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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Cine Especial: UM CIDADÃO QUE CAI


CIDADÃO KANE PERDE LIDERANÇA PARA UM CORPO QUE CAI

Nunca quis me gabar com os meus textos, muito menos comprar briga com ninguém, mas sinceramente preciso dizer isso....EU AVISEI!!
Ano passado, eu havia escrito um especial intitulado, Rei Kane, não tão rei assim, no qual eu criticava o fato, que durante décadas, Cidadão Kane permanecia sempre em primeiro lugar e que já era a hora dos críticos que fazem essas listas repensarem sobre isso. Assim como naquele texto, repito, não tenho nada contra com relação à obra máxima de Orson Wells, pois acho um excelente filme e merece estar sempre figurando dentre os grandes. Porém, ao longo das décadas surgiram inúmeros filmes, que são maiores do que a vida, como O Poderoso Chefão, Psicose, 2001, Laranja Mecânica, O Sétimo Selo e dentre outros e que poderiam muito bem tirar o posto do Sr Kane.

Voltando aquela matéria, eu havia citado alguns filmes que poderiam facilmente ficar em primeiro lugar, e dentre eles citei Um Corpo que Cai (1958), que para muitos é a obra máxima de Alfred Hitchcock. Eis que semana passada, o grupo famoso de críticos British Films, que sempre se reúnem a cada dez anos para criar uma nova  lista dos melhores filmes de todos os tempos, anunciam a sua nova lista, e para o espanto de todos no mundo, colocam o filme de  Hitchcock em primeiro, dando a medalha de prata para Wells e quebrando assim uma liderança que já durava seis décadas. Claro que já surgiram críticos protestando pela mudança, mas convenhamos, todo o inicio tem que ter um fim e naquela matéria que eu fiz estava prevendo que um dia isso poderia acontecer. Anos se passam, as opiniões mudam, surgem novos críticos com um olhar cada vez mais atento sobre determinados filmes e com certeza as novas opiniões iriam prevalecer.


TRUFFAUT SE ADIANTOU

François Truffaut e outros críticos da frança, que acabaram se tornado grandes cineastas e criando o tão famoso movimento Nouvelle Vague, já enxergavam em Hitchcock um cineasta autoral, com sua própria visão pessoal de se criar filmes, coisa que os críticos americanos daquele período não enxergavam da mesma forma, mas que aos poucos, realmente se deram conta que os franceses tinham razão. Truffaut sempre dizia – “Kane era um filme que mais tinha inspirado novos cineastas, mas as gerações que sofreram essa influencia estão acabando, e para as novas gerações as suas inovações já são moeda corrente”, completou. Não sei bem mais ou menos quando o cineasta disse essas palavras, mas com certeza já foi por volta dos anos 60 e isso se fortaleceu, na famosa entrevista que Truffaut fez com o seu ídolo, onde ambos conversaram bastante sobre as obras do cineasta, como Janela Indiscreta, Interlúdio e claro, Um Corpo que Cai.
Alias esse filme de 1958, fortalece o que eu sempre prego por aqui, que o tempo que irá fazer justiça, com relação aos filmes que foram injustamente ignorados no passado, mas que acabam de uma forma merecida,  reconhecidos gradualmente ao longo dos anos. A vitoria de Um Corpo que Cai nesta nova lista, com certeza fará com que a nova geração de críticos se volte para uma analise mais aprofundada, da vasta e impecável filmografia desse cineasta inglês. Não me surpreendia, se outros filmes dele, começassem a subir cada vez mais ao pódio, pois Janela Indiscreta, por exemplo, não é somente um filme que previa o fim da privacidade que nos vivemos atualmente, mas também uma homenagem que o Hitchcock fez ao próprio cinema. Vemos James Stewart, não só investigando um possível assassinato na janela vizinha, como também a vida de cada um dos que moram nos apartamentos, como se cada janela representasse uma pequena tela de cinema e que passava então nela uma pequena historia.
Não era somente um filme com uma visão pessoal de se fazer cinema, era também uma homenagem ao próprio cinema. Estou prevendo alguma coisa daqui a dez anos?  Nunca se sabe, pois eu sem querer (ou não) estava prevendo o deposto do Sr Wells  no ano passado, portanto posso não estar muito errado com a minha pequena previsão acima. Que comecem as apostas ao longo dos anos!


Veja abaixo os dez melhores filmes da história, de acordo com a pesquisa do British Film Institute.

1 - "Um Corpo que Cai" (1958), de Alfred Hitchcock








2 - "Cidadão Kane" (1941), de Orson Welles











3 - "Era uma Vez em Tóquio" (1953), de Yasujiro Ozu
4 - "A Regra do Jogo" (1939), de Jean Renoir
5 - "Aurora" (1927), de F.W. Murnau
6 - "2001: Uma Odisséia no Espaço" (1968), de Stanley Kubrick
7 - "Rastros de Ódio" (1956), de John Ford
8 - "Um Homem com Uma Câmera" (1929), de Dziga Vertov
9 - "A Paixão de Joana D'Arc" (1927), de Carl Dreyer
10 - "8 ½" (1963), de Federico Fellini



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Um comentário:

ANTONIO NAHUD disse...

Gosto muito de Welles, mas não considero CIDADÃO KANE o melhor filme de sempre, tampouco de Welles. Prefiro A MARCA DA MALDADE.

O Falcão Maltês