Sinopse: O
jovem Chris Smith (Hirsch) é um traficante de drogas azarado que consegue
deixar as coisas ainda piores quando contrata um surpreendentemente charmoso
matador de aluguel, Killer Joe Cooper (McConaughey), para matar sua própria
mãe. Sem dinheiro algum, Chris concorda em oferecer sua irmã mais nova, Dottie
(Temple), como garantia sexual em troca dos serviços de Joe até receber o
dinheiro do seguro de vida da mãe. Isso, é claro, se ele conseguir botar as
mãos no dinheiro...
William
Friedkin se tornou que nem o vinho, que ficou melhor depois de velho. Essa é a
melhor definição que posso dizer sobre ele, pois depois de ter feito sua obra
prima O Exorcista na década de 70, parecia que a criatividade havia lhe
escapado pelos dedos após aquele estrondoso sucesso. Mas eis que após estar
numa idade em que alguns cineastas se aposentam, ele nos surpreende com o
genial Possuídos na década passada e agora nos crava uma pequena perola que é Killer
Joe e que será discutido por anos a fio.
Se fossemos
resumir o filme como um todo, seria na realidade uma representação da degradação
familiar texana, que somente mantém laços familiares por interesse, e quando
existe dinheiro no meio, os laços de sangue se tornam meros detalhes. A partir
do momento que Chris (Emile Hirsch, Natureza Selvagem) deseja que a sua mãe
morra, para daí então ganhar uma grande quantidade de dinheiro para escapar de
uma enrascada, se inicia uma teia de eventos em que muitos personagens (querendo ou não) saírão do armário. Seu maior erro é contratar os serviços de Joe
Cooper (McConaughey na melhor interpretação de sua carreira), um policial, mas
matador profissional nas horas vagas, que além do dinheiro que irá cobrar pelos
serviços, almeja também a irmã de Chris, Dottie (Juno Temple).
Falar mais
seria estragar as surpresas que o filme apresenta, sendo o que eu posso dizer, é
que Friedkin simplesmente descasca cada personagem principal da trama como se
fosse uma cebola e revelando a verdadeira face da vida desregrada de cada um
deles e que faz com que sejam levados para um caminho sem volta. Em meio há
isso, o personagem de Cooper sempre se revela uma pessoa segura de si, agindo de
forma profissional, mas jamais escondendo as camadas doentias que ele revela
gradualmente ao longo da projeção. O ato final é de uma explosão só, onde a violência
quase explicita e o terror psicológico que ele provoca, nos faz a gente se
apertar na poltrona e ficar sempre imaginando qual serão o seu próximo ato ou
grande perola que ele falara.
Embora pequeno, o elenco possui atores talentosos, pois além dos já citados, ainda inclui Gina Gershon (Ligadas Pelo Desejo), como uma megera e interesseira madrasta da família e Thomas Haden Church (Homem Aranha 3), um pai sem noção, mas que não esconde suas ambições. Por fim, William Friedkin cria cenas impactantes, mesmo aquelas mais simples, como quando toda a família famigerada estão jantando numa mesma mesa, mesmo todos eles estando em frangalhos e com suas mascaras caídas e destruídas pelos seus atos.
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