OS SETE SAMURAIS
Sinopse: Durante
o Japão feudal do século XVI, um velho samurai chamado Kambei (Takashi Shimura)
é contratado para defender uma aldeia indefesa que é constantemente saqueada
por bandidos. Contando com a ajuda de outros seis samurais, Kambei treina os
moradores para resistirem à um novo ataque, que deve acontecer muito em breve.
Mesmo
sendo um filme longo (3horas e 21minutos), o filme não cansa em nenhum momento
e nos prende do começo ao fim. Talvez, com certeza a cena mais marcante é a
batalha final na chuva que é inesquecível. É fato que Akira Kurosawa fez do seu
cinema, uma janela para o mundo descobrir as tradições milenares da cultura nipônica.
Mas Os Sete Samurais deixou de ser um filme, para se tornar um ponto de referência
entre os demais e plagiado incansavelmente por inúmeras escolas
cinematográficas (inclusive Hollywood em "Sete Homens e um Destino")
ao longo do tempo.
A
trama é tão simples, porém, sublime como o seu idealizador. Um grupo de
camponeses tem a sua aldeia saqueada constantemente por uma gangue de samurais
ronins. Cansados de serem assaltados freqüentemente, o grupo decide contratar
samurais que disponibilizem a segurança de sua colheita. Eis que conhece
Takashi Shimura (Kambei Shimada) em uma visita a cidade. Shimura decide formar
uma força de defesa, a fim de proteger a vida destes camponeses e pulverizar os
ronins que assolam a aldeia.
Dos
seis samurais que Shimura iria designar, um merece um comentário em especial.
Estamos falando do grande Toshirô Mifune, que nesta obra interpreta Kikuchiyo, um
samurai atrapalhado, dotado de um apelo humano incomensurável. Mifune fez uma
parceria inesquecível ao lado de Kurosawa, mas esteve irradiante em cena nesta obra.
Mifune tem uma presença marcante e da uma força colossal, que prende a atenção,
para todos os gestos e falas, dominando totalmente a condução da trama. Vale
salientar, que Mifune já tinha trabalhado em quatro obras (destaque para
"Rashomon") de Kurosawa, antes de atuar em Os Sete Samurais e ainda
faria mais seis filmes (destaque para "Yojimbo- O Guarda Costas) ao lado
do mestre.
Ao
ler a sinopse, você deve estar achando que se trata de mais um filme recheado
de sangue e criaturas de olhos oblíquos dando gritos e golpes de karate.
Engana-se completamente, pois Kurosawa foi um gênio e não é a toa que ele
ganhou este adjetivo, sendo que, sempre priorizou as relações humanas. É bem
verdade, que como todo o filme oriental, Os Sete Samurais exibe cenas de
combate, mas tais cenas apenas diferem uma faceta do perfil nipônico. O que
torna Kurosawa especial diante dos demais, é a sua sensibilidade para retratar
de forma fiel conceitos e valores morais, que até então, eram desconhecidos da
grande maioria das pessoas.
Os
Sete Samurais foi filmado em 1954, e só pela data já assusta. Pois somente um
diretor de inspiração única poderia produzir uma obra extremamente soberba, a
partir de recursos tão irrisórios da época. Ao longo de 208 minutos, o filme é
tecnicamente primoroso, mas razão pelo longa ser tão extenso deve-se a Kurosawa
ser perfeccionista e usar de detalhes que abrangem um ritmo lento e uma
sincronia construtiva impecável dos personagens e da trama em si.
Clássico
do cinema japonês; Os Sete Samurais é uma aula de direção e interpretação. Uuma
experiência indescritível para quem sabe compreender a sua proposta. Kurosawa
ganhou o Leão de Prata no festival de Veneza através desta obra prima. Mas muito
mais do que isto, Kurosawa ganhou o prestígio e a imortalidade na memória dos
fiéis apaixonados pelo bom e velho cinema de qualidade!
Um comentário:
Ainda não vi Os Sete Samurais, mas gostei bastante de Yojimbo. Kurosawa é sem dúvida o grande nome do cinema japonês. Aproveite seu curso!
Abraços!
Postar um comentário