre ótimo César Troncoso) e de uma vida
normal ao lado do seu amor Maria Lúcia (Isis Valverde), fazendo desde então
viver numa roleta russa, no qual tanto irá prejudicá-lo, como também aqueles próximos
a ele. Claro que já vimos esse filme antes: Os Bons Companheiros, Fogo contra
Fogo e dentre outros são bons exemplos, mas diferentes dessas obras, o cineasta
René Sampaio injeta um clima de tragédia grega, nos fazendo realmente temer
pelo destino trágico dos personagens principais, pois quando assistimos, temos
a sensação do mundo real e cru em que eles vivem.
Para não tornar tudo tão
pesado, Sampaio injeta seu lado autoral vindo dos comerciais de TV, criando
então cenas engenhosas em que a câmera surge em lugares dos mais imprevisíveis.
Bom exemplo é quando o protagonista relembra o seu passado, e a cena começa dentro
de um poço, onde assistimos então todo o percurso do balde cheio d’água até a chegada na superfície. Porém, Sampaio se
arrisca ao homenagear explicitamente Sergio Leone, aonde em certo momento
chegamos até mesmo ouvir uma trilha semelhante que era composta pelo mestre Ennio
Morricone que fazia para o diretor Italiano. Embora talvez funcione para o publico
leigo, eu acredito que o cinéfilo de carteirinha irá achar um tanto que estranho,
ou até mesmo um momento pálido e sem inspiração do cineasta, que deveria ter
feito algo diferente no ato final da trama. Porém, isso é contornado pelo teor dramático
e pelo destino dos seus protagonistas, que para o bem ou para o mal, se distancia
e muito do convencional do cinema brasileiro atual.
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