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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 7 de junho de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: YORIMATÂ



Sinopse: Documentário relembra a carreira da dupla Luhli e Lucina, artistas que ganharam reconhecimento nos anos 1970, explorando o cenário hippie. As duas foram pioneiras da música independente brasileira e até hoje vivem um relacionamento a três com o fotógrafo Luiz Fernando Borges da Fonseca, que ao longo dos anos captou várias imagens das cantoras e instrumentistas por meio de uma câmera Super 8.

O nome Yorimatã surgiu da união de iorubá com tupi-guarani, referindo-se ao nome de uma de das músicas das cantoras e compositoras Luli e Lucina: Yorimatã Okê Aruê, que significa “salve a criança da mata”. Essas duas garotas se tornaram fortes imagens do universo hippie do nosso país durante os anos 70. O diretor Rafael Saar criou inúmeros curtas-metragens e já trabalhou com outro cineasta, Joel Pizzini no documentário sobre Ney Matogrosso, Olho Nú de 2014.
Foi no percurso da criação do filme de Joel que Rafael conheceu Luli e Lucina. Embora não sejam muito lembradas pela geração de hoje, as duas possuem um peso enorme, não só na história da música brasileira, como no comportamento livre que buscava o seu espaço na época e que ainda busca liberdade total até hoje. O cineasta então decidiu criar seu primeiro longa sobre essas duas garotas, que possuem uma cruzada de altos e baixos, mas que com muita união e amor colheram muitos louros.   

O documentário tem participado de inúmeros festivais, inclusive os de temática LGBT, como no caso do 23º Festival Mix, em São Paulo e  9º For Rainbow, em Fortaleza. Isso se deve muito a relação de Luli e Luciana, da qual a sintonia entre as duas era tão grande, que elas não viam problemas de uma delas ser casada. Luli já era casada com o fotógrafo Luiz Fernando da Fonseca quando conheceram Lucina na época. Isso não impediu de ambas sentirem uma identificação fortíssima por meio da musica e o que acabou se estendendo na vida do casal e formando uma relação a três.   

O longa abre com uma cena de ambas cantando e tocando violão. Somente depois dessa apresentação é que somos convidados a entender o universo particular de ambas as personagens. Para o cinéfilo desinformado ou sem nenhum conhecimento sobre MPB, é super interessante conhecer o vasto em termos de composições das quais elas criaram para os cantores de sucesso da época como Ney Matogrosso, Gilberto Gil, Tetê Espindola, Joyse e inúmeros outros.     

Além disso, os cantores surgem em imagem de ontem e hoje, sendo que as imagens mais antigas são de Super 8, onde mostram a dupla trabalhando e mostrando o dia a dia delas com o marido. Mas o que torna Luli e Lucina importantes no universo da musica brasileira é que elas foram as primeiras do mundo da música ao lançarem um disco independente no Brasil. Isso se deve ao fato delas sempre recusarem a entrar no estilo que as gravadoras sempre exigiram na época para os cantores que buscavam o sucesso.  

Outra coisa que diferenciava a dupla dos demais cantores do período era a utilização dos seus tambores nas apresentações na TV e em show pelo país a fora. O desempenho das duas no palco deveria ter sido muito contagiante na época, pois visto pelo documentário já nos conquista. Com o debate da liberação feminina cada vez mais forte na época, a música de ambas fez um grande sucesso através do público feminino que se identificavam com a letra. 
Yorimatã é recomendável para ser visto por todos, principalmente por aqueles que, não somente curtem a música brasileira, como também para aqueles que defendem o feminismo, liberdade de expressão e o amor livre para todos.


 
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Cine Dica:Vampiros black de Bill Gunn no lançamento da mostra Faça a Coisa Certa

PROJETO RAROS APRESENTA O CULT GANJA & HESS
Na sexta-feira, 0 de junho, às 20h, acontece na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) a sessão de lançamento da mostra Faça a Coisa Certa, com uma edição especial do Projeto Raros, exibindo o cult Ganja & Hess (1973, 110 minutos), de Bill Gunn, uma singular e experimental aproximação entre o blaxploitation e os filmes de vampiros. Exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes em 1973, o filme ganhou uma recente refilmagem de Spike Lee. Após a sessão, debate com os pesquisadores Carlos Thomaz Albornoz e Cesar Almeida. Com exibição em blu-ray e legendas em inglês, a sessão tem entrada franca.
A mostra Faça a Coisa Certa acontece entre os dias 14 e 19 de junho e traz uma seleção de obras produzidas nos Estados Unidos por realizadores negros como Spike Lee, Gordon Parks, Charles Burnett, Melvin van Peebles, Ryan Coogler e Ava DuVernay. Em breve a divulgação completa.

