Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do
curso “Cinema Japonês: Do Clássico
ao Contemporâneo”, realizado no
Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado
pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui,
estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do
outro lado do mundo.
A Balada de Narayama (1983)
Sinopse: No fim do século
XIX, em um pequeno vilarejo japonês, o morador que completa 70 anos de idade
deve subir ao topo de uma sagrada montanha e aguardar por sua morte. Aquele que
se recusa a cumprir a tradição, traz a desonra para sua família. Mas para Orin
(Sumiko Sakamoto), uma senhora de 69 anos, procurar uma esposa para o seu filho
mais velho, Tatsuhei (Ken Ogata), é mais preocupante do que cumprir a amarga
tradição.
Vencedor da palma de Ouro no
Festival de Cannes em 1983, balada de Narayama é um belo e sensível filme do
diretor Shohei Imamura, o primeiro realizador japonês a receber duas Palmas de
Ouro no Festival. Embora cru em alguns momentos, onde mostra que as tradições estão
acima de qualquer coisa, o filme nos rende belas imagens, seja quando os
protagonistas encaram seu passado, ou quando tem que fazer a dura jornada pela
montanha, e sacrificar o seu parente.
Imamura retratou muito bem esse costume
tradicional, mas ele foi muito além disso. Procurou mostrar, por exemplo, que
apesar do estado de ignorância e da vida vegetativa que levavam os moradores de
certo vilarejo, carregavam ainda um forte senso fraternal e comunitário. Exemplo
é quando é retratado a venda de bebês, que embora passe desconforto para quem assista,
eles agiam dessa maneira, para então não matá-los, embora houvesse certas exceções.
Um filme que retrata muito bem o lado psicológico
de certos povos e o que levavam a eles agirem em determinadas situações, ao
encarar pela primeira vez, as suas tradições.
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