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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 3 de abril de 2012

Cine Especial: Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo: Parte 2

Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo!


OS SETE SAMURAIS
Sinopse: Durante o Japão feudal do século XVI, um velho samurai chamado Kambei (Takashi Shimura) é contratado para defender uma aldeia indefesa que é constantemente saqueada por bandidos. Contando com a ajuda de outros seis samurais, Kambei treina os moradores para resistirem à um novo ataque, que deve acontecer muito em breve.
Mesmo sendo um filme longo (3horas e 21minutos), o filme não cansa em nenhum momento e nos prende do começo ao fim. Talvez, com certeza a cena mais marcante é a batalha final na chuva que é inesquecível. É fato que Akira Kurosawa fez do seu cinema, uma janela para o mundo descobrir as tradições milenares da cultura nipônica. Mas Os Sete Samurais deixou de ser um filme, para se tornar um ponto de referência entre os demais e plagiado incansavelmente por inúmeras escolas cinematográficas (inclusive Hollywood em "Sete Homens e um Destino") ao longo do tempo.
A trama é tão simples, porém, sublime como o seu idealizador. Um grupo de camponeses tem a sua aldeia saqueada constantemente por uma gangue de samurais ronins. Cansados de serem assaltados freqüentemente, o grupo decide contratar samurais que disponibilizem a segurança de sua colheita. Eis que conhece Takashi Shimura (Kambei Shimada) em uma visita a cidade. Shimura decide formar uma força de defesa, a fim de proteger a vida destes camponeses e pulverizar os ronins que assolam a aldeia.
Dos seis samurais que Shimura iria designar, um merece um comentário em especial. Estamos falando do grande Toshirô Mifune, que nesta obra interpreta Kikuchiyo, um samurai atrapalhado, dotado de um apelo humano incomensurável. Mifune fez uma parceria inesquecível ao lado de Kurosawa, mas esteve irradiante em cena nesta obra. Mifune tem uma presença marcante e da uma força colossal, que prende a atenção, para todos os gestos e falas, dominando totalmente a condução da trama. Vale salientar, que Mifune já tinha trabalhado em quatro obras (destaque para "Rashomon") de Kurosawa, antes de atuar em Os Sete Samurais e ainda faria mais seis filmes (destaque para "Yojimbo- O Guarda Costas) ao lado do mestre.
Ao ler a sinopse, você deve estar achando que se trata de mais um filme recheado de sangue e criaturas de olhos oblíquos dando gritos e golpes de karate. Engana-se completamente, pois Kurosawa foi um gênio e não é a toa que ele ganhou este adjetivo, sendo que, sempre priorizou as relações humanas. É bem verdade, que como todo o filme oriental, Os Sete Samurais exibe cenas de combate, mas tais cenas apenas diferem uma faceta do perfil nipônico. O que torna Kurosawa especial diante dos demais, é a sua sensibilidade para retratar de forma fiel conceitos e valores morais, que até então, eram desconhecidos da grande maioria das pessoas.
Os Sete Samurais foi filmado em 1954, e só pela data já assusta. Pois somente um diretor de inspiração única poderia produzir uma obra extremamente soberba, a partir de recursos tão irrisórios da época. Ao longo de 208 minutos, o filme é tecnicamente primoroso, mas razão pelo longa ser tão extenso deve-se a Kurosawa ser perfeccionista e usar de detalhes que abrangem um ritmo lento e uma sincronia construtiva impecável dos personagens e da trama em si.
Clássico do cinema japonês; Os Sete Samurais é uma aula de direção e interpretação. Uuma experiência indescritível para quem sabe compreender a sua proposta. Kurosawa ganhou o Leão de Prata no festival de Veneza através desta obra prima. Mas muito mais do que isto, Kurosawa ganhou o prestígio e a imortalidade na memória dos fiéis apaixonados pelo bom e velho cinema de qualidade!


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Um comentário:

disse...

Ainda não vi Os Sete Samurais, mas gostei bastante de Yojimbo. Kurosawa é sem dúvida o grande nome do cinema japonês. Aproveite seu curso!
Abraços!