SINOPSE: A lâmina de uma antiga adaga africana espalha uma epidemia vampírica para o assistente de pesquisa George, cuja sede de sangue logo infecta o Dr. Hess Green. Quando Hess é raptado pela bela esposa de George, Ganja, ele tenta esconder seu terrível segredo... mas a um preço muito alto.
Trabalhando o vampirismo como metáfora para o vício em heroína, Ganja & Hess traz Duane Jones, protagonista de A Noite dos Mortos Vivos, de George A. Romero, em seu segundo papel de destaque. O filme foi recebido pela crítica como a mais importante obra do cinema negro norte-americano desde o pioneiro independente Sweet Sweetback Baadasssss Song, de Melvin van Peebles. 
Carlos Thomaz Albornoz é idealizador do Projeto Raros, crítico de cinema, membro da ACCIRS e ator sempre que falta alguém e o diretor aceita qualquer um para o papel. César Almeida nasceu em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, no ano de 1980. Ainda muito cedo, as histórias fantásticas do cinema e da literatura conquistaram sua atenção. Mais tarde, a paixão por filmes B e livros fantásticos o levou a pesquisar e escrever. Publica artigos sobre cinema desde 2008, e em 2010 lançou Cemitério Perdido dos Filmes B, que compila 120 resenhas de sua autoria. Também escreve ficção, com o pseudônimo Cesar Alcázar, além de atuar como editor (Argonautas Editora) e tradutor.

PROJETO RAROS ESPECIAL
LANÇAMENTO DA MOSTRA FAÇA A COISA CERTA
GANJA & HESS
(Estados Unidos, 1973, 110 minutos)
Direção: Bill Gunn
Elenco: Marlene Clark, Duane Jones, Bill Gunn, Sam Waymon

Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133

www.salapfgastal.blogspot.com

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: UMA NOITE EM SAMPA



Sinopse: Um grupo de pessoas que vive no interior aluga um ônibus para ir à São Paulo assistir à uma peça no teatro Ruth Escobar. Ao fim do espetáculo, elas descobrem que o motorista não está e o ônibus está trancado. As pessoas não têm saída a não ser esperarem por ele. Mas é tarde da noite e eles ficam apavorados com os perigos que podem surgir como moradores de rua e um bocado de gente estranha.

Dependendo do seu conteúdo, um filme pode possuir inúmeras interpretações, das quais cada um que assiste pode tirar as suas próprias conclusões. É o caso agora de Uma Noite de Sampa, novo filme do cineasta Ugo Giorgetti (Cara ou Coroa) que, mesmo em pouco mais de uma hora de duração, a produção possui inúmeras camadas de interpretação. Se formos mais longe, o filme pode ser interpretado como uma metáfora da nossa sociedade brasileira atual, do qual se encontra cada vez mais presa devido ao medo da violência suburbana e dos estereótipos criados pelo dia a dia.
Mas talvez Uma Noite Sampa sinalize por algo que vai muito além do que isso. A proposta do cineasta que, há quem diga, sempre enxergou São Paulo com um olhar de dúvida, injeta aqui uma inspiração vinda do clássico O Anjo Exterminador do mestre Luis Buñuel. Naquele clássico, Buñuel retrata inúmeros personagens da alta burguesia, sendo impedidos de sair da sala principal de um casarão por algo que eles próprios não conseguem explicar.
É mais ou menos isso então que acontece em Uma Noite em Sampa: após assistirem a um espetáculo teatral, grupo que veio do interior, sendo alguns ex-moradores de São Paulo, ficam á espera do motorista do ônibus, do qual inexplicavelmente desaparece do local e fazendo com que o grupo fique a mercê do lado de fora do ônibus em plena noite escura. A longa jornada de espera na frente do veiculo logo vai descascando os medos que cada um ali guarda para si, não somente da violência que ocorre na grande metrópole, como também por possuírem receios perante aos drogados, sem tetos e figuras solitárias e estranhas que surgem no decorrer da noite.
Embora o filme tenha sido feito há pouco tempo, ele possui na realidade um clima meio retro, mas que sintetiza todo o clima de incerteza e medo do qual o Brasil vive atualmente. É ai que chego ao ponto do início do texto, já que a obra possui muito mais conteúdo do que apenas o que a gente vê na tela. Assim como foi visto em seus filmes anteriores, Ugo Giorgetti sabe como ninguém retratar de uma forma simples, porém crua, a divisão de classes que se encontra a nossa sociedade.
Infelizmente as pessoas se acostumaram mal a ficar presas ao estereótipo, do qual se cria então o medo, mas sem razão aparente. Nos momentos finais do filme, por exemplo, uma personagem cega dá um exemplo digno de nota e fazendo com aqueles que têm o dom da visão não consigam enxergar além do que os seus olhos podem ver. Essas pessoas então ficam presas como estátuas em seu próprio presente, como se elas estivessem no passado, mas o mundo continua andando.
Com um grande time de atores do teatro paulistano, como Fernanda Garrafa, Cris Couto, Maria Stella Tobar, Roney Facchini, Thaia Perez (que está no elenco de Aquarius) e Suzana Alves (sim, a Tiazinha), Uma Noite em Sampa vem nos dizer que estamos nos travando por medos, preconceitos e que, se continuarmos nesse retrocesso, seremos apenas seres humanos empalhadores para os olhos do resto do mundo. 


