Nos
dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui,
estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do
outro lado do mundo.
Contos da Lua Vaga (1953)
SINOPSE: No Japão do século 16, dois oleiros, um
ambicionando ficar rico, o outro obcecado por se tornar samurai, levam à
perdição suas esposas devotadas por causa de seus sonhos insensatos.
Obra prima do diretor
Kenji Mizoguchi (O Intendente Sansho), que embora se vereda para o gênero do fantástico,
a trama por vezes soa simples, mesmo quando a trama adentra em situações inexplicáveis.
É bem da verdade, que o filme é uma espécie de conto de fadas sombrio nipônico,
onde se coloca dois homens em busca de seus sonhos, mas a tal busca, faz com
que eles se ceguem de tal forma, que faz esquecer-se de suas mulheres, que
ficam a beira da ruína e em meio a uma guerra sem sentido. De um lado, tem o ingênuo
homem em busca de realizar o seu sonho de ser samurai, nem que para isso largue
tudo, inclusive sua esposa. Do outro, temos um artesão, que na busca de
sustentar sua mulher e filho, acaba adentrando num universo cheio de riquezas e
luxurias.
Esse segundo alias, é
o melhor da historia, onde a trama se encarrega de levantar várias perguntas que
ficam no ar, para pessoa que for assistir: Seria os acontecimentos com o
personagem algo real? Ou seria tudo fruto de sua imaginação febril? As
respostas podem soar um tanto que fáceis, dependendo é claro, se a pessoa que
for assistir, tiver uma mente aberta para as inúmeras possibilidades!
Se formos aceitar
facilmente tais acontecimentos mostrados na tela, o filme seria muito bem
aceito nos dias de hoje, principalmente para aqueles que seguem a doutrina espírita.
Ou então, podemos ir para outro caminho, se levarmos em conta que tais
acontecimentos, seriam somente momentos abstratos ou algo mais. Podemos ir por
esse lado, se lembrarmos dos primeiros segundos da trama, onde a câmera foca um
plano aberto, para daí focar um lago, para segundos depois desaparecer sem mais
nem menos, dando prosseguimento ao movimento, que termina na família
protagonista.
Com
essas e outras interpretações, o filme também possui um dos mais belos visuais
do cinema japonês de antigamente. Onde a fotografia de produção fala por si,
com tons em preto e branco, que podem muito bem ajudar em momentos líricos de
paz, como também em momentos de apreensão e suspense sutil.
Curiosidade:
Vencedor do Leão de Prata no Festival de Veneza.
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