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Cine Dica: Curso Cinema Coreano



Apresentação

O cinema sul-coreano é muito dinâmico. É um dos poucos cinemas nacionais a competir em seu próprio território com o cinema norte-americano. Várias escolas coexistem no cinema produzido na Coréia do Sul. No entanto, ao lado da tradição dos filmes clássicos, que são baseados nas tradições e  na cultura coreana, surgiu, nas últimas décadas, uma nova onda de jovens diretores que é mais identificada com o mundo moderno. A chamada nouvelle vague coreana chegava para renovar e potencializar uma das cinematografias mais estimulantes do cinema mundial.


Se a maioria da produção cinematográfica da península historicamente era destinada a um público de adolescentes, temos hoje uma variedade de filmes com temáticas alternativas, abordagens ousadas e estética refinada, destinados a captar o interesse de um público diversificado. Por isso, é compreensível que os filmes sul-coreanos tenham uma parte de importância crescente nas seleções de vários festivais internacionais.


Os coreanos conseguiram romper as barreiras geográficas. Além de conquistar o público interno (mais da metade dos filmes assistidos na Coréia do Sul são nacionais), passaram a dialogar com a audiência global. Sem mencionar a presença constante e significativa nos principais festivais internacionais de cinema. Cineastas celebrados como Park Chang-Wook; Lee Chang-Dong; Kim Ki-Duk; Kwong Tag-In e Hong Sang-Soo passaram a ser premiados e reconhecidos a partir de certames de prestígio como Veneza; Cannes; Berlim e Nova Iorque.


Objetivos

O curso Nouvelle Vague do Cinema Coreano, ministrado por Josmar Reyes, pretende abordar o cinema contemporâneo coreano, dando ênfase aos principais cineastas e suas filmografias. Vai percorrer a história de formação e consolidação do cinema produzido na Coréia do Sul, até o surgimento da nova geração de realizadores contemporâneos, expoentes do novo cinema coreano. O contexto histórico, político e social serão analisados para explicar esta cinematografia vigorosa que conquista atenção e interesse dentro e fora de suas fronteiras nacionais.


Temas

Breve história do cinema sul coreano.
Dos cine-dramas aos filmes de propaganda política.
A idade do ouro e a ditadura militar.
O cinema pós-ditadura.
Produção local x Produção estrangeira.
A nova geração chega ao poder.
Blockbusters coreanos.
Conquista do mercado internacional.
Principais realizadores e filmes.
Análise da filmografia dos cineastas Kim Ki-Duk e Hong Sang-Soo.


Ministrante: Josmar Reyes

Doutor em Ciências da Comunicação, Artes do Espetáculo e Novas Tecnologias pela Sorbonne Nouvelle.
Professor do curso de Realização Audiovisual da Unisinos e do curso de Comunicação Social da Unisc. Já ministrou os curso "Todas as Cores de Pedro Almodóvar" e "Desconstruindo Woody Allen" pela Cine UM.


Curso
NOUVELLE VAGUE DO CINEMA COREANO
de Josmar Reyes

DATAS: 25 e 26 / Junho (sábado e domingo)

HORÁRIO: 15h às 18h

DURAÇÃO: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

LOCAL: Santander Cultural
(Rua Sete de Setembro, 1028 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)

INVESTIMENTO: 
R$ 80,00
(Valor promocional de R$ 70,00 para as primeiras 10 inscrições por depósito bancário)
FORMAS DE PAGAMENTO: Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro)

MATERIAL: Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)

INFORMAÇÕES
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 9320-2714


REALIZAÇÃO

PATROCÍNIO
Nerdz

PARCERIA